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Conteúdos Relacionados [Representação]

Câmara Temática da Reciclagem elege nova coordenação

Reunião também definiu temas a serem trabalhados pelo grupo em 2024

 

Reunião da Câmara Temática da Reciclagem com representantes do segmento no paísA Câmara Temática da Reciclagem realizou, nesta segunda-feira (25), reunião para eleger sua nova coordenação e definir o plano de trabalho de 2024. Um dos principais temas abordados foi a questão previdenciária que envolve os profissionais do segmento. Um estudo coordenado pelo Sistema OCB apresentou um resumo de como as contribuições afetam nos ganhos dos catadores e catadoras que atuam no mercado por meio de cooperativas. 

Hugo Andrade, coordenador de Ramos do Sistema OCB, fez a abertura da reunião e destacou a importância dos temas previstos na pauta. “Temos trabalhado com muito afinco para que as cooperativas do Ramo Trabalho, Produção de Bens e Serviços, em especial as de reciclagem, se fortaleçam cada vez mais. A definição do plano de ações é primordial para direcionar os caminhos que vamos seguir nesse sentido”, afirmou. 

Antes de iniciar a eleição da nova diretoria, o analista técnico institucional, Alex Macedo, fez um resumo do cenário do segmento na atualidade. “Temos um total de 103 cooperativas de reciclagem registradas junto ao Sistema OCB, conforme dados do Anuário do Cooperativismo 2023. Os estados com maior concentração dessas organizações são o Distrito Federal, com 33, Goiás e Pará, com 16 cada. São mais de 2 mil cooperados e um faturamento superior a R$ 81 milhões/ano”, ressaltou. 

Débora Ribeiro Baía, presidente da Concaves - Cooperativa de Trabalhadores de Materiais Recicláveis do Pará, foi eleita a nova coordenadora da Câmara e substituirá Cleusimar de Andrade no cargo pelos próximos dois anos. “Meu desejo é o de contribuir ativamente para que consigamos aprimorar cada vez mais as condições de trabalho dos nossos cooperados e espero, de coração, atender às expectativas dos colegas que me escolheram para essa importante missão”, declarou. 

Sobre o plano de trabalho para 2024, as principais pautas apresentadas envolvem temas como a aposentadoria especial para catadores e catadoras; a aprovação de incentivos tributários para a categoria; a efetivação do Programa Pró-Catador; a implementação de políticas para efetivar os créditos da reciclagem; e a inclusão dos catadores e catadoras em programas habitacionais. Também foram inseridos outros pontos como o aprimoramento de fundos como o Favorecicle e o Pró-Recicle e a ampliação das linhas de crédito. 

A parte final da reunião foi reservada para a apresentação do projeto piloto do Programa de Negócios que o Sistema OCB está desenvolvendo especialmente para o segmento da reciclagem. A iniciativa trabalha com pilares básicos como regularidade jurídica e documental, melhoria de gestão e processos produtivos, e identidade cooperativa. O piloto está sendo desenvolvido com a participação de cooperativas do Distrito Federal e Goiás e o objetivo é estender seus benefícios para todo o país. 

 

Saiba Mais:

 

‘‘Estamos prontos para os próximos 50 anos’’, aponta o presidente do Sistema OCB-DF durante abertura do 2º Congresso Distrital do Cooperativismo

 

No ano passado, o Sistema OCDF-SESCOOP/DF completou 50 anos de existência, marcando uma jornada repleta de desafios, conquistas e contribuições significativas para o desenvolvimento do cooperativismo no Distrito Federal. A celebração do cinquentenário da entidade foi marcada com uma série de eventos e homenagens, reconhecendo o papel de pessoas e cooperativas que fizeram parte dessa história. Inicialmente, o objetivo da entidade era realizar o Congresso Distrital do Coop em comemoração a esses 50 anos. No entanto, após reflexões e considerações do Sistema OCB, o evento foi adiado para 2024. Com este alinhamento, o 2º CDC foi marcado para os dias 12 e 13 de março com uma grande novidade: O Sistema OCDF passa a ser Sistema OCB-DF (Organização das Cooperativas Brasileiras do Distrito Federal), contribuindo para o desenvolvimento do setor em nível nacional.

‘‘É com imensa satisfação que lançamos a nossa nova marca. É a partir dela que vamos discutir e planejar o cooperativismo do DF para as próximas décadas. Vamos continuar identificando as necessidades e os desafios enfrentados e buscar soluções que impulsionem e promovam o cooperativismo como um todo, tanto em âmbito local quanto nacional’’, ponderou o presidente do agora Sistema OCDF-DF, Remy Gorga Neto, durante abertura do evento.

E para as mentes incansáveis que acompanharam o 1º dia de Congresso, o Chief Innovation Officer da StartSe, Cristiano Kruel, abriu o rol de palestras do encontro e dividiu com os participantes suas experiências com negócios, tecnologia e inovação para grandes corporações e uso da inteligência artificial. ‘‘Em um mundo em constante transformação, é fundamental que as cooperativas estejam na vanguarda da inovação e da adaptação. Ao explorarmos o potencial da inteligência artificial e das novas tecnologias, podemos não apenas melhorar a eficiência operacional, mas também criar novas oportunidades de negócios e fortalecer o impacto positivo das cooperativas em suas comunidades’’, comentou o palestrante.

Após essa temática, foi a vez do coordenador de Ramos do Sistema OCB, Hugo Andrade, discutiu sobre negócios e intercooperação. Hugo aproveitou o encontro para informar que o Sistema OCB irá lançar um programa de certificação de conselheiros, com o objetivo de aprofundar o entendimento do negócio cooperativista e fomentar a intercooperação. ‘‘Este programa reflete nosso compromisso em oferecer formação e capacitação de qualidade para nossos dirigentes, impactando positivamente nossas 4.800 cooperativas e mais de 50.000 dirigentes. Além disso, estamos desenvolvendo outras soluções, como especialização em crédito, intercooperação e regulamentação’’, pontuou Hugo. Por fim, o coordenador apontou que, com soluções como essas, o Sistema busca não apenas resolver desafios imediatos, mas também promover um crescimento sustentável e inclusivo.

No período da tarde, o mágico Tio André divertiu quem voltou do almoço, com suas mágicas focadas em princípios cooperativistas. Depois do ilusionista, foi a vez da atriz e pós-graduada em neurociência e comportamento, Dani Suzuk, bater um papo com os participantes do 2º CDC a partir do tema ‘‘O futuro é humano’’. ‘‘Cada um de nós tem uma missão individual aqui no universo. O trabalho conjunto é fundamental pois ninguém consegue viver sozinho. Crescemos e transcendemos quando cooperamos um com outro, alcançamos amadurecimento e é isso que traz o sentido da vida. Quando você tem o outro e trabalha de forma coletiva, você sente que só precisa das pessoas para continuar sua jornada’’, disse a atriz durante sua apresentação.

Após Dani, a coordenadora de comunicação e marketing do Sistema OCB, Samara Araújo, apresentou os avanços do movimento Somoscoop e as estratégias de comunicação adotadas pela entidade durante as campanhas da iniciativa. ‘‘Construímos uma campanha focada na sensação de pertencimento ao movimento cooperativista e o selo somoscoop é a prova disso. Dados comprovam como a nossa campanha impactou os diversos públicos e seguirá impactando. Um spoiler que deixo aqui é que, para 2024, nossa campanha estará focada em mostrar que o Cooperativismo é um bom negócio’’, mencionou Samara.

E como a pauta do momento envolve ESG, este assunto não poderia ficar de fora do leque de discussões do dia. Assumindo a posição para discutir Governança Consciente, a jornalista e palestrante, Giuliana Morrone contextualizou a forma como o ESG nasceu, suas aplicações nos negócios internacionais e nacionais e ponderou sobre o caminho que as cooperativas podem seguir para alcançar o desenvolvimento sustentável. ‘‘Não podemos esquecer da transparência nas nossas relações pessoais e profissionais. É preciso levar o conceito de equidade para o centro das cooperativas com o objetivo de encontrarmos a igualdade dos direitos humanos’’, observou a jornalista.

Uma metodologia que tem encantado brasileiros é a forma Disney de fazer negócios. Ela consiste basicamente em três pilares: Sonhar, Realizar e Comemorar. Estágios que envolvem conceitos criativos, estratégias para tornar sonhos realidade e reconhecimento de trabalho árduo com a motivação das equipes. Esse método é frequentemente aplicado nos parques da Disney e também em outras áreas de negócios da marca. Para explicar a prática por trás da magia e como aplicá-la nos negócios, o palestrante Mathias Emke, enfatizou sobre os elementos essenciais para o crescimento e a sustentabilidade dos negócios cooperativistas com base na metodologia. ‘‘Se você quer se destacar é preciso se adaptar às mudanças. A cooperativa precisa ser feita para um que a procura. Cada cooperado aqui é parte fundamental para que o cooperativismo aconteça no Brasil e no mundo. Ou seja, o encantamento dos cooperados é reflexo do nosso próprio encantamento’’, exclamou Emke.

Sistema OCB-DF lança Comitês de Mulheres e Jovens

Ao final do primeiro dia do 2º CDC, Remy Gorga Neto, presidente do Sistema OCB-DF, e Carla Madeira, superintendente do Sescoop-DF, realizaram o lançamento dos Comitês de Mulheres e Jovens do Sistema. O objetivo é fazer com que, a partir desses comitês, a entidade traga as mulheres e os jovens para mais perto do movimento cooperativista. ‘‘Queremos envolver cada vez mais esses dois públicos em nossas iniciativas. É para que participem das discussões, tragam propostas, ideias e fortaleçam o coop no DF. Estamos empolgados e certos de que haverá muita contribuição pela frente’’, finalizou Carla Madeira.

Ramo Saúde planeja ações para 2009

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Representantes do Ramo Saúde da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) se reunirão no dia 26 de novembro, em Goiânia (GO), para traçar o plano de ação 2009. Em paralelo ao encontro acontecem o I Simpósio das Unimeds Cerrado e o XVII Simpósio das Unimeds da Região Centro-Oeste, na capital goiana.

Na pauta de discussões está ainda a revisão da norma orgânica do ramo, entre outros pontos que buscam melhor convergência e foco das ações de representação. Segundo o representante nacional do Ramo Saúde, José Abel Ximenes, muitos são os desafios para o segmento, sobretudo no que diz respeito a normatização e legislação pertinentes.
 

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Coops são destaque em cinco categorias do Prêmio Aneel de Satisfação do Consumidor

Em cerimônia no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), as cooperativas catarinenses Codesam e Cooperaliança, e as gaúchas Certel Energia e Coopernorte foram agraciadas com o Prêmio Aneel de Satisfação do Consumidor 2023, nessa quinta-feira (25). O reconhecimento é resultado de índice calculado pela avaliação de consumidores, por meio de entrevistas, que consideram cinco variáveis: qualidade percebida; valor percebido (relação custo-benefício); satisfação global; confiança no fornecedor; e fidelidade.

Os pesquisadores percorreram 60 mil quilômetros para ouvir mais de 30 mil consumidores. Os resultados são analisados pela Aneel, que utiliza os dados para o aprimoramento de normas, regulações e ações de fiscalização.

“É um reconhecimento mais que merecido às cooperativas que atuam na geração e distribuição de energia. Elas são referência na prestação desse serviço tão essencial em áreas urbanas e rurais. Esse resultado indica que estamos fazendo bem e continuaremos trabalhando para a melhoria contínua dos nossos produtos e serviços”, comemorou o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.

Confira as vencedoras:

  • Permissionárias até 10 mil unidades consumidoras: Cooperativa de Distribuição de Energia Elétrica de Santa Maria (Codesam).
  • Permissionárias acima de 10 mil unidades consumidoras: Cooperativa Distribuição de Energia Teutônia Ltda (Certel Energia).
  • Regiões Sul e Sudeste acima de 30 mil até 400 mil unidades: Cooperativa Aliança (Cooperaliança), pelo terceiro ano consecutivo.
  • Crescimento de permissionárias 2022/2021: Cooperativa Regional de Distribuição de Energia do Litoral Norte Ltda (Coopernorte).
  • Brasil permissionárias 2022: Cooperativa de Distribuição de Energia Elétrica de Santa Maria (Codesam).

Além das cinco coops vencedoras, outras seis foram indicadas e concorreram como finalistas da premiação, em diferentes categorias. São elas: Cooperativa de Eletricidade de São Ludgero (Cegero); Cooperativa de Eletrificação Lauro Müller (Coopermila); Cooperativa de Distribuição e Geração de Energia das Missões Ltda (Cermissões); Cooperativa Energética Cocal (Coopercocal); Cooperativa de Eletricidade de Paulo Lopes (Cerpalo); e Cooperativa de Energização e Desenvolvimento do Vale do Mogi (Cervam).

Confira a cerimônia de premiação

Cooperativa lidera projeto de conectividade em 58 escolas gaúchas

Objetivo é promover inclusão digital e desenvolvimento em regiões rurais

 

O Sistema OCB comemora a primeira contratação de uma cooperativa para executar projeto de aprimoramento da conectividade nas escolas do Rio Grande do Sul e em regiões rurais. Essa realização é impulsionada pelo financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), com a disponibilidade de R$ 32 milhões destinados à Coprel Telecom, por meio do Fundo de Universalização de Telecomunicações (Fust), para expandir os serviços de conectividade com alta velocidade para mais de 4,7 mil alunos.

Nos últimos cinco anos, a entidade trabalhou de forma intensa junto ao Congresso Nacional, para conseguir apoio ao Fust, com o intuito de promover desenvolvimento social e econômico, bem como a melhoria da qualidade de vida no campo brasileiro, especialmente nas escolas.

Como pioneira na busca e aquisição de recursos, a Coprel irá trabalhar em 33 municípios gaúchos para implantar infraestrutura de internet em 58 escolas públicas e unidades de ensino, além de duas mil residências em áreas rurais. O objetivo da cooperativa é promover a inclusão digital e melhorar a educação por meio da conectividade, o que poderá gerar oportunidades para a população rural.

Marco Morato, coordenador de Meio Ambiente e Energia do Sistema OCB, comemora o resultado do trabalho intenso feito pela entidade. Ele acredita que essa é a realização de objetivo que atende aos princípios e valores do cooperativismo. "Celebramos não só o sucesso do projeto e a contratação da primeira cooperativa nesse processo, mas também a materialização do que o movimento acredita. Esse é mais um exemplo de como as cooperativas podem desempenhar um papel fundamental na melhoria de vida das comunidades", disse.

O BNDES, por meio do Programa Fust, está comprometido em investir R$ 2,74 bilhões no triênio 2023-2025 para ampliar a conectividade em escolas, regiões periféricas, hospitais e propriedades rurais. O Sistema OCB faz parte do Conselho Gestor do Fust e desempenha o papel de supervisionar e avaliar os resultados da aplicação desses recursos. O Fundo, instituído pela Lei 9.998/00, foi criado para estimular a expansão, uso e melhoria da qualidade das redes e dos serviços de telecomunicações, para reduzir desigualdades em todas as regiões do Brasil e fomentar o desenvolvimento de novas tecnologias de conectividade.

Saiba Mais:
Conselho do Fust aprova investimento de R$ 2,74 bi até 2025

 

Sistema OCB celebra Dia Internacional das Mulheres 

Presença das mulheres impulsiona o movimento, fortalece negócios e promove competitividade 

 

Cáthia e Lígia participam de programa especial do Venus Podcast em comemoração ao Dia Internacional das MulheresAo longo da semana das mulheres, o Sistema OCB dedicou atenção especial à celebração da força feminina presente no cooperativismo. Com o objetivo de evidenciar como elas impulsionam o movimento, fortalecem negócios e promovem a competitividade, foram realizadas diferentes ações de comunicação tanto nos canais da entidade quanto em veículos da mídia em geral. Postagens nas redes sociais, produção de vídeos, publicação de artigos e a participação no Venus Podcast estão entre os destaques.  

"Nossa ideia é clara: incentivar, capacitar e apoiar as mulheres em sua jornada profissional, trabalhando para promover a igualdade de gênero e criar oportunidades para que elas cresçam e se destaquem. Hoje, celebramos todas as conquistas até aqui e nos preparamos para fazer ainda mais a diferença", afirmou a superintendente Tania Zanella.  

Cáthia Rabelo, presidente da Federação Nacional das Cooperativas Médicas (Fencom) e membro do Conselho de Ética e do Comitê de Mulheres do Sistema Ocemg, e Lígia Mara Jung, conselheira fiscal na Integrada Cooperativa Agroindustrial, foram as protagonistas do episódio especial em comemoração do Dia Internacional das Mulheres do Venus Podcast. Elas compartilharam histórias sobre o impacto das mulheres no movimento cooperativista, o que proporcionou um espaço de diálogo aberto, esclarecedor e descontraído.  

Além de suas trajetórias inspiradoras, o objetivo do encontro foi impactar e motivar outras mulheres, independente da idade, para se envolverem e se destacarem no mundo coop. Comandado pelas anfitriãs Criss Paiva e Yasmin Ali, o podcast abordou temas relacionados à equidade de gênero, inclusão, educação e desenvolvimento promovidos pelas cooperativas em todo o Brasil. 

Cáthia e Lígia destacaram a importância da participação feminina nas cooperativas para a construção de um ambiente mais justo e igualitário, onde todos possuem voz ativa e participação nas decisões. Para Cáthia, o propósito do cooperativismo precisa da força das mulheres para alcançar novas metas, aproveitar oportunidades e vencer desafios. "O sentimento de pertencimento que o cooperativismo gera, nos traz a responsabilidade e a determinação para chegar em cargos de destaque, utilizando o que as mulheres têm de melhor: a força, a ética e a transparência. Dessa forma, o coop consegue ir além", disse.  

Segundo Lígia, como modelo de negócio, a cooperação valoriza a diversidade e promove o desenvolvimento sustentável. Ela acredita que a presença das mulheres é fundamental nesse processo. "Ser uma cooperada me trouxe essa abertura para sentir mais coragem de assumir cargos de liderança, principalmente em lugares onde eu era a única figura feminina. Lá dentro, como parte do movimento, eu tive apoio para subir novos degraus", afirmou.  

 
Se Liga 

O universo coop sempre busca garantir espaço para que as mulheres sejam ouvidas e promove a formação de lideranças femininas em todo o Brasil. Com o comitê Elas pelo Coop, oficialmente constituído em 2021, as embaixadoras e as integrantes indicadas pelas Organizações Estaduais (OCEs), possuem a missão de ampliar a participação feminina em âmbito nacional. A partir de cursos e trilhas disponíveis na plataforma CapacitaCoop, diretrizes de atuação são detalhadas em quatro eixos: Elaboração, Capacitação, Representação institucional e Intercooperação.  

Por isso, a importância do Comitê é o destaque do episódio mais recente do vídeo Se Liga no Sistema OCB, uma homenagem às mulheres cooperativistas que se engajam no progresso do movimento. Divani Ribeiro, técnica da Gerência de Desenvolvimento de Cooperativas, detalha como ocorre a atuação do Sistema OCB na promoção e capacitação de lideranças femininas, visando o desenvolvimento pessoal e profissional delas, bem como das cooperativas.  

Confira o episódio completo do Venus Podcast em https://www.youtube.com/watch?v=hxv7IzmfiS4

Assista o vídeo em homenagem às mulheres, feito pela superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, no LinkedIn. 

Confira também outros podcasts com mulheres cooperadas e  inspiradoras:  

 

Saiba Mais: 

Ceará debate em seminário os avanços do ramo Transporte


Representantes de diversas instituições estiveram presentes na abertura do 1º Seminário Estadual do Ramo Transporte que aconteceu na última sexta-feira (16/12), no auditório do Sest/Senat, em Fortaleza. O evento visa discutir os gargalos que têm impedido o pleno funcionamento do ramo no Estado do Ceará. Cerca de 100 pessoas estiveram presentes.

O presidente do Sistema Ocec-Sescoop/CE. João Nicédio Alves Nogueira destacou a importância do Seminário para o ramo Transporte. Nicédio fez uma rápida avaliação da situação do ramo no Estado, apontando avanços significativos nos último seis anos. O presidente destacou que, atualmente todos os atores que atuam no sistema de transporte urbano do Ceará tem convivido de maneira harmoniosa.

O representante nacional do Conselho Especializado do Ramo Transporte, Nélio Botelho remeteu-se ao período em que as cooperativas de transportes estavam inseridas no ramo Trabalho e apontou como papel primordial a atuação do presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas como o principal incentivador da formação de um ramo específico para as cooperativas de transporte. “Temos força para sermos independentes”, reforçou. Para ele, o Seminário vai funcionar como uma primeira reunião de trabalho que deverá fortalecer o ramo no Ceará.


Na abertura, o presidente da Companhia de Transportes Coletivos (CTC), Luciano Linhares destacou que o tráfego de Fortaleza e região metropolitana deve ser cuidado com “precisão cirúrgica”. Ele falou ainda da necessidade de se discutir com todos os setores do transporte do município, de forma aprofundada as questões inerentes ao transporte público da capital cearense. “O ramo Transporte merece cuidado e este evento nos traz a oportunidade de aprofundar as questões e integrar os diversos segmentos relacionados ao tema”, apontou.

Em seguida, o presidente da Empresa de Trânsito e Transporte Urbano S/A (Ettusa), José Ademar Gondim parabenizou a Coopratrafce pela iniciativa de realizar o Seminário. O presidente disse que dois técnicos do órgão estariam presentes até o final do evento para colher idéias e sugestões que seriam levadas à prefeitura. O objetivo é verificar quais as necessidades e gargalos do setor e assim implementar uma gestão do transporte público eficiente.

AGO apresenta resultados de 2023 e aprova plano de trabalho para 2024

 

Assembleia também elegeu novos membros da Diretoria, Conselho Fiscal e Conselho de Ética 

 

Tania Zanella em discurso na 55ª AGOEm 2023, a união entre a Unidade Nacional do Sistema OCB e as Organizações Estaduais (OCEs) impulsionou resultados excepcionais para o cooperativismo brasileiro rumo a novos horizontes de prosperidade e desenvolvimento socioeconômico. Nesta quinta-feira (22), a realização da 55ª AGO (Assembleia Geral Ordinária) da entidade, proporcionou um espaço aberto para debater e votar questões importantes sobre o movimento, com novas iniciativas que serão realizadas em 2024. O evento apresentou o relatório de atividades realizadas no ano passado e aprovou o plano de trabalho e orçamento para as ações deste ano, além de eleger e dar posse aos novos membros da Diretoria Colegiada, Conselho Fiscal e Conselho de Ética. 

Durante a abertura da AGO, Márcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB, citou o Programa de Educação Política como um alicerce fundamental para o fortalecimento do trabalho de representação junto aos Três Poderes. Para ele, entender as nuances do cenário político é ter capacidade de atuar de forma estratégica e assertiva. "Ampliamos nossos argumentos de influência em decisões e conseguimos defender os interesses do cooperativismo com mais embasamento. Investir na formação política dos nossos dirigentes é investir no futuro e na sustentabilidade do nosso movimento", declarou.

Tania Zanella, superintendente do Sistema OCB, apresentou o Relatório Anual de 2023 e ressaltou que a força cooperativista demonstra como todas as conquistas alcançadas proporcionam mais produção e, consequentemente, oportunidades, prosperidade, emprego e renda.  "Ao analisar os resultados, não posso deixar de citar o trabalho e dedicação das OCEs. Os números superaram as expectativas e nos mostram que o crescimento do cooperativismo brasileiro, somado ao poder da união, podem potencializar a nossa jornada em um caminho de oportunidades", assegurou. 

Ela destacou o reconhecimento do ato cooperativo na Reforma Tributária (PEC 45/2019) como o grande marco de 2023 e também na história do movimento. “A inclusão do dispositivo do adequado tratamento tributário e a criação de um regime específico de tributação para as cooperativas garante a segurança juridica e a competitividade necessárias para a continuidade e o fortalecimento das nossas atividades”, afirmou

Tania ressaltou a atuação da equipe de representação e articulação política do Sistema. “Foi um trabalho intenso e recompensador na defesa das cooperativas com diversos avanços em projetos de lei, com o fortalecimento do programa de Educação Política, e também no crescimento da presença do nosso movimento em fóruns governamentais. Nossa participação cresceu de 65 para 72 fóruns do Poder Executivo”. 

A superintendente elogiou ainda a parceria com a Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop). “É imprescindível ressaltar a atuação estratégica da frente, que se consolidou como a terceira maior do Congresso Nacional e demonstrou a força e influência do coop no cenário político brasileiro. Deputados e senadores entendem que o jeito de fazer negócios do cooperativismo contribui para gerar trabalho, renda e cidadania. Eles reconhecem a importância do nosso movimento”, completou. 

 

Resultados

AGO aprova plano de trabalho para 2024No âmbito do Poder Legislativo, 5.344 proposições foram acompanhadas pelo Sistema OCB no Congresso Nacional, 46 foram listadas como prioritárias e compuseram a Agenda Institucional do Cooperativismo). No total, 15 Medidas Provisórias tramitaram no Congresso, com impactos positivos para as cooperativas. 

Além de todo o trabalho de representação, o Sistema OCB incentivou as cooperativas na prospecção de novos negócios, na conexão com outras cooperativas, clientes, fornecedores e potenciais parceiros, em busca de transformar oportunidades em resultados comerciais e financeiros,. A meta BRC 1 Tri, que prevê movimentação financeira de R$ 1 trilhão  e alcançar 30 milhões de cooperados até 2027, segue firme. 

A relevância socioeconômica do movimento cooperativista ficou ainda mais explícita no Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2023. O panorama apontou que o número de cooperados brasileiros passou de 18,8 para 20,5 milhões, o que representa 10% da população. Além disso, o movimento registrou movimentação financeira de R$ 655,8 bilhões. 

Além disso, os resultados da pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) para medir os impactos do cooperativismo para a economia do país demonstrou que a cada R$ 1 gasto no coop, RS 2,92 retornam para a economia por seu efeito multiplicador. Os ganhos econômicos evidenciaram ainda um incremento no Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 5,1 mil por habitante nas localidades que contam com a presença de cooperativas. 

O Plano Safra 2023/24 contou novamente com a atuação ativa do Sistema OCB e o resultado contemplou, com destaque, diversos pleitos do cooperativismo. Foram disponibilizados recursos na ordem de R$ 364,22 bilhões para apoiar a produção agropecuária nacional e outros R$ 71,6 bilhões para a Agricultura Familiar. 

Na Câmara dos Deputados, o mercado de seguros ganhou evidência e, com o intuito de ampliar a participação das cooperativas nesse setor, o Sistema OCB articulou para acelerar a tramitação dos Projetos de Lei Complementar  101/2023 e 519/2018, que aguardam votação em Plenário. 

 

Projeção Internacional 

Além de todas as conquistas nacionais, o sistema cooperativista brasileiro apresentou sua atuação para o cenário internacional na COP 28, o maior congresso sobre mudanças climáticas do mundo, e exibiu cases de sucesso sobre inovação e sustentabilidade que contribuem para a redução de emissões de gases de efeito estufa. Parcerias estratégicas também permitiram o aumento das exportações de produtos e serviços coop, com ênfase para a participação do cooperativismo do Brasil em feiras internacionais e rodadas de negócios. 

 

Capacitação e Desenvolvimento 

Programas como o Capacitacoop, proporcionaram o desenvolvimento profissional de milhares de cooperados, com mais de 185 cursos oferecidos e 48 mil alunos formados. O Prêmio SomosCoop Excelência em Gestão reconheceu o empenho e impacto positivo das cooperativas engajadas com a melhoria de suas áreas de gestão. A premiação foi entregue para 56 coops agraciadas em diferentes níveis de maturidade.

O NegóciosCoop, que possui o objetivo de estimular a participação de cooperativas em novos negócios e mercados, foi renovado e se tornou uma vitrine exclusiva para o conhecimento de novos mercados e parcerias. O site foi atualizado para reunir mais informações, oportunidades e inteligência comercial. 

 

Comunicação

Só em 2023, o SomosCoop atingiu 166 milhões de impactos. Na televisão e em coberturas jornalísticas, 36,5 milhões de pessoas foram alcançadas com assuntos relacionados ao cooperativismo. A marca SomosCoop está consolidada e fortaleceu o engajamento de pessoas na transformação de um país com mais prosperidade. A campanha #BoraCooperar e buscou mostrar a força do coletivo para fazer a diferença.  

O site SomosCoop teve mais de 1 milhão de acessos. O SomosCoop na Estrada exibiu sua segunda temporada e o podcast PodCooperar disseminou o princípios e benefícios do coop para toda a sociedade. Para se modernizar, o coop também chegou ao TikTok, rede social que atinge a geração Z. O perfil @somoscoop compartilha  vídeos curtos e busca o engajamento de públicos mais jovens para o movimento. 

Para mais informações sobre as conquistas e projetos do cooperativismo brasileiro em 2023, acesse o relatório completo.

Confira também o vídeo com os principais destaques de 2023 em https://www.youtube.com/watch?v=4Y6onbZmW54

 

 Saiba mais:

Campanha do Sistema OCB/CE alerta para a importância da doação de órgãos e tecidos

 

 

Em parceria com a Central de Transplantes de Órgãos e Tecidos do Ceará, o movimento lançado pelo Sistema OCB/CE envolve cooperativas e cooperados em favor de uma iniciativa das mais nobres, humanas - possibilitar a continuidade da vida no outro. Um ato de amor ao próximo que pode ser decisivo para determinar a sobrevivência de uma pessoa.  

 

Setembro Verde, todo dia! 

Idealizada pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), a iniciativa busca conscientizar os cidadãos do Brasil para a realização de um último gesto de altruísmo em vida. Basta avisar os familiares sobre o seu desejo de manter-se vivo, eternizando-se no outro. Para ser um doador é simples: converse com seus familiares sobre o desejo de ser doador, deixando claro que eles devem autorizar a doação de órgãos e tecidos. A doação de órgãos só será feita após essa autorização. 

 

Um doador, vários beneficiados 

Para a Dr. Eliana Barbosa, coordenadora da Central Estadual de Transplantes de Órgãos e Tecidos, um único doador pode beneficiar vários receptores. “Eles são separados por órgãos e tecidos, tipos sanguíneos e outras especificações técnicas”. Esta lista única apresenta uma ordem cronológica de inscrição, sendo os receptores selecionados em função da gravidade ou compatibilidade sanguínea e genética com o doador. “A lista única assegura a seriedade e a transparência de todo o processo”. 

 

Verde, cor da esperança 

Por que o evento Setembro Verde? Entre os muitos meses do ano, a adoção da cor verde foi natural, pois simboliza a saúde e também a esperança e a liberdade. Um misto de símbolos perfeitamente adequados para reverenciar uma data especial, destinada a agradecer o altruísmo e o amor ao próximo, demonstrado pela figura do doador de órgãos. 

 

Cooperação e doação

O presidente do Sistema OCB-SESCOOP/CE, João Nicédio Nogueira, destaca que a doação de órgãos e tecidos foi tema do Dia C 2020. Segundo ele, esse ato de cidadania, de solidariedade e de amor tem a cara do nosso movimento. “Sendo a cultura da cooperação um meio de se alcançar o bem comum, e o cooperativismo a ferramenta que transforma o mundo em um lugar mais justo, feliz, equilibrado, doar órgãos e tecidos é cooperar com a vida”. 

 

Mercado de seguros é destaque em conferência internacional

O deputado federal Diego Andrade (PSD-MG), membro da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), aceitou o desafio proposto pela superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, e se comprometeu a defender as demandas do cooperativismo na tramitação dos Projetos de Lei Complementar (PLP) 101/2023 e 519/2018 (apensado), que alteram a legislação brasileira para ampliar as possibilidades de operações de seguros por cooperativas. As propostas aguardam votação no Plenário da Câmara dos Deputados, mas o Sistema OCB entende serem necessários ajustes importantes para que as especificidades do modelo de negócios cooperativista sejam efetivamente atendidas.

Tania ressaltou a importância do Sistema OCB como entidade de representação do cooperativismo no Brasil e do trabalho que vem sendo desenvolvido para garantir uma maior participação das cooperativas no mercado de seguros. “Precisamos estar atentos e nos preocupar com o formato da legislação que será aprovada pelo Congresso Nacional. Nosso modelo de negócios possui particularidades que precisam ser consideradas. E, para isso, já realizamos várias reuniões com o relator do projeto, deputado Vinicius Carvalho (SP) e contamos com o apoio do deputado Diego Andrade aqui presente para nos ajudar nessa missão”.

Diego Andrade assumiu o compromisso durante o painel de encerramento da 28ª Conferência ICMIF Américas, que abordou o tema da regulamentação das cooperativas de seguro no Brasil. “O desafio está aceito. Vou agendar reunião com o deputado Vinicius Carvalho para entender o andamento do relatório e iniciar as conversas para que o texto inclua às demandas do cooperativismo. Essa defesa é fácil porque se trata de uma medida que beneficia a população, aumentando a competitividade do setor e as oportunidades para o cidadão. Então, é um tema cem por cento convergente com o interesse público”, declarou.

O parlamentar solicitou o apoio do Sistema OCB para destacar a importância da medida. “Precisamos mobilizar os deputados para mostrar a importância desse projeto e, para isso, vou precisar muito da ajuda do Sistema OCB. Vamos articular para que ele entre em pauta o mais rápido possível, já que o requerimento de urgência já está aprovado. É hora de avançarmos. É uma regulamentação importante e que o governo também já demonstrou interesse em aprovar. Mas precisamos encontrar a dose certa, para que, no final, a participação das cooperativas seja realmente efetiva e segura”, complementou.

O painel, mediado por Tania, também contou com a participação do consultor Luiz Assi, que apresentou um panorama da atuação das cooperativas no mercado de seguros brasileiro. Ele explicou que, atualmente, a legislação autoriza essa participação apenas para áreas agrícolas, de saúde e de acidentes de trabalho. “Ainda assim, a empresa precisa ser uma sociedade anônima para oferecer esses serviços”, relatou. Segundo Assi, há um leque de oportunidades para as cooperativas nesse mercado, uma vez há brechas importantes entre as opções oferecidas. “Uma delas e que é significativa, é a baixa concentração de seguros no país, apesar das 130 operadoras em atividade”.

De acordo com dados apresentados por Assi, apenas 30% da frota nacional de veículos é segurada. Em outras modalidades, as percentagens são ainda menores: 17% para residências; 10% para áreas cultivadas; 13% para previdência complementar da população economicamente ativa; e 17% para seguro de vida. “Em média, apenas 10% da população tem seguro. Estes dados nos mostram a importância do Projeto de Lei em tramitação. Isso porque o cooperativismo chega em lugares nos quais outras empresas não chegam por não ter acesso ou por falta de interesse”, explicou.

Ainda segundo Assi, os Projetos de Lei em tramitação precisam ser ajustados para respeitar as características do movimento, em consonância com a Lei 5.764/71, que regulamenta a atuação das cooperativas no Brasil. “A proposta apresentada restringe, por exemplo, a operacionalização dos seguros por cooperativas apenas para cooperados, o que fere a Lei das Cooperativas, uma vez que ela permite operações com não cooperados. Outros pontos importantes, são a previsão para que as cooperativas possam atuar com resseguros e a retirada da restrição quanto a atuar com capitalização. Além disso, consideramos importante que a medida inclua a previsão de constituição das cooperativas de seguro sobre a forma de centrais, federações ou confederações”, completou.

No mundo

A participação das cooperativas de seguro no mercado mundial é de 26,2% segundo dados da ICMIF. Na América do Norte, 38,4% dos seguros contratados são operacionalizados por cooperativas, enquanto na Europa são 31,9%. A Holanda (59,4%) e a França (52,6%) são os países com os maiores índices de participação das cooperativas no mercado de seguros. Já na América Latina, a participação é de apenas 10,5%, com liderança da Argentina, que opera 20,24% das negociações.

A atuação das cooperativas de seguro na Argentina foi destacada por Julian Garcia, diretor da Adera. Segundo ele, das 191 empresas que operam no mercado do país, 14 são cooperativas. “Cerca de 65% dos seguros contratados são para cobertura de veículos, mas também atuamos nas outras categorias. Defendemos a participação das cooperativas no mercado por diversos motivos, entre eles, a geração de emprego, o fomento ao empreendedorismo, a contribuição para a estabilidade econômica do país, e a justa distribuição de benefícios”, afirmou.

O exemplo da França também foi apresentado durante a conferência. Yves Pellicier, presidente da Maif Assurante destacou, em participação por vídeo, a representantividade da cooperativa de seguros criada há 9 anos no país europeu. “Desenvolvemos um modelo de seguro centrado no ser humano. Cada membro é segurador e segurado. Essa singularidade se reflete em todas as nossas ações. Trata-se de um modelo responsável e eficiente que se baseis na lealdade dos nossos segurados e não na vitória a todo custo”.

Segundo ele, a Maif conta atualmente com 4,2 milhões de sócios e membros e é a principal seguradora de associações e estabelecimentos públicos da França. Conta ainda com 3,4 milhões de contratos em seguro pessoal; 3,3 milhões de casas seguradas; 3,6 milhões de veículos segurados, o que a torna a sexta maior operadora de contratos para proteção veicular do país. “São mais de 10 mil colaboradores e 21 bilhões de euros em ativos e, em 2022, nosso volume de negócios ultrapassou 4,5 milhões de euros”, complementou.

ICMIF: A entidade setorial da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) representa mais de 200 cooperativas e mútuas em 61 países. Em 2021, essas afiliadas registraram receitas de prêmios superiores a R$ 1,41 trilhões e mantiveram R$ 10,4 trilhões em ativos. Os números demonstram a significativa presença das cooperativas, responsáveis por aproximadamente 30% do mercado global de seguros. A 28ª Conferência ICMIF Américas foi realizada pela primeira vez no Brasil. A Seguros Unimed, braço segurador e financeiro do Sistema Unimed, foi a anfitriã do evento que, este ano, teve como tema “Preenchendo as Lacunas de Proteção”. Apoiada também pelo Sistema OCB, a conferência contou com a participação de 200 representantes de 12 países.

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2º Congresso Distrital do Cooperativismo abordará temas como inovação, novos negócios, comunicação e ESG

O cooperativismo, como modelo de negócio fundamentado na cooperação e solidariedade, é uma força consciente para o desenvolvimento econômico e social em todo o mundo. No Distrito Federal, não é diferente. Com uma base sólida de cooperativas atuantes em diversos ramos, é imperativo que essas organizações estejam na vanguarda das práticas de negócios inovadores e sustentáveis. 

É com esse propósito que o Sistema OCDF-SESCOOP/DF se prepara para sediar o 2º Congresso Distrital do Cooperativismo, um evento que reunirá líderes cooperativistas, especialistas e acadêmicos para discutir temas importantes para os ramos do DF. Com uma programação dinâmica e repleta de atividades, o Congresso abordará temas que envolvem inovação, comunicação, negócios, intercooperação, ESG (Environmental, Social and Governance) e representação cooperativista. 

O Congresso contará ainda com duas convidadas especiais para conversar com o público. A atriz, roteirista, produtora, diretora e apresentadora, Dani Suzuki, fará uma apresentação com o tema “O futuro é humano” e a jornalista e especialista em ESG, Giuliana Morrone, falará sobre governança consciente e os aspectos importantes do ESG. Autoridades, como o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, também estão confirmadas para o evento. 

A comunicação eficaz é um aspecto essencial para o sucesso das cooperativas. No Congresso, serão compartilhadas melhores práticas e estratégias para aprimorar a comunicação interna e externa das cooperativas, fortalecendo o relacionamento com todos aqueles que estiverem envolvidos na prática. 

Os participantes do Congresso terão a oportunidade de aprender como integrar os princípios ESG em suas estratégias de negócios, promovendo a sustentabilidade ambiental, a equidade social e a governança corporativa transparente e ética. 

As inscrições para participar do 2º Congresso Distrital do Cooperativismo já estão abertas e podem ser feitas clicando aqui

Dia C reforça poder transformador da cooperação

Com o Dia C 2023, mais de 3 milhões de pessoas foram beneficiadas em todo o país

 

O Dia C 2023 foi marcado por avanços significativos. Cerca de 3 milhões de pessoas foram beneficiadas pelas ações desenvolvidas por mais de mil cooperativas participantes nas cinco regiões do país. “As cooperativas mostraram, mais uma vez, a capacidade de promover mudanças positivas. As ações do Dia C representam a essência cooperativista e fortalecem o poder transformador do voluntariado para a construção de um futuro mais solidário e justo para todos. Estamos muito orgulhosos dos resultados alcançados em 2023", afirmou o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas. 

O número de iniciativas realizadas registrou um aumento de 17% quando comparado a 2022. No total, 5.586 ações foram desenvolvidas em 2.005 municípios. Assim, mais de um terço das cidades brasileiras (36%) receberam alguma atividade voluntária. O total de envolvidos também apresentou um crescimento significativo. Foram mais de 140 mil voluntários, número 41,3% superior ao de 2022. Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) também foram contemplados. Os que alcançaram maior evidência foram o de Educação de Qualidade (4) e o de Saúde e Bem-Estar (3) 

As iniciativas foram registradas no período de 1º de janeiro de 2023 até 19 de janeiro deste ano. Para Joaci Medeiros, analista de Desenvolvimento de Cooperativas, o novo sistema de registro de iniciatias sociais implementado pelo Sistema OCB em 2023, contribuiu para uma simplificação na captação das informações e iniciativas. “Em breve, teremos também um relatórido detalhado com o registro das ações por estado e que será compartilhado com as Organizações Estaduais”, ressaltou. 

A campanha 2024 começa em 1º de fevereiro. Segundo Joaci, a expectativa é de que neste novo ciclo, o cooperativismo possa ampliar ainda mais o impacto positivo nas comunidades brasileiras por meio do voluntariado. “O Sistema OCB reforça o compromisso de apoiar e fortalecer as iniciativas sociais cooperativistas em todo o país”, complementou. 

Saiba Mais: 

Sistema OCB celebra avanços em 2023

Coops Day e Dia C reforçam boas práticas do movimento

Cooperativas levam cultura e diversão para comunidade 

 

Sistema OCB participa da inaguração da usina fotovoltaica da CCampo

Projeto pironeiro faz parte de parceria do Sistema OCB com a Confederação Alemã de Cooperativas

 

Usina conta com 146 placas solares para a produção de energia limpaO Sistema OCB participou, nesta terça-feira (27), do evento de inauguração da Usina Fotovoltaica da CCampo, a Cooperativa Agrícola Mista de Produtores do Oeste do Pará, localizada no município de Santarém. Resultado de uma parceria da Casa do Cooperativismo com a Confederação Alemã das Cooperativas (DGRV), a OCB/PA e a própria cooperativa, a usina tem capacidade para gerar 70% da energia necessária para processar e congelar as polpas de frutas produzidas pelos cooperados. “É uma iniciativa extraordinária que possibilita o desenvolvimento sustentável, reduz o custo de energia e contribui para a geração de energia limpa”, afirmou Laís Nara Castro, analista de Sustentabilidade do Sistema OCB. 

A usina entrou em operação em setembro de 2023 e tem capacidade para gerar até 74 KWp/ano em energia fotovoltaica. Para isso, foram instaladas 146 placas solares. “Nesses cinco meses já registramos uma economia significativa nos custos de energia, que sempre foi um dos nossos principais gargalos. A usina tem colaborado diretamente com a sustentabilidade do nosso negócio. Temos, inclusive, o objetivo de criar um fundo para utilizar parte dos recursos economizados em novos investimentos, inclusive para diversificar nossa oferta de produtos”, destacou Mário Zanelato, presidente da CCampo. 

Camila Japp, diretora da DGRV no Brasil, salientou os ganhos do projeto para além da geração de energia na usina. “Esperamos que essa geração de energia não fique perdida. Esperamos que chegue nos cooperados, no campo. Esse deve ser um projeto circular, com sustentabilidade, energia renovável e não o fim, mas o meio. Que o fim seja chegar no campo e na qualidade de vida das pessoas envolvidas. Parabenizo a CCampo por ter acreditado na nossa parceria e ter estruturado este grande projeto”. 

A analista Laís Castro também reforçou a importância do projeto. “Acreditamos que o desenvolvimento econômico, pautado na sustentabilidade, leva e continuará levando o cooperativismo a um grande lugar de destaque. Poder trazer para coop um método de produção socialmente justo, economicamente viável e ambientalmente correto é muito importante para o sistema como um todo. É bom para a região, para o Pará e para o cooperativismo de um modo geral. Agradecemos aos nossos parceiros e esperamos impulsionar, cada vez mais, soluções alinhadas à sustentabilidade do negócio das cooperativas”, acrescentou. 

Para o presidente da OCB/PA, Ernandes Raiol, a inauguração da usina representa um investimento com retorno real. “É fantástico! Traz novas perspectivas para a cooperativa, uma vez que a economia gerada permite novos investimentos e ampliação da capacidade de produção. Parcerias como essa são fundamentais e nosso desejo é que tenhamos muitas outras para alavancar ainda mais o cooperativismo no nosso estado. Ele já é pujante, mas pode ainda mais”, declarou. 

Representantes do Sistema OCB, OCB/PA, DGRV e CCampo cortam fita de inauguração da usina fotovoltaicaJá o gerente de Desenvolvimento de Cooperativas da OCB/PA, Diego Andrade, considerou a inauguração da usina a concretização de um processo que aprimorou o processo de gestão do cooperativismo no estado. “Para consolidar esse projeto, precisamos entender detalhes importantes como as fragilidades na sustentabilidade no modelo de negócios da CCampo e de competitividade no mercado. Com a inauguração da usina, fechamos um ciclo e já começamos a planejar outros”, ressaltou. 

 

Aceleracoop

A Usina Fotovoltaica da CCampo é considerado o projeto piloto do Programa Aceleracoop, lançado em 2020 pelo Sistema OCB. Atualmente denominado NegóciosCoop, o programa foi criado para apoiar o fortalecimento de cooperativas com foco no aprimoramento dos processos de gestão e governança. A partir da parceria do Sistema com a DGRV,  o programa identificou a OCB/PA como pioneira no trabalho com cooperativas da agricultura familiar e a motivação da CCampo em revitalizar seu modelo de negócios para aumentar a capacidade de produção, melhorar a logística, reduzir custos e aprimorar as práticas de gestão. 

No processo de assistência técnica liderada pelo Sistema OCB e a DGRV, destacaram-se os elevados custos energéticos da CCampo. Um diagnótico de eficiência permitiu identificar os motivos e determinar estratégias para reduzir o consumo. Uma delas foi justamente a instalação de uma central de energia solar. O investimento na geração de energia limpa, proporcionará redução de custos e impulsionará o negócio da cooperativa.

 

Saiba Mais:

Assembleia Geral Extraordinária da OCB/CE: Discussões Estratégicas e Reconhecimento à Excelência Cooperativista


 

Ontem (19/12), a OCB/CE promoveu uma Assembleia Geral Extraordinária que marcou uma etapa significativa no fortalecimento do cooperativismo cearense. Durante a AGE, foram abordados temas cruciais, desde a negociação da CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO com o SINTRACOOP MÉDIO NORDESTE para 2024/2025 até a aprovação do Regimento Interno do Conselho de Ética Cooperativista, refletindo o compromisso com a integridade e ética.

Momento "SomosCoop Excelência em Gestão"

Durante esse evento, também comemoramos o compromisso com a excelência das cooperativas cearenses com a entrega do Selo do "Prêmio SomosCoop Excelência em Gestão - CE". No ciclo de 2023, 8 cooperativas se inscreveram, e 5 delas receberam o Selo Compromisso com a Excelência, pois alcançaram média simples entre os índices de Governança e Gestão superior a 80%.


O selo de reconhecimento é uma forma de comunicar à sociedade que nossas cooperativas estão buscando a excelência na gestão e atingiram um nível que permitem o reconhecimento de seus esforços e desempenhos.

Selo de Reconhecimento: "Primeiros Passos"
SICREDI CE
COOCIRURGE
COOPANEST CE
COOPEGO

Selo de Reconhecimento: "Compromisso com a Excelência"
UNIMED FORTALEZA

Esses selos destacam o comprometimento dessas cooperativas com práticas de gestão exemplares, refletindo o esforço contínuo em promover a qualidade, a competitividade e o desenvolvimento do cooperativismo no Ceará.

Essa iniciativa representa um reconhecimento nacional às cooperativas que trazem para a excelência cooperativista, impulsionando a governança cooperativa, aprimorando os processos gerenciais e alcançando desempenho exemplar. O Sistema OCB/CE parabeniza todas as cooperativas reconhecidas, incentivando a busca contínua pela excelência e pelo fortalecimento do cooperativismo em nosso Estado.

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Sistema OCB lança site sobre LGPD no coop

Durante a Semana de Competitividade 2022, o Sistema OCB lançou diversas novidades para o cooperativismo brasileiro. Nesta sexta-feira (26), foi a vez da Assessoria Jurídica anunciar, em evento ao vivo transmitido pelo Youtube, que já está no ar o site sobre a Lei Geral de Proteção de Dados no cooperativismo, ou LGPD no coop.  A iniciativa tem por objetivo auxiliar as cooperativas na implementação e nos processos de conformidade da regulamentação. A apresentação foi comandada pela gerente jurídica, Ana Paula Andrade Ramos, e pelo advogado especialista em Privacidade e Proteção de Dados (DPO), Christian Groff.

De acordo com a gerente Jurídica a ideia é estimular os gestores a adequarem os procedimentos das cooperativas em consonância com as regras da LGPD, além de alertar sobre as dificuldades que podem se apresentar durante a implementação, bem como sobre as consequências da omissão. “O Sistema OCB tem trabalhado muitos aspectos relacionados à LGPD nos processos internos, a fim de assegurar que nossas entidades estejam em conformidade e sigam boas práticas jurídicas, organizacionais e de segurança da informação.  Mas, para além disso, queremos também auxiliar as cooperativas a compreenderem os impactos da LGPD sobre os negócios que realizam. O site é uma das ações para alcançar este objetivo”, explicou.

Ainda segundo ela, no site, as coops poderão buscar informações sobre como se adequar à lei, quais os principais conceitos, cartilhas, vídeos e outros materiais orientativos, que serão mantidos atualizados de acordo com o avanço da regulamentação da LGPD pela ANPD [Autoridade Nacional de Proteção de Dados. Assim, a plataforma conta com informações sobre como se adequar à LGPD; as bases regulatórias; quem são os agentes responsáveis pelo tratamento destes dados; o que são dados pessoais; esclarecimento de dúvidas e materiais de apoio.

“Com exceção das cooperativas muito pequenas e com reduzido número de associados, operações ou faturamento, todas as demais deverão nomear Encarregado pelo Tratamento de Dados Pessoais (DPO) para estarem em conformidade com a LGPD. A ausência de nomeação do DPO, vale lembrar, é inclusive infração à lei e pode gerar a aplicação de penalidades. Em linhas gerais, a pessoa física ou jurídica que ocupa esta posição é responsável por coordenar um Programa de Proteção de Dados Pessoais robusto, tangível e útil para a cooperativa, estabelecendo uma linha de equilíbrio entre o desenvolvimento dos negócios e a conformidade”, reforçou Christian Groff.

Acesse o site LGPD no coop: lgpd.somoscooperativismo.coop.br

Atuação OCB - Desde a promulgação da LGPD, o Sistema OCB vem desenvolvendo materiais e capacitações para auxiliar as cooperativas a se adequarem a nova norma. Já foram disponibilizados os e-books: Manual Prático de Segurança na Internet e LGPD no Cooperativismo: como se adaptar. Também foram realizadas capacitações via webinários em outubro de 2020 e reunião técnica, em setembro de 2021, quando as penalidades passaram a vigorar. Nas plataformas InovaCoop e CapacitaCoop e no canal do Sistema no Youtube é possível acessar os materiais.

Assista a live na íntegra:

 

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Quer inovar na pauta ESG? Fique atento às tendências para 2024

A agenda ESG é uma realidade para as cooperativas brasileiras. A sigla em inglês se refere a Environmental, Social and Governance, que se traduzem como ações ambientais, sociais e de governança. 

De acordo com o Diagnóstico ESG, pesquisa realizada pelo Sistema OCB para conhecer o grau de aderência das coops a esses pilares de sustentabilidade, as coops brasileiras estão afinadas com a pauta e se destacam em quesitos como o cumprimento de leis e normas, conformidade social e ambiental e práticas trabalhistas. 

Os resultados confirmam que o cuidado com as pessoas, com o meio ambiente e com a ética na gestão é parte indissociável do dia a dia das cooperativas brasileiras. Ao mesmo tempo, a pesquisa também apontou desafios para implementação de ações ESG de forma mais abrangente em algumas áreas, principalmente na dimensão ambiental.  

De olho nessa oportunidade e com a clareza de que o futuro dos negócios será cada vez mais ESG, as cooperativas devem se preparar para colocar em prática iniciativas que ajudem a transformar ainda mais a forma de fazer negócios no coop. 

Além disso, a agenda ESG está cada vez mais conectada às estratégias de inovação e os dois temas devem ser abordados de forma integrada nos planejamentos das cooperativas. “Iniciativas que focam no mapeamento e tratamentos dos impactos causados são somadas às novidades, ações de maior eficiência e eficácia, com maior margem para escalabilidade e replicabilidade. Elas são impulsionadas não apenas pela necessidade de responder a desafios sociais e ambientais, mas também pela crescente demanda de mercado, por práticas mais responsáveis e sustentáveis”, analisa o gerente do Núcleo de Inteligência e Inovação do Sistema OCB, Guilherme Costa. 

Com base no relatório anual da Gartner, empresa especializada em consultoria, pesquisa e inovação, listamos as principais tendências de ESG para 2024:

Tecnologias sustentáveis 

Uma das principais tendências para 2024 é o desenvolvimento e adoção de tecnologias sustentáveis, ou seja, soluções digitais que impulsionem os resultados ESG. 

Nessa tendência, a simbiose entre inovação e ESG fica clara, com a criação de ferramentas que ajudem a operacionalizar ações de sustentabilidade ambientais, sociais e de governança, colocando a tecnologia a serviço de práticas empresariais mais responsáveis nas três dimensões.

As soluções digitais com impulso ESG podem fornecer, por exemplo, novas formas de gerenciar ativos, melhorar o desempenho energético, garantir a rastreabilidade de produtos, ampliar o acesso a dados relevantes para a gestão dos negócios, entre outras possibilidades. 

Conexão para inovar

Uma oportunidade para as cooperativas nessa área é a conexão com as chamadas cleantechs, startups dedicadas ao desenvolvimento de tecnologias verdes. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), há cerca de 100 cleantechs ativas em todo o país, com soluções tecnológicas ligadas à qualidade do ar, energia limpa, agropecuária sustentável, eficiência energética, entre outras. 

Por meio da análise de dados qualificada, uso de inteligência artificial e algoritmos, as cleantechs podem desenvolver soluções tecnológicas capazes de aumentar a produtividade ao mesmo tempo em que reduzem desperdícios e 

minimizam o impacto ambiental dos processos, em um círculo virtuoso de sustentabilidade. 

Evolução das energias limpas 

Mais de 85% da energia elétrica utilizada no Brasil vem de fontes renováveis, principalmente de geração hidrelétrica, segundo o Balanço Energético Nacional 2023. Além de ter uma das matrizes elétricas mais limpas do mundo, o país oferece muitas oportunidades de crescimento no setor de energias renováveis, o que representa uma grande vantagem competitiva em um cenário global que privilegia as soluções verdes e o desenvolvimento sustentável. 

Em uma tendência ESG para 2024, a transição rumo a uma matriz elétrica ainda mais renovável tende a ganhar força com o uso cada vez mais recorrente de fontes como eólica, solar, biomassa, biogás, além de pequenas hidrelétricas, que têm menos impacto ambiental que usinas de grande porte.

Cooperativismo na vanguarda

O crescimento e a diversificação das fontes de energia limpa estão no radar das cooperativas brasileiras há muitos anos, e algumas delas são referência em tecnologias de produção e uso de energias renováveis. Além do impacto direto sobre o meio ambiente, a questão também se tornou um diferencial competitivo para os produtos com a marca coop. 

Em Bento Gonçalves (RS), a Cooperativa Vinícola Aurora – maior coop de produção de vinhos do Brasil – tem investido desde 2019 na transição energética e hoje só utiliza eletricidade proveniente de fonte limpa, totalmente renovável e que não agride o meio ambiente. Toda a energia que abastece as três plantas industriais da vinícola vem de usinas eólica, solar, de biomassa, e de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs). 

A readequação energética da vinícola cooperativa é certificada por uma empresa de gestão de energia e reavaliada anualmente para validar a utilização de energia 100% renovável. Com a conversão da matriz energética, desde 2019, a Cooperativa Vinícola Aurora deixou de emitir na atmosfera 1.373 toneladas de dióxido de carbono (CO2), que provoca o aquecimento global.  Apenas em 2022, foram 217 toneladas de CO2 a menos, um esforço equivalente à manutenção de uma floresta com 6 mil árvores. 

Descarbonização da produção 

O agravamento da crise climática, com eventos extremos registrados em várias partes do mundo, tem deixado claro que as respostas para frear o aquecimento do planeta têm de ser rápidas e em grande escala. 

Reduzir as emissões globais de dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa não é apenas uma missão ambiental, mas uma tarefa que está diretamente relacionada à sustentabilidade econômica. Na agricultura, por exemplo, frear o aquecimento global é fundamental para a sobrevivência dos negócios, porque a produção tem sido cada vez mais afetada por secas extremas ou chuvas fora do padrão. 

Menos carbono no coop

No cooperativismo, o ramo agropecuário é justamente um dos que mais se destaca na busca de soluções para descarbonizar a produção. Técnicas de agricultura de baixo carbono tem se difundido entre as coops, que aliam tecnologia e experiência no campo para garantir benefícios ambientais e ganhos de competitividade para os produtores cooperados. 

No Sul do Brasil, a Coopercampos – gigante cooperativista de cereais, sementes, insumos e agroindústria – aposta na inovação para reduzir emissões de CO2 em suas áreas de produção em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. 

Em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a cooperativa criou um programa para avaliar a qualidade de manejo dos solos e identificar as melhores oportunidades de retenção do carbono na terra, evitando a emissão do gás para a atmosfera. No projeto  Clube do Carbono, a Copercampos incentiva seus cooperados a utilizar técnicas como o plantio direto na palha e outras práticas conservacionistas. 

No plantio direto, por exemplo, a semeadura é feita na palha da cultura anterior, sem a necessidade de queimar a área nem de revolvimento da terra, reduzindo a liberação de CO2. A incorporação da matéria orgânica ao solo também mantém a umidade e beneficia a nutrição das plantas, aumentando a produtividade.

Transparência das ações climáticas

O compromisso com o enfrentamento da crise climática também requer a medição e divulgação das ações de combate do aquecimento global de maneira transparente e qualificada. Na hora de comunicar os indicadores ESG aos cooperados, consumidores e sociedade, há várias estratégias para compartilhar os resultados com credibilidade. 

A Organização das Nações Unidas (ONU), por exemplo, fornece parâmetros para medição e avaliação de estratégias corporativas de sustentabilidade a partir da relação com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma série de metas globais a serem alcançadas até 2030. 

A ferramenta mais comum para a comunicação de iniciativas ESG, incluindo as ações climáticas, são os relatórios de sustentabilidade. Em todo o mundo, o modelo mais usado para esse tipo de documento é o padrão GRI,  sigla de Global Reporting Initiative, uma organização internacional sem fins lucrativos que fornece padrões com uma linguagem comum para as instituições comunicarem seus impactos. 

Relatórios cooperativistas

No Brasil, o padrão GRI é adotado por diversas cooperativas na demonstração de suas iniciativas de sustentabilidade, como a Frísia, a Cocamar, a Integrada Cooperativa Agroindustrial, a Coopercitrus, o Sicoob, o Sicredi e diversas cooperativas do Sistema Unimed, além de Organização Estaduais como o Sistema Ocemg, de Minas Gerais. 

Em outra frente de transparência das ações de combate ao aquecimento global, o Sistema OCB está trabalhando para disponibilizar uma ferramenta que auxilie as cooperativas na elaboração de seus inventários de gases de efeito estufa, um mapeamento de todas as emissões produzidas por elas. O inventário é o primeiro passo para identificar o potencial de redução de carbono em cada setor e definir investimentos mais assertivos. 

Aumento da frota de carros elétricos

As vendas de carros elétricos no Brasil quase dobraram em 2023, com 93.927 emplacamentos em todo o país, com crescimento em todas as regiões, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico. Em 2024, janeiro também já registrou recorde de vendas, com 12.026 novos carros elétricos na rua.  

Os números mostram o potencial da eletromobilidade como uma das principais tendências ESG para 2024 e projetam o aumento recorde da frota eletrificada até o fim do ano. A eletrificação da frota tem impactos ambientais diretos, com redução do uso de combustíveis fósseis, menos emissão de poluentes no ar e redução do nível de ruídos. 

No Brasil, o setor de transporte é responsável por cerca de 45% das emissões CO2, principalmente pela utilização majoritária do modal rodoviário. Para se ter uma ideia, um caminhão de carga emite 77 quilos de gases de efeito estufa a cada 100 quilômetros rodados. 

Caminhão elétrico cooperativista – Atenta à responsabilidade do segmento de transporte rodoviário de carga para mudar esse cenário, a Cooperativa de Transportadores Autônomos de Cargas e Passageiros da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Coopmetro) começou a fazer a sua parte e colocou na rua o primeiro caminhão elétrico de sua frota. O veículo não depende de combustível, não gera poluição do ar nem sonora, e a energia elétrica usada no abastecimento é de fonte renovável, gerada em uma usina solar da cooperativa. O projeto de eletrificação da frota está em fase piloto e a Coopmetro pretende testar novos caminhões elétricos este ano. 

Em outra contribuição coop para estimular o uso de veículos elétricos, a cooperativa gaúcha Certel Energia inovou ao instalar o primeiro posto para carregamento de carros elétricos do município de Teutônia, na região central do Rio Grande do Sul. 

A falta de postos de recarga é um dos principais desafios para a ampliação do número de veículos elétricos no Brasil.  De acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), há 3,8 mil eletropostos públicos ou semipúblicos em todo o país, mas a maior parte está concentrada nos grandes centros urbanos. 

Buscador de tendências

Quer saber mais sobre tendências de inovação para 2024 e como elas podem aumentar a competitividade da sua cooperativa? Acesse agora o InovaCoop - plataforma de inovação do Sistema OCB - e comece o curso “Pesquisador de tendências”. A capacitação ensina a identificar e mapear tendências e a utilizar essas informações a favor do seu negócio.

Construindo juntos estratégias para o coop

Ser a voz de milhões de brasileiros que escolheram o cooperativismo como fonte de trabalho e renda é, sim, uma grande responsabilidade. São mais de 20 milhões de pessoas, de Norte a Sul do país, que acreditam na união e na gestão democrática como caminho de crescimento. Dessa forma, cooperados de todo o Brasil conquistam diariamente o seu espaço no mundo dos negócios e na sociedade. E os números mostram a força do nosso movimento. Só em 2023, as cooperativas registraram R$ 966,6 bilhões em ativos. 

Por isso, defender as bandeiras do cooperativismo é uma missão que o Sistema OCB leva a sério e faz com muito orgulho. Esse é um trabalho feito por muitos, a partir da troca de ideias, do desenho de estratégias e da construção conjunta, bem no estilo coop. “E são as próprias cooperativas que definem suas pautas prioritárias e compartilham com o nosso time de especialistas nos estados e na Unidade Nacional. Um material que depois é transformado em um grande plano de ação anual com temas comuns a todas as cooperativas. E as particularidades de cada segmento são contempladas em planos específicos”, explica o coordenador de ramos do Sistema OCB, Hugo Andrade.  

Esse processo acontece dentro dos Conselhos Consultivos do Sistema OCB. Hoje, as 4.693 cooperativas brasileiras estão organizadas em sete ramos diferentes, de acordo com a atividade econômica que realizam. E cada um dos ramos tem o seu próprio conselho. Eles são formados por representantes de cooperativas regulares com a OCB, indicados pelas nossas Organizações Estaduais. A participação nos conselhos também é aberta a colaboradores dos estados. Nada mais justo, afinal eles estão bem próximos às coops e acompanham de perto as suas atividades. No caso específico dos ramos Crédito e Saúde, existem também as indicações feitas pelas confederações atuantes nesses segmentos. 

Coordenação

Para organizar ainda mais os processos e facilitar a interlocução entre as cooperativas e o Sistema OCB, cada conselho consultivo tem uma coordenação. Ela pode ser colegiada, ou seja, formada por dois ou mais conselheiros, como é o caso do Ramo Trabalho, Produção de Bens e Serviços. Existe também a possibilidade dessa coordenação ser exercida por um representante escolhido pelo grupo, como acontece, por exemplo, com o Ramo Consumo. A cada dois ou três anos, os coordenadores são alterados, podendo variar o tempo de permanência de um conselho para o outro. 

E qual seria exatamente o papel da coordenação? Os coordenadores ficam responsáveis por representar o conselho nos órgãos estatutários da OCB, convocar as reuniões, dar encaminhamento ou executar diretamente as deliberações definidas pelo grupo de conselheiros. É importante que os coordenadores busquem sempre o consenso nas discussões e reforcem os posicionamentos em todos os espaços de interação, mantendo uma posição uniforme no trato de todas as questões de interesse dos ramos.   

 Curiosidade
Você sabia que a atuação dos conselhos está prevista no Estatuto da OCB desde 1977? Eles foram criados pela própria diretoria da instituição, como uma estrutura auxiliar, trazendo contribuições diretamente da base. Com isso, ganha o cooperativismo e todo o sistema, com ações, projetos e planejamentos que espelham a realidade, as necessidades e os desafios de todas as cooperativas.     

É justamente isso que destaca o coordenador de ramos do Sistema OCB: “Os conselhos consultivos têm o papel essencial de trazer para os espaços de debate nacional as demandas que são prioritárias para cada ramo, espelhando também as especificidades de cada um dos estados. Portanto, é essencial que os conselheiros olhem para além das cooperativas às quais eles estão vinculados e proponham ações e projetos que possam fortalecer os ramos como um todo”, comenta Hugo Andrade.

Como os conselhos consultivos funcionam na prática? 

Via de regra, os conselhos consultivos se reúnem, pelo menos, uma vez por ano. E depois da pandemia, esses encontros passaram a acontecer, em sua maioria, no formato on-line. Esse tipo de definição, sobre a periodicidade dos encontros, consta no regimento interno de cada conselho. É neste mesmo documento que são descritas a missão, as competências, a forma de coordenação, entre outros pontos.

Existem estruturas complementares ligadas aos conselhos consultivos. São as câmaras temáticas, que têm funções ainda mais específicas, se reúnem mais vezes durante o ano e discutem temas mais peculiares. O Ramo Infraestrutura, por exemplo, conta com três câmaras temáticas – de Geração Distribuída, de Distribuição de Energia e de Habitação.  

Números em destaque

7 conselhos consultivos, um para cada ramo do cooperativismo

20 câmaras temáticas discutindo temas específicos

Cerca de 300 pessoas – entre representantes de cooperativas e de organizações estaduais participando dos conselhos consultivos e das câmaras temáticas

Todos os debates contam com a participação ativa da equipe técnica dos Sistema OCB

 Conheça os 7 ramos do cooperativismo

  • *Agropecuário

  • *Consumo

  • *Crédito

  • *Infraestrutura

  • *Saúde

  • *Trabalho, Produção de Bens e Serviços

  • *Transporte  

 Conquistas na prática

O resultado desse trabalho feito em conjunto com as próprias cooperativas, as organizações estaduais da OCB e o nosso time de especialistas pode ser visto na prática. Acordos de cooperação técnica com órgãos do governo, realização de missões e elaboração de planos de ação estruturantes são alguns exemplos. Isso, sem falar na constante avaliação e proposição de políticas públicas e legislações que estimulem um ambiente favorável à atuação e ao desenvolvimento do cooperativismo em todo o país. E neste último ponto, em especial, contamos também com a Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop). 

Perspectivas para 2024

Segundo Hugo Andrade, o objetivo é contar com os conselhos consultivos para o fortalecimento de todos os ramos do cooperativismo, a partir do compartilhamento de informações que subsidiem a atuação técnica do Sistema OCB. “Estamos constantemente atentos às necessidades e aos desafios das cooperativas brasileiras para ajudá-las a vencerem as dificuldades e construírem uma jornada de crescimento, contando com um ambiente que favoreça esse processo”.

O coordenador de ramos do Sistema OCB faz questão de complementar, chamando a atenção para um olhar direcionado também a novas oportunidades. “Não paramos por aí, estamos sempre em busca de novas oportunidades de atuação para todas as cooperativas, acompanhando todas as tendências. E o trabalho com os conselhos consultivos e as câmaras temáticas também contribui para isso”, ressalta.

Temas gerais que estarão em destaque para todos os ramos e conselhos consultivos em 2024:

Defesa do ato cooperativo – esse é um dos temas prioritários para o Sistema OCB, em uma atuação sistemática junto aos Três Poderes. E já tivemos vitórias importantes nesse sentido, como a previsão do adequado tratamento tributário ao ato cooperativo, assim como de um regime específico para as cooperativas, no texto da Reforma Tributária, aprovado pelo Congresso Nacional em 2023. A ideia é evitar a duplicidade de cobrança e a ocorrência de uma tributação mais pesada ao modelo cooperativo, em relação aos demais modelos de negócios. 

Projeto de reorganização de cooperativas – as cooperativas têm legislação própria e não recorrem às normas previstas na chamada Lei de Falências (Lei 11.101/2005), em função de suas especificidades. Esse é um processo que pode colocar as cooperativas em desvantagem competitiva frente aos modelos societários empresariais. Para mudar essa realidade, o Sistema OCB trabalha pela aprovação de um texto que permita às coops a oportunidade de superar possíveis instabilidades financeiras, preservando suas características particulares.   

Participação de cooperativas no mercado de seguros – o objetivo é ampliar a possibilidade de atuação das cooperativas nesse mercado, beneficiando um número crescente de cooperados.  E fazer isso em conformidade com a legislação cooperativista, garantindo ao modelo de negócios coop seus direitos e deveres. Vale ressaltar que o cooperativismo tem uma presença global consolidada e significativa no mercado de seguros. São cerca de 5 mil cooperativas, presentes em 77 países, com 333 milhões de membros atendidos e aproximadamente R$ 11 trilhões em ativos totais, segundo dados de 2021 – da ICMIF (Federação Internacional de Cooperativas e Seguros Mútuos).  
 

Saiba mais
Nós lançamos em 2023 o Guia de Representantes do Sistema OCB. A ideia é promover boas práticas de relacionamento entre os representantes do cooperativismo e os mais diversos públicos estratégicos para o movimento, tanto dentro do próprio coop quanto externamente, no contato com diferentes instituições. Um material interessante também para quem atua nos conselhos consultivos e nas câmaras temáticas do Sistema OCB. Vamos juntos vestir a camisa e fortalecer o orgulho de ser coop!


O coop ligado nas principais tendências tecnológicas para 2024

Temos um novo ano pela frente, com uma série de oportunidades que podem levar mais inovação e resultados de impacto para a sua cooperativa usando a tecnologia. Mas como fazer isso? As inúmeras ferramentas desenvolvidas com o uso da inteligência artificial (AI) ganharam destaque especial em 2023, como o ChatBot e tantas outras. E a perspectiva é de que esse campo continue crescendo.

A previsão é de que haverá um aumento de 8% dos investimentos mundiais em Tecnologia da Informação (TI) em 2024, chegando a US$ 5,1 trilhões, segundo a empresa Gartner, especializada em pesquisa e consultoria em TI. 

Diante desse cenário, é fundamental manter um olhar constante para o futuro, acompanhar as tendências globais e, assim, direcionar esforços e investimentos de maneira assertiva no presente para se alcançar melhores resultados. A sua coop já sabe como vai usar a tecnologia para alavancar o desempenho da equipe e dos negócios nos próximos meses? 

Hoje nós vamos falar das principais tendências tecnológicas para 2024, incluindo aquelas que estão diretamente ligadas à IA e ao uso estratégico de dados. Para isso, usamos como base o site de inovação do cooperativismo, o InovaCoop, o relatório anual da Gartner e uma pesquisa feita pela WGSN, consultoria que também trabalha com previsão de cenários. Temos certeza de que essas informações vão gerar insights interessantes para todas as cooperativas.

Tendências de mercado

Para começar, vale relembrar o que seria exatamente uma tendência de mercado. “Segundo Kotler (2000), uma tendência é uma direção ou uma sequência de eventos que tem determinado impulso e direção”. Na prática, as tendências seriam como pistas que indicam como será o futuro e quais comportamentos podem surgir e se manter por um período maior de tempo. Existem inclusive especialistas que trabalham fazendo esse exercício de futurismo

Soluções inovadoras e tecnológicas

A partir desses estudos sobre tendências, podemos desenhar cenários, trabalhar com projeções e buscar soluções inovadoras para potencializar os negócios, agregando valor e marcando presença no mercado. Com todos os recursos tecnológicos disponíveis, é importante estar por dentro das principais tendências para escolher assertivamente quais tecnologias utilizar, usá-las de forma correta e fazer isso seguindo os objetivos e metas de cada cooperativa. A ideia é se preparar para sair na frente e ganhar em competitividade. Os benefícios são muitos, para as equipes e para as organizações. 

 

O que você ganha ao conhecer e utilizar corretamente novas tecnologias?

(Fonte – Principais tendências tecnológicas estratégicas para 2024 – Gartner) 

  • A certeza e a confiança de poder usar IA com segurança;

    • Atividades sustentáveis dentro do ecossistema em que você opera;

    • Tecnologias dedicadas para tarefas, setores e funções específicos;

    • Mais velocidade e produtividade com um mínimo de esforço ou investimento extra; • Mais valor para partes interessadas internas e externas.

 

Conheça as principais tendências tecnológicas para 2024:

 
IA Assistente

Existe um receio de que a tecnologia acabe substituindo os humanos. No entanto, muitos especialistas indicam que o caminho está em agregar os benefícios oferecidos pela evolução tecnológica, como a facilidade e a otimização do tempo, às características e habilidades particulares do ser humano. A tendência para 2024 é de que este seja um ano para se consolidar a colaboração entre máquinas e humanos. 

É isso mesmo: tudo indica que vamos utilizar cada vez mais a inteligência artificial generativa (GenAI – sigla em inglês) para colocar ideias em prática com mais facilidade. Muitos profissionais já têm feito uso desse tipo de tecnologia e se mostrado mais produtivos. É o caso dos designers, segundo indica estudo do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts – tradução), que conseguem dedicar mais tempo ao processo criativo, utilizando recursos de IA de baixo código/sem código para a parte de programação. 

O que é inteligência artificial generativa

“É um tipo de IA que pode criar novos conteúdos e ideias, incluindo conversas, histórias, imagens e músicas. Você pode treiná-la para aprender linguagem humana, linguagens de programação, arte, química, biologia ou qualquer assunto complexo. Ela reutiliza dados de treinamento para resolver novos problemas. Sua organização pode usar a IA generativa para várias finalidades, como chatbots, criação de mídia e desenvolvimento e design de produtos”. (Fonte: Amazon)


IA estratégica

Fica claro, portanto, que as novas tecnologias podem e devem ser usadas de forma estratégica nos negócios, para o aumento da produtividade e o crescimento dos resultados. Segundo pesquisa realizada pela Gartner com lideranças do mundo dos negócios em 2023, a inteligência artificial foi citada como a tecnologia que terá maior impacto em vários setores nos próximos três anos. A IA pode auxiliar na realização de atividades mais complexas, assim como em ações mais repetitivas.

Segundo a consultoria Gartner, a estimativa é de que, até 2028, 75% dos engenheiros de software empresarial utilizarão assistentes de codificação de inteligência artificial. Um processo que pode ser amplificado com a utilização de outras ferramentas de IA auxiliando também na fase de projeto, e posteriormente, nos testes de aplicações, abrindo espaço para atividades estratégicas, como o design e a composição de aplicações de negócios atraentes. Assim como os profissionais de TI, outros setores estratégicos já utilizam de recursos de inteligência artificial para o desenvolvimento de produtos, como as áreas de planejamento, mercado, inovação, marketing e comunicação.


Dica de ouro 

A dica é fomentar esse processo em toda a cooperativa e incentivar suas equipes a conhecerem e usarem a IA a seu favor. Elas podem fazer isso contando com o apoio e a orientação dos times de Tecnologia da Informação e de outras áreas, como Inovação, Gestão de Pessoas e Marketing, que podem auxiliar em campanhas de divulgação e sensibilização. 

Democratização

A perspectiva é de que as organizações utilizem de forma crescente a inteligência artificial generativa também para ampliar o acesso a fontes de informação, democratizando, consequentemente, o conhecimento e o desenvolvimento de competências dentro do ambiente institucional. Até 2026, mais de 80% das organizações do mundo todo já estarão fazendo uso desse tipo de ferramenta.     


*Wearbles na área de saúde

A tecnologia está presente na nossa vida de diversas formas, e cada vez mais. Sabia que além de usar, nós podemos vestir a tecnologia? Pode parecer estranho, mas é a mais pura verdade. Você certamente tem ou já viu um relógio inteligente, pulseiras conectadas ou mesmo fones de ouvido com bluetooth.

>> O termo wearbles significa vestuário, então nós estamos falando da tecnologia vestível ou de dispositivos vestíveis.

Além de facilitar a realização de atividades diárias, esses aparelhos também podem ser usados para cuidados com a saúde. Eles coletam, monitoram, mensuram e armazenam muitos dos nossos sinais físicos. É possível, portanto, olhar de forma personalizada para cada indivíduo, analisando suas características e seu comportamento na rotina e durante a prática de exercícios. Ao mesmo tempo, cria-se automaticamente um grande banco de dados capaz de desenhar um panorama detalhado sobre a saúde das pessoas. E a previsão é de que esse leque de produtos aumente ainda mais nos próximos meses, com a chegada de itens como anéis e broches.

Tokenização financeira

No mercado financeiro, já se utiliza e muito da digitalização para atendimento online e acesso a uma série de serviços e produtos. O PIX, serviço de pagamento instantâneo brasileiro, é um exemplo. Tudo é feito pela internet, usando um aplicativo instalado no celular ou mesmo um desktop. Neste cenário, já se visualiza uma nova etapa para 2024, um processo de tokenização das transações financeiras.


Você sabe o que é tokenização?

É quando se converte os direitos de um ativo em um token digital. Cria-se uma representação digital e segura, ou seja, criptografada de um bem real, que pode ser tangível, como carros ou imóveis, ou intangível, como dívidas ou precatórios. Um processo que traz liquidez e transparência, possibilitando, inclusive, o fracionamento desses ativos. Um token digital pode ser movido, registrado ou armazenado em um sistema de blockchain.


No Brasil

É como o Drex, o real digital. Desenvolvido pelo Banco Central do Brasil, ele representa a tokenização da moeda brasileira em uma rede blockchain. E o amadurecimento desse processo faz parte das tendências previstas para 2024. Vale ressaltar que existe um grupo de cooperativas de crédito que está diretamente envolvido nos testes do Drex e vai, certamente, acompanhar de perto esse desdobramento. Assim como o Brasil, outros países estão produzindo suas moedas digitais.


Mais sobre o Drex

Totalmente digital, ele vai permitir a incorporação de novas tecnologias e novos modelos de negócios, aumentando a automação e reduzindo restrições dos serviços financeiros. Um dos objetivos do Banco Central com o Drex é promover a inclusão financeira de pessoas que ainda não têm acesso a soluções bancárias. O sistema, na prática, é similar ao utilizado em transações de criptomoedas, mas com controle do órgão regulador.

Consumo com base em algoritmos

Já ficou mais que comprovado que os nossos hábitos de consumo na internet são traduzidos em dados que indicam as nossas preferências. Isso acontece nas redes sociais, por exemplo. A partir desses registros, os algoritmos nos enviam com frequência conteúdos correlacionados às nossas principais pesquisas e interações. O que vale também para o nosso comportamento na hora de fazer compras.

Em alguns casos, recebemos positivamente as indicações feitas via algoritmos e automações. Em outros, nem tanto. Na verdade, esse processo acaba trazendo mais benefícios para quem quer vender mais a partir da análise de dados. Mas, para 2024, o consumo com base em algoritmos, além de se intensificar, deve ganhar novas características. A tendência é que o usuário participe de forma mais direta de todo o processo, tendo mais controle sobre as ferramentas, segundo a consultoria WGSN. Com isso, o processo de compra tende a ser mais assertivo e automatizado.   

Clientes-máquina

E tem mais, há também a perspectiva de um novo agente nesse cenário, os chamados clientes-máquina, também conhecidos como custobots, segundo estudo da consultoria Gartner. Você deve estar se perguntando: mas o que são clientes-máquina? São atores econômicos não humanos com capacidade para fazer negociações e compras de bens e serviços em troca de pagamento. A previsão é de que, até 2028, 15 bilhões de produtos conectados existirão com o potencial de se comportarem como consumidores. E a tendência é de que esse processo de crescimento continue nos próximos anos, podendo ser ainda mais representativo do que a chegada do comércio digital.  


Cibersegurança

Cada vez mais, cresce a utilização de sistemas e de dados que auxiliam na tomada de decisões, na inovação e na criação de novos produtos e serviços. Com isso, cresce também a necessidade de se investir fortemente em segurança digital, incluindo nesse processo o desenvolvimento de novas ferramentas para lidar com possíveis ameaças.

Dentro desse contexto, se destaca a importância do gerenciamento contínuo de exposição a ameaças, tendência apontada pela empresa Gartner para os próximos meses. A ideia é que as organizações avaliem a acessibilidade, a exposição e a abertura para verificação de ativos digitais, e também físicos, de forma crescente e consistente. E aquelas que investirem nesse tipo de segurança, irão perceber uma redução de dois terços no registro de violações até 2026.


IA – Gestão de Confiança, Risco e Segurança

A democratização do acesso à inteligência artificial faz ainda mais urgente a necessidade da Gestão de Confiança, Risco e Segurança da IA. Não contar com barreiras de proteção é abrir portas para efeitos negativos desse tipo de tecnologia. Esse modelo de segurança destacado no estudo da Gartner oferece ferramentas de proteção proativa de dados, segurança específica de IA, entre outros benefícios. A consultoria prevê que, até 2026, as empresas que fizerem uso desses recursos tomarão decisões ainda mais precisas, eliminando até 80% de informações defeituosas ou ilegítimas.

Privacidade em primeiro lugar


O compartilhamento de dados é um item sensível e que tem chamado a atenção no mundo dos negócios e na sociedade. O que se observa é um número crescente de pessoas receosas em compartilhar informações pessoais. Em função disso, fica evidente a importância de se direcionar investimentos e força de trabalho para proporcionar aos clientes e diferentes usuários privacidade e segurança. 

Mais forte em 2024

A tendência é de que esse tema ganhe cada vez mais evidência em 2024 e nos próximos anos. No Brasil, por exemplo, ainda não há uma regulamentação específica para utilização de tecnologias como a inteligência artificial, para se discutir limites éticos e jurídicos. O tema está em discussão no Congresso Nacional, a partir do Projeto de Lei 2338/2023, que discute elementos para o uso da tecnologia. 

Nacionalmente, temos a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que traz uma série de normas e diretrizes para orientar instituições públicas e privadas nesse processo de adaptação. Ela foi instituída em 2018 e passou a valer efetivamente em setembro de 2020. É preciso olhar com atenção para esse tema, para que se construa um relacionamento de confiança e duradouro entre empresas e públicos estratégicos. E as cooperativas totalmente estão inseridas nesse cenário. 

Em outros países

Este ano, a União Europeia passará a contar com um acordo provisório de regras para o uso da tecnologia. O lançamento ocorreu no final de 2023, e o texto final será publicado este ano. 


Demanda por metrificações

Como mensurar os resultados e avaliar o desempenho na sua cooperativa com uma abundância e diversidade de dados disponíveis para análise? Com o crescimento do uso de tecnologias, esse universo tende a ser cada vez maior. É preciso, portanto, conhecer bem os objetivos e as metas da sua coop para, então, filtrar as informações a serem utilizadas, e estabelecer os indicadores. 

A expressão “os dados são o novo petróleo”, do matemático Clive Humby, tem ganhado um destaque crescente no mercado. Mas, para que realmente faça sentido, como diz o próprio estudioso, é preciso ir além, e gerar conhecimento e valor a partir dos dados. A partir de um filtro criterioso, é possível fazer análises detalhadas, acompanhar os resultados, identificar novas oportunidades e trabalhar para vencer as dificuldades. Dessa forma, é possível desenhar estratégias para impulsionar os negócios e gerar melhores resultados. 

E os recursos oferecidos pela inteligência artificial podem te ajudar nesse processo. Existe, inclusive, uma tendência de maior utilização de métricas preditivas de atenção, que podem auxiliar no desenho de novas estratégias, ações e produtos. As equipes de marketing, por exemplo, devem fazer uso desse recurso para trabalhar na criação de anúncios e mensurar atenção em escala. É o que diz um relatório elaborado pela Kantar, empresa especializada em dados, insights e consultoria. 

*Hiperconexão 


Com tantos pontos diferentes de contato e um aumento significativo de recursos tecnológicos, com destaque para ferramentas de inteligência artificial, a hiperconexão é um caminho sem volta. E a tendência é de crescimento. Nós estaremos cada vez mais conectados a outras pessoas, organizações e empresas. 

Diante desse cenário, é fundamental entender como funcionam as relações entre marcas e consumidores em um ambiente digital. Isso, tanto para fortalecer relacionamentos que já existem quanto para criar novos laços. Fica claro, portanto, que a transformação digital deve se expandir ainda mais dentro das cooperativas e envolver todas as áreas do negócio. Mais um campo forte da tecnologia em 2024.   

Sustentável desde sempre

Outra cooperativa que se dedica a mostrar a importância do cooperativismo para os clientes é a Cocamar. Com mais de 60 anos de história em Maringá, no interior do Paraná, a cooperativa atua nas cinco regiões do país, com mais de 19 mil cooperados, responsáveis pela produção de frutas para sucos, óleos, café, entre outros produtos. 

Para a Cocamar, o modelo de negócios do cooperativismo possibilita a produção e o consumo conscientes para a sociedade. “A cooperativa ouve o produtor, presta contas sobre sua operação com total transparência para os cooperados, realiza vários projetos sociais para desenvolver e beneficiar todas as comunidades onde está inserida, cuida e procura aprimorar técnicas sustentáveis, tanto em seus processos fabris como naquilo que traz de informação de manejo para os cooperados, e isso tem muito valor”, conta a gerente executiva de marketing e comunicação da Cocamar, Vânia Almeida. 

Segundo ela, as empresas tradicionais só começaram recentemente a se preocupar com os parâmetros de ESG (conjunto de boas práticas relacionadas ao desenvolvimento ambiental, social e de governança do governo e das empresas. “Mas, se você analisar, as cooperativas trabalham muitos dos pontos trazidos pelo ESG desde sempre”, diz. 

Um dos pontos do ESG trabalhados pela Cocamar com mais destaque é a responsabilidade socioambiental. A cooperativa percebeu uma nova forma de consumir produtos, principalmente durante a pandemia de Covid-19. 

No varejo, vimos muito forte o movimento do ‘compre do local, compre de empresas conscientes e amigas do meio ambiente, empresas que atuam nas comunidades’. E isso é tudo aquilo que a cooperativa representa”, afirma Vânia, que ajudou a implementar o carimbo SomosCoop nas embalagens dos produtos da Cocamar. 

“É preciso ensinar para a sociedade o quanto esse modelo traz benefícios para as comunidades. Quando se compra de uma cooperativa, você está impulsionando o agro da sua região, o varejo, a empregabilidade e as ações sociais que essas cooperativas fazem para as comunidades nas suas áreas de atuação”, conclui.

Este ano, a Cocamar também passou a investir em SEO (otimização dos resultados no Google) para alavancar suas vendas. A inclusão da loja da cooperativa no Google My Business aumentou em 27,9% os cliques do site e em 15,1% o acesso à página inicial do e-commerce

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FICHA TÉCNICA
Cocamar

Estado: Paraná

Projeto: valorização do compromisso das cooperativas brasileiras com a sustentabilidade e com o desenvolvimento das comunidades onde atuam

Desafio: diferenciar a Cocamar da concorrência por seu DNA sustentável e pela adoção de boas práticas ESG

Resultado: aumento do reconhecimento da Cocamar como empresa cooperativa e, portanto, sustentável

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Esta matéria foi escrita por Renato Crozzatti e está publicada na Edição 42 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação


Segmentação com propósito

Uma outra forma de destacar as cooperativas da concorrência é reforçando o compromisso do nosso jeito diferente de fazer negócios com o desenvolvimento das pessoas e das comunidades onde atuamos. Um bom exemplo de como fazer isso é dado pela Cafesul, cooperativa de produtores de café do Espírito Santo. 

Fundada em 1998, a cooperativa ganhou uma importante certificação internacional de comércio justo, chamada de Fair Trade, com um prêmio em dinheiro. Isso possibilitou à Cafesul investir em projetos na área ambiental (como a recuperação de nascentes) e social (criação de um abrigo para idosos, em parceria com a Secretaria de Saúde do estado). 

Entre esses projetos sociais, nasceu um que se tornaria o carro-chefe da Cafesul: a Póde Mulheres. Criado inicialmente para ajudar as mulheres dos produtores rurais a terem renda extra, com cursos de artesanato e culinária, logo se tornou um projeto para que elas também se tornassem produtoras de cafés especiais. 

Até então, não existia uma produção 100% feminina de Conilon, a variedade de café mais presente no Espírito Santo. Fomos as pioneiras nesse mercado”, conta a gerente administrativa e coordenadora fundadora do Grupo de Mulheres da Cafesul, Natércia Rodrigues. 

Desde que foi lançada, em 2018, a marca Póde Mulheres já beneficiou 31 cooperadas, que produzem diariamente cafés especiais, vendidos para todo o Brasil. “Estamos fazendo uma diferença e tendo muito reconhecimento por isso. Antes, só o homem era visto como responsável pelo sustento da família. Mas a mulher sempre trabalhou lado a lado com ele, no terreno, na lavoura, na colheita e fazendo comida. Hoje, demos um protagonismo maior para essas mulheres”, afirma Natércia. 

Além do carimbo SomosCoop, a Cafesul foca em mostrar para o consumidor que tipo de produto está sendo consumido — a começar pela embalagem da Póde Café, uma ilustração baseada em uma foto antiga de uma das primeiras mulheres a produzir café especial para a cooperativa. 

As mulheres se identificaram. Percebo que elas se enxergam no projeto e isso já nos abriu muitas portas, no estado e fora dele, contando até com visitas de políticos importantes do Espírito Santo”, relembra Natércia. 

Além da melhoria nas vendas e expansão de mercado para outros estados brasileiros — que é o objetivo estratégico da comunicação —, o Póde Mulheres trouxe mudanças importantes para dentro da cooperativa. “Quando comecei a trabalhar na Cafesul, há mais de 10 anos, éramos apenas duas mulheres. Hoje, as mulheres são a maior parte do corpo de funcionários da cooperativa”, comemora a fundadora do grupo. Ponto para o cooperativismo e para todas as organizações que se declaram coop

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FICHA TÉCNICA
Cafesul

Estado: Espírito Santo

Projeto: Póde Mulheres

Desafio: criar uma linha de café 100% produzida por mulheres para aumentar o protagonismo feminino na cooperativa

Resultados: Desde que foi lançada, em 2018, a marca Póde Mulheres beneficiou 31 cooperadas, que produzem diariamente cafés especiais, vendidos para todo o Brasil. 

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Esta matéria foi escrita por Renato Crozzatti e está publicada na Edição 42 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação


Inovação social no cooperativismo: novas ideias a serviço do bem-estar coletivo

Quando a inovação se junta com o cooperativismo, o resultado são soluções com benefícios que vão além do econômico, com impacto na vida das pessoas. Esse conceito é conhecido como inovação social, e, apesar de não ser exclusivo do cooperativismo, tem tudo a ver com o nosso modelo de negócio. 

“Quando falamos de inovação social, nos referimos ao desenvolvimento de novas soluções para melhorar o bem-estar de pessoas e comunidades. Em essência, trata-se da aplicação de ideias inovadoras para resolver problemas sociais, ambientais ou para promover um desenvolvimento mais sustentável e inclusivo”, explica o gerente do Núcleo de Inteligência e Inovação do Sistema OCB, Guilherme Costa. 

Ao contrário do conceito tradicional de inovação, em que o principal objetivo é buscar soluções competitivas e mais eficientes do ponto de vista econômico, na inovação social o foco é gerar benefícios que possam ser compartilhados com todos, com um enfoque no bem-estar das pessoas e das comunidades. 

“O objetivo é criar soluções sustentáveis e de impacto positivo que beneficiem a sociedade como um todo, promovendo equidade, inclusão social, e melhor qualidade de vida", acrescenta Costa. "A inovação social coloca o progresso humano e ambiental no centro de suas atividades, buscando não apenas o sucesso econômico, mas também o desenvolvimento social e a sustentabilidade ambiental.”

Ainda de acordo com o gestor,  o próprio cooperativismo pode ser considerado uma inovação social. Afinal, trata-se de um modelo de negócios criado para resolver problemas sociais da época de seu surgimento, em 1844, quando a Inglaterra enfrentava uma grave crise econômica e de desemprego. 

Hoje em dia, a relação entre cooperativismo e inovação social se dá de forma ainda mais clara, porque a atuação das cooperativas têm impactos diretos nas comunidades em que estão presentes. 

 

“Uma cooperativa trabalha para atender aos interesses econômicos e sociais de seus cooperados, e, por consequência, as comunidades também são positivamente impactadas. Para se ter uma ideia, de acordo com estudo publicado no Anuário do Cooperativismo Brasileiro em 2023, nos municípios brasileiros onde há presença de cooperativas, a média de PIB [Produto Interno Bruto] por habitante é, em média, 18,6% maior do que em municípios sem cooperativas”, compara Costa. 

IMPACTO NO MERCADO

Uma inovação social produzida pelo cooperativismo pode ter impactos que vão muito além das coops e levar a transformações no mercado. Isso porque outras empresas também passam a utilizar as novas ferramentas, multiplicando os benefícios da inovação para a sociedade.

“Iniciativas que focam em responsabilidade social e ações de cooperação com impacto coletivo na transformação social são somadas às novidades, ações de maior eficiência e eficácia, com maior margem para escalabilidade e replicabilidade. Elas são impulsionadas não apenas pela necessidade de responder a desafios sociais e ambientais, mas também pela crescente demanda de mercado, por práticas mais responsáveis e sustentáveis”, afirma o gerente do Sistema OCB.

Um exemplo que mostra bem o impacto de uma inovação social do cooperativismo para uma comunidade e para todo um segmento econômico é o projeto Barracred Conecta, da cooperativa de crédito Barracred, de Barra Bonita (SP). A iniciativa oferece capacitação para jovens em tecnologia da informação integrada a valores cooperativistas. A ideia surgiu em 2023, depois que a cooperativa ampliou seu setor de tecnologia e se deparou com a falta de mão de obra especializada na região.

Com uma estrutura própria que simula o ambiente de uma startup de tecnologia, o programa oferece aulas teóricas e práticas de tecnologia da informação, inglês, treinamento de habilidades pessoais e profissionais, além de um estágio.  “Conseguimos capacitar e encaminhar esses jovens para o primeiro emprego, revelando talentos para o mercado. Contribuímos para que eles se tornem protagonistas de suas próprias histórias, transformando sua realidade, a de suas famílias e também a da comunidade em que vivem”, explica a coordenadora de Responsabilidade Social da Barracred, Andresa Baratela.

Além do impacto social direto para os estudantes, o programa ampliou a oferta de profissionais capacitados para empresas da região, que tem se consolidado com um polo de tecnologia. A primeira turma formada pelo Barracred Conecta registrou 75% de contratação após o estágio. 

Assim como o projeto de capacitação da cooperativa paulista, o cooperativismo é palco de inovações sociais em vários ramos e em todas as partes do país. As cooperativas brasileiras são referência internacional em inovações sociais com impacto na segurança alimentar e no combate às mudanças climáticas, com benefícios tanto para seus cooperados quanto para a sociedade.

Conheça mais exemplos de inovação social no cooperativismo:

Intercooperação para geração de energia: No Rio Grande do Sul, a cooperativa de eletrificação Certel se uniu às cooperativas de crédito Sicredi Ouro Branco, Sicredi Integração RS/MS, Sicredi Região dos Vales e Sicredi Botucaraí para a construção da Usina Hidrelétrica Vale do Leite, no Rio Forqueta. Além de garantir a geração de energia limpa e renovável para milhares de pessoas, a inovação social levou a um incremento de renda, empregabilidade e desenvolvimento na região de atuação das coops. 

Energia limpa e solidária: Uma inovação social do Sistema Ocemg incentiva as cooperativas do estado de Minas Gerais a construírem usinas fotovoltaicas para suprir a demanda de suas unidades e doar parte da energia a entidades filantrópicas. Por ano, o Programa de Energia Fotovoltaica do Cooperativismo Mineiro, MinasCoop Energia, beneficia diretamente mais de 4 milhões de pessoas ligadas às entidades que recebem energia limpa das cooperativas. 

Produção sustentável e renda extra: Em uma inovação social com benefícios ambientais no ramo Agronegócio, a Cocamar promove a integração lavoura-pecuária-floresta para sustentabilidade e diversificação de renda dos cooperados. O projeto Super Integração auxilia os produtores cooperados a utilizar de maneira sustentável suas propriedades, e mostra que é possível produzir soja e bovinos de forma harmônica com florestas de eucaliptos, com menos intervenções na terra, menor impacto ambiental e geração de renda extra. 

Pesquisa e capacitação para cooperados: Para impulsionar inovações sociais e projetos comunitários, as cooperativas Coopercitrus e Credicitrus, de São Paulo, criaram em 2019 uma fundação para promover o desenvolvimento de seus cooperados e da comunidade no entorno. A Fundação Coopercitrus Credicitrus atua no desenvolvimento de projetos voltados à pesquisa, educação e meio ambiente, como as iniciativas CooperSemear e CooperNascentes. 

“Estes projetos refletem a união entre sustentabilidade, inovação e desenvolvimento social, ressaltando o papel vital das cooperativas na promoção de um futuro mais sustentável”, destaca Guilherme Costa. 

 

 Inovação social x projetos sociais 

Apesar do propósito de beneficiar pessoas e trazer benefícios coletivos, inovação social não é sinônimo de projeto filantrópico nem de ações sociais da agenda ESG – sigla em inglês para Environmental, Social and Governance – que se refere a iniciativas de responsabilidade social corporativa. 

Para ser inovação, uma ação deve introduzir uma novidade, resolver problemas de maneira mais eficiente, ser sustentável a longo prazo e ter potencial de escalabilidade e replicabilidade. 

Enquanto projetos sociais ou ações ESG estão ligados a compromissos de responsabilidade social corporativa e objetivos de sustentabilidade da organização, uma inovação social passa, necessariamente, por implementar uma nova ideia. O conceito, produto ou serviço inovador deve atender a necessidades sociais de forma mais eficaz, eficiente ou sustentável do que as soluções existentes.

 

Saiba mais sobre inovação social e como colocar em prática na sua cooperativa: 

Acesse o InovaCoop, plataforma de inovação do cooperativismo brasileiro e conheça o curso Inovação Social. A capacitação online traz conteúdos sobre o que é a inovação social, quais as estratégias para gerar impacto social positivo e as ferramentas para implementar inovações sociais. 

A nova cara do cooperativismo

Cledir Magri não para. Um dia está na estrada. "Ligo quando chegar!", diz. O retorno demora dias. Outra tentativa de contato e agora ele avisa que está em um hotel em Brasília, para uma série de reuniões de trabalho. Tenta marcar um encontro presencial em um dos cafés da capital. "Não vou conseguir estar lá", lamenta no dia seguinte. A entrevista acaba sendo por meio da tela do computador. São 7h da manhã e o cooperativista tem a agenda repleta de compromissos. "Terminamos a conversa em outro dia", deixa previamente combinado. Uma semana depois,  ele já se encontra no aeroporto de São Paulo rumo à Europa. "Mande as perguntas que respondo por áudio", pede pouco antes do embarque. E lá vai ele, mais uma vez. 

O presidente do Sistema Cresol, uma das principais cooperativas financeiras do Brasil, viaja para fazer palestras, estar em encontros pelo mundo para troca de conhecimento e apresentar a experiência de sucesso que comanda. Apesar do tempo apertado, Cledir fala pausado. Uma calma peculiar na hora de pronunciar palavras bem escolhidas. Tom de quem tem talento para fazer sermões. Direto e certeiro. Faz parte de sua habilidade falar com o público, tocar as pessoas pelos verbos, adjetivos e substantivos sabiamente selecionados. Um dom que o levou a ser seminarista. Ou o contrário. Talvez o predicado tenha sido resultado dos anos de preparo para o sacerdócio. 

Cledir quase foi padre, mas entendeu que era necessário ter uma outra vivência. "Tomei uma decisão difícil, mas muito madura, de sair do seminário", conta. Foi quando começou a traçar outros caminhos, entre eles o que o levou a se destacar como líder cooperativista. Antes disso, estudou filosofia e teologia. Fez mestrado na área de educação, doutorado em filosofia da economia e especializações que exigiriam um parágrafo só para citá-las. 

Modesto, diz que talvez não tenha sido o mais inteligente da turma, mas sempre esteve entre os mais esforçados. Dedicação que fez com que fosse convidado a trabalhar, há quase 18 anos, com um professor universitário, presidente de uma organização que prestava serviço para a Cresol. Uma das missões do ex-seminarista era ajudar o docente a conduzir alguns projetos junto à cooperativa parceira.

Assim foi até que, no dia de uma palestra para os funcionários da Cresol, o  coordenador responsável pela tarefa adoeceu. O tema era algo sobre desenvolvimento regional a partir da participação da agricultura familiar, e o novo palestrante escolhido foi Cledir, justamente por sua desenvoltura ao falar e pela afinidade que demonstrava com o tema. 

Afeito a desafios, Cledir teve só uma noite para preparar o material, mas não se intimidou. Como conhecia bem o assunto e tinha prática de transformar calhamaços de teorias e dados de pesquisa em apresentações, elaborou uma palestra que transformaria a sua vida.

No seminário, passávamos meses estudando um evangelho para fazermos um sermão de seis ou sete minutos. Éramos treinados para termos a capacidade de ser assertivos e compartilharmos as informações mais relevantes." 

Ainda que nervoso no papel de palestrante, Cledir conduziu a apresentação com desenvoltura. "Na época, meus amigos eram mais conservadores; então, levei outra dinâmica do trabalho em grupo, mais participativa, e aquela região ficou extremamente encantada", lembra. Tamanha maestria chamou atenção dos dirigentes da Cresol, que solicitaram sua participação em mais projetos e em novas palestras.

Finalmente, em 2007, Cledir Magri foi convidado a fazer parte da cooperativa como auxiliar administrativo. Anos depois, ele passou a ocupar a cadeira mais importante da cooperativa.

Por isso, digo: na vida, as oportunidades surgem e precisamos estar sempre preparados para aproveitá-las. E isso não é um jargão ou uma manifestação tão somente formal", garante. 

De fato, Cledir agarrou a chance que teve, como o menino esforçado que sempre foi teria feito. Ele defende a tese de que o esforço é resultado da necessidade. "O esforçado é aquele que trabalha por um prato de comida", define. 

LIDA NO CAMPO

Filho de "pequeníssimos" agricultores do também pequeno município no interior do Rio Grande do Sul, Frederico Westphalen, Cledir é o sexto de oito irmãos. A dura lida de seus pais nunca deixou que faltasse o que comer e foi lição farta para que os filhos "aprendessem a valorizar o pouco que tínham", lembra.  

Essa visão de mundo sempre o ajudou a se dedicar intensamente ao trabalho. Começou como faz tudo, uma "espécie de office boy" na cooperativa; aos poucos, foi conquistando espaços maiores. Um crescimento proporcional à sua dedicação. 

Logo, já dava suporte e apoio na execução de projetos, na formação, na capacitação e no treinamento das equipes. Em 2009, foi para Chapecó, no noroeste do Rio Grande do Sul, fazer parte da equipe de uma das centrais. Em 2012, dedicava-se exclusivamente à assessoria da diretoria, do ponto de vista mais estratégico, e tinha papel importante na elaboração de planejamentos. Até que, em 2016, aos 36 anos, foi convidado a assumir a presidência do sistema. Aliás, ele é o mais jovem presidente da história da Cresol — diga-se de passagem. Cargo que ocupa até hoje. 

ESSÊNCIA COOPERATIVISTA

Quando não está no trabalho, Cledir gosta da calmaria que lhe traz a leitura. Estabeleceu consigo mesmo um propósito: ler dois livros por mês. E tem mantido a meta. Aos 41 anos, é casado e sem filhos. A rotina de descanso inclui ir à igreja e fazer exercícios físicos. Além disso, mantém o forte vínculo com a terra e se dedica às atividades de agricultura na propriedade da qual é dono, com os irmãos, na cidade onde nasceu e cresceu.  

A afinidade com a atividade cooperativista veio da infância. O pai era sócio da cooperativa. A essência do cooperativismo, carrega na alma. Cledir acredita que a criação deste modelo de negócios  nasceu da solução encontrada coletivamente para os problemas individuais. Ele menciona a Inglaterra de 1844, onde as pessoas não conseguiam comprar o básico para sobreviver. Até que, para driblar a fome, um grupo de 28 trabalhadores da cidade de Rochdale-Manchester se uniu para montar seu próprio armazém. Nascia ali a primeira cooperativa do mundo. 

Com uma moeda, aquelas pessoas não conseguiriam se alimentar, mas, se juntassem todas as moedas que tinham, poderiam comprar comida para todos. Por isso, podemos dizer que o cooperativismo é filho da necessidade e nasce em ambientes de grandes adversidades. É uma visão disruptiva, de romper o ordinário e pensar coletivamente", afirma. "Esse é o pilar de sustentação do cooperativismo: soluções coletivas para os problemas individuais. É um sistema feito de pessoas, para pessoas". 

Unir esforços, agir em conjunto e pensar no bem comum é o que Cledir acredita como líder, como gestor e como ser humano. Defende o pensamento focado no bem de todos e a prática como exemplo para o próximo lição que ele, aliás, aprendeu no seminário e levou para a vida. "O padre sempre nos ensinava algo que irá valer até o dia em que minha memória estiver ativa. Ele nos dizia o seguinte: 'jamais, nunca, em hipótese alguma, lá no sermão da missa, fale de algo que você não vai conseguir fazer fora da igreja, porque as pessoas vão te cobrar'." 

SISTEMA RENOVADO

Foi também a união coletiva em uma adversidade que deu origem ao Sistema Cresol. O ano era 1995 quando 27 "pequeníssimos agricultores com baixa escolaridade da região sudoeste do Paraná", como define o atual presidente, se propuseram a criar uma organização de crédito. Cada um deles poderia ter ido a um banco privado e tentado solucionar individualmente suas dificuldades, mas eles preferiram unir esforços e investir em uma "visão disruptiva e empreendedora da mais alta qualidade: o cooperativismo", acrescenta.

De lá para cá, são 28 anos de um sistema cooperativo que, atualmente, reúne mais de 800 mil sócios e 740 agências espalhadas por 18 estados brasileiros. Nasceu com a vocação de atender o mercado agro, mas ampliou a clientela. Hoje, 70% dos cooperados estão ligados à produção de grãos, proteínas, hortaliças e fruticultura, por exemplo. Os outros 30% estão vinculados ao segmento urbano. 

Cledir faz parte dessa história há 18 anos. Por ser uma jovem liderança, imprimiu inovação e modernidade à sua gestão. Foi o único na história da Cresol a ser reeleito, e segue propondo novidades para o Sistema. 

Essa nova fase da Cresol representa uma ruptura, não dos valores da cooperativa, mas uma ruptura do ponto de vista da estrutura e organização do sistema. Essas mudanças permitiram que a gente pudesse, de fato, participar do mercado em condições diferentes", conta. 

Cledir não nega que, no começo, suas ideias esbarravam no perfil um pouco mais conservador de algumas lideranças cooperativistas. Aos poucos — pelo resultado de um trabalho que propunha o reposicionamento da marca Cresol no cenário nacional — conquistou a confiança também dessas lideranças. 

Entre as conquistas da gestão de Cledir, destacam-se as novas estratégias de marketing e de comunicação, a modernização do leiaute da logomarca, das fachadas e dos modelos das agências, que agora têm um visual mais clean, transmitindo mais leveza e confiabilidade. A mudança fez a Cresol se destacar ainda mais no mercado — mais um sinal  de que o presidente de "cabeça diferente" estava pensando direitinho. 

Sob seu comando, gestores e demais funcionários passaram por processos de capacitação e de treinamento; investiu-se em tecnologia; em planejamento estratégico; ampliou-se a oferta de serviços, produtos e soluções financeiras oferecidas aos cooperados. Cledir trouxe uma gestão conduzida, como ele próprio afirma, "por uma mente mais leve e sem grandes vícios". Por isso, abriu o espaço de fala e de poder, garantindo a participação de um grupo maior de pessoas nas decisões, desmontando modelos antigos de centralização de poder.

Outra conquista de Cledir foi a criação de projetos voltados para os jovens. Um deles é o Juventude Conectada, em que jovens de todo o Brasil passam 14 meses envolvidos em atividades e em treinamentos para discutir e praticar temas como empreendedorismo, cooperativismo, profissões do futuro e projetos de vida. Também nomeou um Comitê Estratégico Jovem para debater a participação deles no sistema cooperativista. 

Quando a gente pensa na entrada maior dos jovens nas cooperativas, como associados, e, em especial, no espaço de tomada de decisões, há um desafio a ser superado:  entender que existem milhões de jovens que estão, sim, preparados, e têm condições de exercer posições de destaque dentro das cooperativas. Basta dar a eles uma oportunidade. Aí, entra um elemento chamado política de sucessão. Se eu nunca abrir espaço, é pouco provável ter novas lideranças se destacando", defende. 

A liderança feminina foi outra bandeira levantada pelo presidente da Cresol. Ele incentivou a participação delas nos conselhos das cooperativas e deu oportunidade para que a caneta estivesse na mão delas na hora de assinar as últimas decisões. Era a proposta de transformação em um cenário que ele considerava extremamente masculino. 

Ele próprio pode ser visto como uma "minoria" de pouca idade dentro do cooperativismo. Começou como faz tudo, recém-saído do seminário, com pouco mais de 20 anos, e, quando presidente, trouxe renovação e mudança de conceitos. 

No começo, alguns tinham a ideia de que o jovem chega e joga fora tudo o que foi feito para começar algo novo. Eu nunca fiz isso. Entendo que a gente precisa valorizar sobremaneira a nossa história, e que, quanto mais você faz isso, mais elementos de decisão você tem para pensar o futuro", afirma. 

A essência da ideia proposta por aqueles 27 agricultores que criaram a Cresol, há pouco mais de duas décadas,  ainda é mantida viva e norteia os caminhos da cooperativa comandada por ele. 

"A organização que esquece a sua história perde a sua referência e pode ser qualquer coisa, menos aquilo para que ela foi pensada e concebida", reconhece Cledir. "Com o passar do tempo, o criador e a criatura não se reconhecem mais. É aí que entra o papel dos líderes." E Magri, sem dúvidas, é uma grande liderança, antenada com o papel estratégico da comunicação.


Esta matéria foi escrita por Flávia Duarte e está publicada na Edição 42 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação


Dialogando com o Poder

No universo da comunicação e da política, existe uma máxima que diz muito sobre  o trabalho de quem trabalha para defender uma marca, uma organização ou até mesmo um setor da economia: “quem não é visto, não é lembrado”. E é exatamente para garantir que os pleitos e os interesses do coop brasileiro sejam vistos, ouvidos, lembrados e atendidos , que existe, em Brasília, a equipe de Relações Institucionais do Sistema OCB — entidade que representa as cooperativas brasileiras há 54 anos, no Brasil e fora dele. 

Na representação junto aos Três Poderes, a Gerência de Relações Institucionais do Sistema OCB (Gerin) é composta por um time de cientistas políticos e especialistas técnicos nos ramos do cooperativismo, que trabalham de forma coordenada e sistêmica pela aprovação de leis e políticas públicas que ajudem a fomentar o crescimento do setor.

Um dos papéis do Sistema OCB é justamente o de mostrar para os representantes do poder público, de maneira detalhada e simplificada, as especificidades do sistema cooperativista e de cada um dos seus sete ramos. Com isso, é possível garantir representantes ainda mais engajados com a causa do cooperativismo e alinhados com o discurso do Sistema na defesa das pautas das cooperativas", explica a gerente-geral do Sistema OCB, Fabíola Nader Motta.  

Para tanto, a equipe atua em diferentes frentes de trabalho. Uma parte do time cuida do relacionamento com deputados e senadores. No Congresso, solicitam aos parlamentares que firmem compromisso com as causas cooperativistas, ingressando na Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), incluindo pautas prioritárias do coop em suas plataformas e votando a favor de projetos que beneficiem os cooperados e as cooperativas brasileiras. 

Nosso diálogo com os Três Poderes engloba, ainda, a participação em grupos de trabalho, conselhos e outros fóruns consultivos e decisórios do Poder Executivo, e uma extensa agenda de autoridades do primeiro e segundo escalões do governo. Para completar, acompanhamos de perto os principais processos relacionados ao coop que tramitam nos Tribunais Superiores. 

Existe, ainda, um time da Gerência  de Relações Institucionais do Sistema OCB dedicado a trabalhar pelo fortalecimento de cada um dos sete ramos do cooperativismo. "Esses profissionais ficam encarregados de entender as demandas das cooperativas, trabalham para abrir novas oportunidades de negócios e levantam dados que ajudam a subsidiar a atuação da equipe política da instituição e dos Conselhos Consultivos dos Ramos", enumera Fabíola. Quer mais? Eles também realizam análises e estudos de inteligência de mercado que estão ajudando a facilitar o processo de tomada de decisão em muitas cooperativas.

Para completar, o time da Gerin busca tanto aproximar os cooperados do processo de representação política, quanto sensibilizar e conscientizar legisladores, formadores de opinião e lideranças — da política e da sociedade civil organizada —  sobre a importância das políticas públicas que incentivem e contribuam para a expansão e o fortalecimento do cooperativismo no Brasil. Esse trabalho envolve o diálogo com jornalistas para a promoção do cooperativismo junto à sociedade e à opinião pública.

VOZ DO COOPERATIVISMO
Defesa organizada no Congresso Nacional

De forma conjunta com o Sistema OCB, a Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) — bancada suprapartidária formada por deputados e senadores — é quem levanta a bandeira do segmento cooperativista junto às autoridades públicas. Atualmente, a Frencoop conta com 308 parlamentares (51,8% do Congresso Nacional) e é reconhecida como uma das bancadas mais atuantes do Legislativo. Basta mencionar a recente aprovação de importantes políticas públicas para o coop, como o novo Marco Legal das Cooperativas de Crédito (Lei Complementar 196/2022). 

A Frencoop tem atuado para que projetos que possam impactar negativamente o cooperativismo não sejam deliberados. Somente em 2022, foram retiradas de pauta 45 proposições que teriam impacto negativo para as cooperativas.

Na visão do deputado Arnaldo Jardim (SP) —, atual presidente da Frencoop —, o cooperativismo brasileiro tem uma pauta legislativa muito propositiva e voltada para o bem comum. "O cooperativismo tem tido o cuidado de priorizar projetos positivos não só para o segmento, mas para o desenvolvimento econômico e social do país. É um salto pensar que hoje nos colocamos em um patamar diferenciado, como instrumento para impulsionar o Brasil por meio do cooperativismo. Os temas prioritários foram divulgados pelo Sistema OCB, no último dia 18 de abril, no lançamento da Agenda Institucional do Cooperativismo", esclarece. "Para este ano, nosso 'marco zero' é garantir o reconhecimento do Ato Cooperativo na Reforma Tributária." 

O parlamentar explica que as especificidades desse modelo de negócios exigem um tratamento tributário ajustado à sua lógica operacional. "É preciso respeitar a característica das cooperativas enquanto sociedades de pessoas, que não visam lucro para si e que, portanto, possuem neutralidade fiscal. Por isso, a inclusão do adequado tratamento tributário ao ato cooperativo, como chamamos, é fundamental para evitar que haja duplicidade de cobrança dos impostos ou a ocorrência de uma tributação mais gravosa, o que poderia inviabilizar a continuidade desse modelo de negócios."

Jardim destaca que, sem o apoio do time da Casa do Cooperativismo, não seria possível realizar as atividades da Frencoop de forma coordenada e estratégica.

O trabalho que o Sistema OCB desenvolve é imprescindível, não só para aumentar a assertividade da nossa atuação em defesa do cooperativismo, mas para tornar nossas atividades mais conhecidas e próximas da base cooperativista", considera

COOP NA POLÍTICA

O trabalho de representação política desenvolvido pelo Sistema OCB é realizado de forma estratégica e contínua, exigindo muito estudo e preparo de diferentes equipes da instituição. Apesar disso,  ainda é pouco conhecido pelo nosso público (cooperativas e cooperados), que nem sempre compreende a relevância política dessas atividades.

Disposto a reverter essa situação, o Sistema OCB lançou, em 2019, o projeto Coop na Política. A iniciativa busca aumentar a visibilidade da atuação política do cooperativismo na imprensa e junto à base cooperativista.  

Quanto mais a população —, em especial os cooperados e funcionários de cooperativas —, souber a respeito da atuação dos parlamentares da sua região, mais bem representada e mais próxima das decisões poderá se sentir. Além disso, essa proximidade e o conhecimento podem contribuir para a escolha de representantes que realmente mostram compromisso com os temas importantes para cooperativas e cooperados", conclui Clara Maffia, gerente de Relações Institucionais do Sistema OCB. 



AGENDA INSTITUCIONAL DO COOOPERATIVISMO

Todos os anos, o Sistema OCB lança uma publicação que reúne as demandas prioritárias do cooperativismo brasileiro nas três esferas do Poder: Executivo, Legislativo e Judiciário. Trata-se da Agenda Institucional do Cooperativismo, que neste ano explica de forma didática e detalhada os principais projetos de lei que impactam, positiva ou negativamente, o nosso modelo de negócios.

Disponível nas versões impressa e digital, a Agenda permite a consulta dos conteúdos de acordo com o Ramo. O site da publicação também traz a programação de votações, audiências públicas e eventos de interesse do coop nos Três Poderes. Confira


CULTURA DA PARTICIPAÇÃO POLÍTICA
Educação Política em Foco

Com o objetivo de fomentar o voto consciente e o exercício da cidadania, o Sistema OCB lançou, no último ano, o Programa de Educação Política para o Cooperativismo Brasileiro. Com cartilhas, cursos a distância, vídeos e outros conteúdos, a ação estimula, de forma isenta, a reflexão sobre a necessidade de maior representatividade do modelo cooperativista —, em especial, nos poderes legislativos federal e estaduais. 

Ações permanentes

Como fruto desses resultados, a partir de 2023, o Programa de Educação Política passa a estar contemplado como um dos resultados-chavesdo planejamento estratégico do Sistema OCB, com indicadores e metas a serem alcançados. A ideia é que as ações de engajamento político e da participação ativa do movimento cooperativista não estejam restritas apenas ao processo eleitoral, mas com a realização de ações continuadas, com um horizonte de médio e longo prazos

Clara Maffia explica como o Sistema OCB tem planejado as ações do Programa de Educação Política para os próximos anos.

O momento, agora, é de fortalecer este trabalho com a estruturação e formação de equipes dedicadas à representação nas Organizações Estaduais do Sistema OCB. A partir do próximo ano, trabalharemos para fomentar a expansão da cultura de participação e representação do cooperativismo por todo o país, promovendo uma trilha de aprendizagem adequada a diferentes níveis de amadurecimento.”


Esta matéria foi escrita por Letícia Cotta e está publicada na Edição 42 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação


Lição de vida

Elizeth Pelegrini é uma mulher em constante construção. Cada aprendizado é um tijolo que sustenta sua personalidade e define a sua essência. Ela ergue um pouco de si mesma a cada dia, como uma propriedade sendo levantada aos poucos: por um novo conhecimento, por meio de uma nova profissão ou pela troca de experiências. “É como se eu tivesse construindo uma casa, e esses tijolos de conhecimento fazem parte da estrutura que vai receber um telhado”, define. “Mas eu não quero por o meu telhado agora”, avisa logo.

Aos 56 anos, ela quer mais. Assume gostar de mudanças. Profissionalmente, nunca temeu desafios. Por uma década, foi funcionária de banco privado. Passou pelo atendimento, abriu contas, trabalhou no mercado de ações e orientou aplicações dos clientes. Formada em Ciências da Computação, fez parte da construção de uma Usina Hidrelétrica em Minas Gerais, onde transformava, por meio do desenvolvimento de softwares, a força das águas em energia para iluminar as casas.  

Também se formou em Letras e foi parar na sala de aula. Tornou-se cooperativista e se especializou em Gestão de Sociedades Cooperativas. Entre tantas versões de si mesma, Elizeth Pelegrini é também associada na Cooperativa de Trabalho Magna – Colégio CEM, com sede em Concórdia, Santa Catarina.

Desde março de 2004, ela assumiu o cargo de Presidente do Conselho de Administração da Cooperativa — reconhecida nacionalmente pela excelência em gestão, com destaque para a governança. Desde então, comanda a escola que nasceu, há 25 anos, pautada pelos princípios do cooperativismo e, hoje, conta com 38 associados, todos profissionais da educação. Ao todo, são 480 alunos, com idade entre 5 meses e 18 anos, matriculados na educação infantil, no ensino fundamental e no ensino médio. 

O colégio CEM oferece um serviço diferenciado. Em 2018 e 2020, recebeu o Prêmio SomosCoop Melhores do Ano. Também foi reconhecido em 2019 e 2021 no Prêmio SomosCoop Excelência em Gestão – premiação vinculada ao diagnóstico Governança e Gestão – Avaliacoop. É considerado um modelo de inovação, principalmente por ser o único do Brasil a ter uma minicidade.

Idealizada na gestão de Elizeth, o projeto levou para dentro da escola a simulação de uma cidade com Prefeitura, Câmara de Vereadores, Casa Cultural, Casa da Ciência, Livroteca, Centro de Convenções, Casa da Ocesc (Representando o Sistema Cooperativista), Cooperativas de Crédito, por exemplo. Tem regras de trânsito e até eleição de prefeito. A proposta é que os estudantes e os professores vivam experiências reais em que possam colocar em prática os princípios do cooperativismo e, assim, aprimorem as habilidades exigidas para viver em sociedade.  

Queremos que os nossos alunos desenvolvam valores e princípios que os levem a perceber e a efetivar mudanças de comportamento, de paradigma e a transformação de sua realidade política e social. Queremos incentivá-los a terem respeito com o outro e com a comunidade que está a sua volta e a entenderem, por exemplo, que se tem um mendigo na praça isso também é problema nosso. Nós temos que nos preocupar. Temos que ser melhores”, diz a gestora. 

O FRUTO NUNCA CAI LONGE DO PÉ

 

O cooperativismo sempre esteve presente na vida de Elizeth.  O pai dela era cafeicultor e associado a uma cooperativa de café em Araguari, Minas Gerais. Ela o acompanhava no trabalho e nas assembleias dos cooperados. Desde então, se apaixonou pelo conceito.  “Ela é uma cooperativista do fundo do coração. Defende não só os princípios do cooperativismo, mas age, realmente, cooperativamente. Ela é a pessoa mais receptiva e inclusiva que eu conheço”, descreve o amigo Elvio Silveira, que, por 35 anos, dedicou-se ao sistema cooperativo. 

E Elizeth seguiu os caminhos do pai, mais por vocação do que por planejamento. Quando ela deixou a companhia hidroelétrica em que trabalhava e enviou o currículo para uma vaga de professora de informática, não imaginava que o Colégio CEM era resultado de uma mobilização de 22 professores que queriam encontrar uma solução para que a Escola de Aplicação da Universidade do Contestado, em Concórdia, mantivesse as portas abertas. Surgia então, em 1998, uma instituição sem fins lucrativos, regida por princípios cooperativistas. 

Pelo destino, Elizeth se associou ao colégio em 2001, com a missão de ensinar crianças e adolescentes a usarem software e linguagem de programação. Logo, se viu ministrando aulas de inglês, português e matemática para os alunos de 6 e 7 anos.

“Foi um grande desafio porque eu nunca tinha estado em sala de aula, mas fui descobrindo outras habilidades, outras aptidões e me adaptando. Coloquei em prática muitas competências que eu já sabia e aprendi outras mais”, lembra.

CONQUISTA POR MÉRITO

 

Ensinar e aprender, aliás, é um dos muitos talentos dessa mineira. Quem a conhece, diz que ela tem uma capacidade ímpar de mediar conflitos, de se fazer ouvida e também de ouvir. “Ela tem um dom muito lindo de falar. Eu admiro vê-la falando, ver como ela impacta e cativa as pessoas. Ela sempre busca compartilhar conhecimento. Ela sempre transborda”, relata a filha, Natália, ao se referir a mãe, a dona de uma voz suave e fala pausada sempre entremeada por um sorriso. 

Resultado de estudo, técnica e talento nato, logo descobriram que Elizeth tinha “didática e metodologia” para desempenhar as tarefas e, três anos depois, foi convidada para ser presidente da cooperativa, cadeira que ocupa até hoje. Um cargo de destaque ainda é ocupado por poucas mulheres. 

Na nossa cooperativa somos a maioria e nunca tivemos um homem presidente. Mas, no contexto do sistema cooperativo, a presença da mulher ainda é pequena. Elas estão nos cargos executivos, nos conselhos, na diretoria, mas não na presidência. É um sistema masculino, mas que passa por um processo de mudança com as gerações que se adequam às transformações culturais e sociais”, analisa a presidente. 

Também por isso, Elizeth tornou-se exemplo para outras mulheres também assumirem comandos. É atual vice-presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC), e, há 16 anos, atua como representante do Ramo junto aos Conselhos Estadual e Nacional. Além disso,  faz parte da Associação de Empresárias de Concórdia. 

A cooperativista foi também a primeira mulher em Santa Catarina a assumir um cargo no Conselho de Administração da Organização do Estado, mas se recusa a reproduzir a fala de que “é preciso dar mais lugares às mulheres”. A professora prefere reformular a tese e diz que “a mulher conquista espaços porque realmente tem as habilidades necessárias para ocupá-los. Ela só precisa ter acesso a essas oportunidades.”

Como cooperativista que é, Elizeth prefere a união de esforços e de diferentes pontos de vista. Masculino e feminino somados por um resultado de equilíbrio. “Não vejo uma disputa entre homens e mulheres. A mulher, além de ter uma sensibilidade maior, estuda e se prepara mais. Ela é mais sensível e comedida na tomada de decisões. O homem já é mais arrojado e penso que isso equilibra. Os dois ganham. Então, parceria para mim é par”, avalia.

E ser vencedor no coletivo é um dos princípios do cooperativismo. Cooperar e construir em grupo é o que leva o colégio CEM a ocupar o pódio quando avaliado. O segredo está em entender que se trata de um grupo de associados em prol da oferta de um serviço de excelência. Trata-se de uma mudança de mentalidade que deixa de lado o papel de funcionário para assumir que todos são donos. 

“Quando o nosso professor entende que ele é um associado e que quanto mais qualidade ele exerce em sala de aula, mais retorno financeiro terá. O resultado é que agrega mais valor ao produto dele como professor, tem mais reconhecimento profissional e retorno econômico. Isso também é gestão.”

CHIMARRÃO COM PÃO-DE-QUEIJO

 

Nascida no município de Indianópolis, em Minas Gerais, Elizeth viveu até os três anos de idade na roça. Foi criada em Uberlândia, mas sempre voltava para o campo nas férias. Lá, estão as mais saborosas e perfumadas lembranças da infância. O “cheiro do café invadindo a cozinha”, o sabor do biscoito frito ou da comida roubada do fogão da mãe para fazer “cozinhadinha” nas panelas de criança.

Filha caçula de seis irmãos,  deixou a cidade natal para escolher uma nova terra, onde fincou raízes. Um trabalho temporário a levou para Concórdia, no Sul, com filhos e o ex-marido. O trabalho acabou, o casamento chegou ao fim, mas ela resolveu ficar naquela região onde tem geadas, entre gente que fala português misturado com dialetos vindos do italiano ou do alemão.

Achava que ali teria mais qualidade de vida para os filhos crescerem e decidiu deixar o resto da família em Uberlândia. “Foi uma ruptura para eles porque fui a primeira a sair do seio familiar”, lembra. E não se arrepende. Foi quando “saiu da caixinha”, nunca mais voltou. “A minha caixinha já queimou... joguei fogo nela”, ri. Mas quando pode, visita essa mesma caixa e vai rever irmãos, tios e sobrinhos. Pai e mãe já não estão por aqui.

Não posso deixar de amar o lugar que eu nasci, onde tenho a minha família”, afirma com o sotaque mineiro já misturado com o cantado tão característico de quem nasceu no Sul.

Versátil, facilmente Elizeth adaptou-se ao novo Estado. Tanto que toma chimarrão, mas não abre mão do pão de queijo. Aliás, faz questão de dizer que a receita que faz da iguaria mineira é apreciada pelo paladar dos amigos catarinenses. Não falta quem se convide para um lanche na casa dela só para comer um pãozinho desses saído do forno.

E a mineira gosta de casa cheia. Tradição familiar de manter gente amada reunida em volta da mesa. Gosta de conversa, da pizza em família no sábado à noite, do almoço de domingo ou das tardes com pipoca. Ela faz questão da presença dos filhos Augusto, 35, e Natália, 30. A caçula diz que a mãe é boa de prosa, companhia ideal para compartilhar pensamentos e ensinamentos. É assim desde sempre.

Se é uma mãe docemente firme, Elizeth não nega que amoleceu com os netos Alice,6, e Bernardo 5. “Meu Deus do céu! Ri. Eu não estrago meus netos. Eu me estraguei!”, dá uma risada, daquelas que terminam em covinhas. “Acho que toda a pedagogia, todo limite, caiu por terra. É um amor que a gente não sabe falar o que é. Não tem palavras. Não me pergunte porque não sei escolher uma palavra para definir isso, mas é muito bom.”

Quando está com eles, Elizeth literalmente se joga no chão, rola na grama. Perde a conta da velocidade do tempo. Eles brincam juntos. As crianças levam seus brinquedos e a avó tem os dela, aqueles que os netos levaram de presente para ela. É farra garantida. 

UMA MULHER EM MOVIMENTO

 

Elizeth tem asas nos pés. Ela acorda e pedala. Fim de semana caminha. Não são passos apressados e distraídos, mas uma jornada atenta e aprazível, assim como ela conduz a vida. Durante o confinamento imposto pela pandemia, ela e alguns amigos decidiram andar ao ar livre, espairecer a mente. A prática deu tão certo que virou o grupo “Liga Cacopé” e hoje soma mais de 50 pessoas que se encontram aos sábados para conhecerem as comunidades próximas a Concórdia a pé.  

O destino são pequenos povoados que se reúnem em torno de uma escola, de uma igreja e de um centro comunitário. De alguns, restam apenas ruínas. Elizeth e os amigos caminham entre 20 km a 25 km por fim de semana. No trajeto, conhecem gente, comem frutas direto do pé, fazem fotos das paisagens... “É um momento para desestressar”, define. 

Ela nunca para. A filha Natália diz que uma das maiores qualidades da mãe, às vezes, também pode ser um defeito. Ela se entrega demais aos projetos. Falta tempo. Elizeth concorda que é perfeccionista. Mas faz parte dela querer saber mais, estudar sempre e jamais estacionar. 

Quando está em repouso físico, ela acelera o cérebro. Estuda piano e ama música clássica. A professora está aprendendo grego, hebraico e história. E para conhecer mais sobre o assunto, ela faz como sempre: pesquisa, destrincha, lê, debate. Até que chegue ao ponto final, porém, ela ainda tem muito a fazer. Não restam dúvidas.

“Até lá, quero fazer o melhor enquanto avó, mãe e profissional no colégio CEM. Ser a melhor que eu puder para o sistema cooperativo sem querer nada em troca. Não é uma barganha financeira. É sentimento. É algo maior. Eu faço porque eu amo. Eu amo isso aqui”, repete três vezes. 

 


Esta matéria foi escrita por Flávia Duarte e está publicada na Edição 41 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação


Representação institucional garante voz e visibilidade ao cooperativismo

Um em cada 10 brasileiros é coop. Com mais de 20 milhões de cooperados, nosso modelo de negócio está em todos os setores da economia e movimenta R$656 bilhões por ano — uma cifra que gera trabalho, renda e prosperidade de Norte a Sul do país, com produtos e serviços justos e de qualidade. 

Todos esses resultados são fruto do trabalho das 4.693 cooperativas brasileiras e precisam de um ambiente regulatório adequado para ganhar projeção e gerar todos os benefícios que o cooperativismo pode proporcionar. Para isso, é preciso informar e influenciar quem formula e decide as políticas públicas do nosso país. Incluem-se aí senadores, deputados, representantes do Poder Executivo, juízes, mandatários eleitos ou nomeados e formadores de opinião. E este é o principal desafio da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), entidade que representa e amplia a voz das cooperativas brasileiras, dentro e fora do Brasil.

"Nosso principal desafio, como entidade de representação oficial do cooperativismo no Brasil, é garantir que a elaboração de políticas públicas leve em conta o papel do cooperativismo para a sociedade brasileira, seja pela expressiva participação na economia, pela inovação, pelo impulsionamento de pequenos negócios ou pela redução de vulnerabilidades sociais por meio da inclusão produtiva", explica Tânia Zanella, superintendente do Sistema OCB. 

Na prática, o trabalho de representação institucional do Sistema OCB é realizado por uma  equipe de 21 cientistas políticos e especialistas técnicos que atuam estrategicamente para defender os interesses das cooperativas brasileiras e levar  informações sobre o poder transformador do coop aos principais tomadores de decisão do país e do exterior. É importante destacar que, além do time exclusivo de relações institucionais, outras equipes da OCB também apoiam  diretamente esse trabalho.

"A representação política é uma das mais sofisticadas e importantes engrenagens do mundo moderno", analisa Clara Maffia, gerente de relações institucionais do Sistema OCB. "Sem ela, a conquista de espaço, atenção e resultados se torna uma tarefa quase impossível. Ao mesmo tempo, a expansão do cooperativismo passa, necessariamente, pela definição de marcos regulatórios que sejam positivos para o movimento. É fundamental que a legislação em vigor incentive as práticas desse modelo de negócios, focado no coletivo, na justiça social e na sustentabilidade.”

Confira, a seguir, os dois pilares de atuação da representação institucional do Sistema OCB.

REPRESENTAÇÃO POLÍTICA NO BRASIL


Para atuar junto à pauta política com demandas do cooperativismo, evitar medidas que possam afetar negativamente as cooperativas e garantir a defesa de interesses do setor, a representação institucional das cooperativas é feita junto aos Três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.

No dia a dia, essa articulação se dá no relacionamento com deputados e senadores no Congresso Nacional, em agendas com autoridades do primeiro e segundo escalões do governo e no acompanhamento de processos relacionados ao coop nos tribunais superiores. 

 

“Oferecemos conteúdo, inteligência e outras formas de contribuição de forma unificada, garantindo assim, inclusive, maior escala para os nossos pleitos. Cuidamos para que as pautas necessárias para aprimorar nossas atividades sejam aprovadas e trabalhamos também para a rejeição daquelas que possam trazer algum tipo de prejuízo ao modelo de negócios cooperativo”, explica a superintendente do Sistema OCB, Tânia Zanella. 

Este ano, segundo dados do começo de dezembro, quase 5 mil propostas de lei foram monitoradas constantemente pela equipe do Sistema OCB, que acompanha cada passo da tramitação e atua para garantir que os projetos tenham resultados favoráveis ao cooperativismo. 

No Judiciário, o time jurídico acompanha a movimentação de processos de interesse do coop nos Tribunais Superiores. O Sistema OCB tem 13 amicus curiae (expressão em latim que significa amigo da Corte) junto ao STF e STJ, responsáveis por apresentar subsídios para apoiar os tribunais em temas que impactam diretamente às cooperativas. 

Além disso, são monitoradas, em média, 2.380 decisões por mês nos Tribunais Superiores. (veja mais números no box abaixo). 

APOIO QUALIFICADO

No Congresso, o trabalho de representação política das cooperativas brasileiras tem um aliado de peso: a Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), bancada suprapartidária formada por deputados e senadores que abraçaram a causa cooperativista. 

Criada em 1986, na atual legislatura a Frente tem 325 parlamentares: 285 deputados e 40 senadores, mais da metade da bancada das duas Casas. O grupo atua de forma articulada e transparente com a equipe da OCB para garantir que o cooperativismo esteja na agenda do Parlamento na discussão de leis que impactam o setor, tanto nas comissões temáticas quanto nas votações em plenário. 

Em 2023, uma das grandes conquistas do Sistema OCB e da Frencoop foi a inclusão e a aprovação de dispositivos que consideram a necessidade do adequado tratamento tributário ao ato cooperativo e permitem a criação de um regime específico de tributação para as cooperativas no texto da Reforma Tributária.


Números da representação política em 2023 

 4,7 mil 

 propostas de lei em monitoramento constante pela equipe do Sistema OCB 

 468 

 sessões deliberativas acompanhadas na Câmara e no Senado 

 269 

 reuniões com dirigentes do governo federal

 18 

 reuniões com ministros de estados

 

Atuação no Judiciário  

 43

 Ações Diretas de Inconstitucionalidade acompanhadas no STF

 2,3 mil

 análises de decisões envolvendo cooperativas monitoradas no STJ (média mensal)

 80

 análises de decisões envolvendo cooperativas monitoradas no STF (média mensal)

 


INFORMAÇÃO É PODER


Além do trabalho de interlocução nos gabinetes e da articulação direta, o Sistema OCB também produz informações para dar subsídios à representação política por outros integrantes do cooperativismo. A principal ferramenta é a Agenda Institucional do Cooperativismo, plataforma que reúne as demandas das 4.693 cooperativas brasileiras e detalha as principais iniciativas em andamento que possam influenciar o segmento no Legislativo, Executivo e Judiciário. 

Com a plataforma, é possível acompanhar diariamente onde serão debatidos temas de interesse do cooperativismo, a tramitação de projetos de lei e medidas governamentais que impactam o setor e decisões judiciais com repercussão sobre o nosso modelo de negócio. 

“Por ser um movimento tão diversificado, o cooperativismo possui pautas distintas dentro de cada um dos seus segmentos, com especificidades que precisam ser levadas em consideração pelos representantes dos Três Poderes nas suas tomadas de decisão. Por isso, o Sistema OCB aposta em diversos canais e ações para aumentar a representação do coop diante dos tomadores de decisões do país”, explica a gerente de Relações Institucionais. 

Semanalmente, o informativo Panorama do Coop reúne os principais avanços da representação institucional, acompanhados de boletins de Análise Política, Tributária e Sindical. Já a publicação Direito no Coop traz um panorama da atuação no Judiciário, com um giro pelas principais decisões de tribunais superiores com impacto no coop, análises de processos e dicas processuais para a atuação das cooperativas em seus processos judiciais e demandas jurídicas. 

 

REPRESENTAÇÃO INTERNACIONAL

Apresentar o cooperativismo para o mundo, apoiar a internacionalização das operações comerciais das cooperativas e abrir novos mercados para os produtos coop brasileiros também está entre as tarefas da representação institucional da OCB. 

Para começar, o Brasil está muito bem representado na Aliança Cooperativa Internacional (ACI), a voz mundial do cooperativismo, que representa 3 milhões de cooperativas em todo o mundo, num total de 1 bilhão de cooperados. Desde 2022, o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, é um dos integrantes do Conselho de Administração da ACI, onde trabalha pelo fortalecimento global do modelo cooperativista. A ACI tem um escritório global, em Bruxelas, e quatro representações regionais: Europa, África, Américas e Ásia-Pacífico. 

Além da cadeira na ACI, o Sistema OCB integra outros grupos multilaterais do cooperativismo, como a Reunião Especializada de Cooperativas do Mercosul (RECM) e a Organização das Cooperativas dos Países de Língua Portuguesa (OCPLP), além de promover intercâmbio e cooperação técnica com sistemas cooperativistas nacionais de outro países. 

PROSPECÇÃO DE NEGÓCIOS

O Sistema OCB também atua diretamente para abrir fronteiras e ampliar oportunidades para as cooperativas no exterior. Nossa equipe trabalha para incluir cooperativas em programas de apoio à exportação, garantir a participação do coop em feiras e rodadas internacionais de negócios e facilitar a inserção no mercado exportador por meio de assistência especializada. 

Em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), por exemplo, por meio do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX) Coop, mais de 20 cooperativas brasileiras estão recebendo capacitação para a exportação e o número deve chegar a 50 até 2024.

Segundo dados consolidados da Apex, em 2022, 207 cooperativas foram apoiadas pela agência e 73 delas exportaram. A parceria com o Sistema OCB também garante a reserva de vagas para cooperativas iniciantes nas exportações em ações de promoção de negócios internacionais da agência estatal. Em 2022, por exemplo, 11% das vagas em feiras internacionais do agronegócio promovidas pela ApexBrasil foram destinadas para cooperativas. 

O acordo de cooperação com a agência foi renovado até 2025 e prevê novas prioridades para o apoio a cooperativas no exterior, como o desenvolvimento de iniciativas que incorporem a perspectiva de igualdade de gênero e foco em produtos relacionados à biodiversidade da Amazônia e do Cerrado. 

PROTAGONISMO GLOBAL


Além do suporte na área comercial, a representação do coop brasileiro no exterior também tem a missão institucional de mostrar que o nosso modelo de negócio está alinhado com preocupações globais, como garantia de direitos humanos, trabalho digno, comércio justo e desenvolvimento sustentável.

Recentemente, durante a 28° Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP 28, o cooperativismo brasileiro foi protagonista em painéis que destacavam as contribuições das cooperativas para a sustentabilidade ambiental, segurança alimentar e combate às mudanças climáticas. 

De acordo com o coordenador de Relações Internacionais do Sistema OCB, João Martins, dar visibilidade a histórias bem-sucedidas de cooperativas brasileiras em fóruns internacionais contribui para o fortalecimento do setor no cenário global. “É uma grande oportunidade de mostrar quão preparadas nossas cooperativas estão para a temática da sustentabilidade, mostrar uma nova marca Brasil para o mundo. E também de criar parcerias estratégicas, construir alianças que permitam acessar novos mercados, além de mostrar nossa capacidade de liderança internacional, de congregar cooperativas de diversos países em torno do debate sobre a sustentabilidade”, afirma. 

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Riqueza Compartilhada: Projeto promove consciência ambiental em Santa Catarina

O poder coletivo promovido pelo cooperativismo em prol de um futuro economicamente viável, ambientalmente correto e socialmente justo para as próximas gerações está em diversas iniciativas do movimento espalhadas por todo o país. Quando se trata de sustentabilidade ambiental, a Credifoz – vinculada ao Sistema Ailos – se consolida cada vez mais como uma referência no tema. Desde 2020, a coop distribui mudas de árvores em municípios catarinenses com o projeto Riqueza Compartilhada, plante o futuro.

"" A iniciativa faz valer o 7º princípio do cooperativismo que trata do interesse pela comunidade e o desenvolvimento sustentável delas, além de estar alinhada às práticas de ESG, que incorporam princípios estabelecidos pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 das Nações Unidas. Para o educador ambiental do projeto, Diego Souza, as impressões da comunidade sobre o projeto são muito positivas, mas há necessidade de uma participação maior de governos e instituições.

Segundo ele, o primeiro passo foi dado, que é o reconhecimento de valores e clareza de conceitos sobre a importância da preservação ambiental. “Tem sido uma experiência incrível. A formação de consciência ambiental da sociedade é um dos pontos mais importantes para prevenir impactos negativos do homem na natureza e sociedade. A interpretação sobre a importância da biodiversidade e de pensarmos como um todo, não apenas individualmente, é um dos pontos mais positivos que observei até o momento. Necessitamos, no entanto, da participação de todos, governos, empresas, instituições e pessoas comprometidas com a causa”.

O Riqueza Compartilhada nasceu em 2020, quando a Credifoz atingiu a marca de 50 mil cooperados e, em celebração, distribuiu 50 mil mudas de árvores nos municípios em que atua. Agora, em 2023, a coop completou 15 anos de história com 100 mil cooperados e, novamente, para celebrar o sucesso junto à comunidade, fez parceria com a Instituição Somos Natureza para distribuir mensalmente 100 mudas/mês, totalizando 1,2 mil mudas no ano. Além das doações, está na programação da coop a realização de palestras sobre sustentabilidade em 12 escolas (que plantam com os alunos as mudas) e em empresas.

"" A orientadora da Escola Professora Eni Erna Gaya, Lia Carine Henrique dos Santos, relata que o projeto trouxe consciência e ação para a proteção e preservação do meio ambiente, impactando positivamente a vida dos estudantes. “Os alunos estão inspirando seus amigos e familiares a adotarem um estilo de vida mais consciente e ecologicamente responsável. Assim que recebemos o projeto em nossa escola, adquirimos uma ampla gama de informações sobre os desafios ambientais que a sociedade enfrenta. Pudemos entender a importância da conservação dos recursos naturais e a urgência de adotar práticas sustentáveis em todas as esferas da vida. Desta forma, foi despertado em todos um senso de responsabilidade e de urgência para agir”, destaca.

Ainda segundo a coordenadora, “as pequenas ações diárias têm impactos significativos quando feitas em conjunto e com uma comunidade engajada como economizar energia, reduzir o consumo de plástico e reciclá-lo, por exemplo. Como orientadora, fico profundamente grata pela oportunidade, visto que a proteção do meio ambiente é uma responsabilidade coletiva. Esse trabalho conjunto tem nos ajudado a implementar práticas sustentáveis e promover ações concretas para criar um futuro mais próspero e equilibrado para as gerações futuras”.

Embora o objetivo seja a doação de 100 mudas/mês, só neste primeiro semestre já foram doadas 780. A coop também realizou quatro eventos em escolas no litoral de Santa Catarina com a participação de cerca de 400 alunos. Ao longo do ano estão previstas outras ações como apoio às atividades de conservação e pesquisa no Centro de Conservação e Pesquisa da Mata Atlântica; ações educativas em 12 instituições de ensino; e a migração do uso do copo plástico para copos biodegradáveis em todas as unidades da cooperativa.

Cooperativismo: o modelo econômico do desenvolvimento sustentável

A tendência do mercado mundial é incorporar os princípios de ESG (Ambiental, Social e Governança, em português) em todas as suas atividades e segmentos. Para o cooperativismo, essa conduta já é uma realidade, uma vez que, desde suas raízes, esses princípios sempre estiveram presentes em seu DNA. O segundo eixo da publicação Propostas para um Brasil mais Cooperativo, elaborado pelo Sistema OCB, descreve como o movimento vem se consolidando como modelo econômico do desenvolvimento sustentável.

 “Nosso movimento existe para melhorar a vida das pessoas e das comunidades onde as cooperativas estão inseridas. Quem coopera, constrói um futuro melhor para si e para todos. A questão ambiental é pauta fixa no cooperativismo desde o seu surgimento e o Sistema OCB sempre esteve alinhado pelo alcance dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), validados na Agenda 2030 da ONU”, declara o presidente Márcio Lopes de Freitas.

Ainda segundo ele, a partir de uma produção agropecuária que se preocupa com os princípios de ESG, as cooperativas são necessárias e fundamentais para as políticas de combate à fome e de segurança alimentar mundial. “Um mundo mais próspero, solidário e sustentável passa obrigatoriamente pelas ações do cooperativismo”, reforça.

Na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26), em 2021, o painel “Cooperativismo como ferramenta para a economia de baixo carbono” apresentou exemplos práticos de que é possível aliar produtividade e desenvolvimento com responsabilidade social, equilíbrio ambiental e viabilidade econômica, e como o cooperativismo está no centro desta agenda.

As sugestões propostas no segundo eixo apontam, assim, contribuições sobre como criar um ambiente mais favorável para o aproveitamento do potencial do país como protagonista na transição para a economia verde.

Políticas de fomento e estímulo

Um dos pontos de destaque defende a importância de se garantir a continuidade e o fortalecimento da atual política de Crédito Rural voltada aos produtores e cooperativas agropecuárias, bem como o volume de recursos e taxas de juros compatíveis com o retorno das atividades no campo. O texto aponta que o Crédito Rural tem papel relevante na previsibilidade e segurança da cadeia produtiva ao assegurar o financiamento da safra. A previsibilidade de liberação do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) é outro ponto considerado importante para o movimento.

O estímulo à agricultura familiar dentro do movimento por meio de regulamentações e atenção ao setor, em previsões na Lei Orçamentária Anual (LOA), também é assinalada como propulsora da sustentabilidade, o que agrega valor à produção de pequenos produtores das cooperativas que, por consequência, gera economia de larga escala.

O fomento às pesquisas direcionadas ao agronegócio também é elencado como um dos principais estimuladores de políticas para o ramo. A sugestão proposta é elevar os níveis de investimentos públicos por meio da Embrapa, universidades e outros centros de pesquisas que podem apresentar novas formas de captar investimentos e inovar diante dos desafios enfrentados pelo agro.

A cadeia de suprimentos também não foi esquecida. Nesse caso, a publicação ressalta a necessidade de se planejar e promover políticas para o setor de fertilizantes e defensivos agrícolas para as próximas décadas. O texto lembra que as cooperativas possuem capacidade tecnológica e de armazenagem destes suprimentos o que as coloca como parte estratégica para a implementação do Plano Nacional de Fertilizantes (PNF). Além disso, destaca que o Sistema OCB tem atuado, junto a outros países, com estudos sobre produção de biofertilizantes.

Economia de baixo carbono

O cooperativismo possui inúmeras iniciativas que corroboram com o Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC+). Os cases de sucesso vão desde a recuperação de pastagens degradadas, disseminação de sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), de Sistemas Agroflorestais (SAFs), até outras técnicas de tratamento de dejetos animais e resíduos para redução de emissão de metano, produção de adubo orgânico e geração de energia limpa, por meio da biomassa. A ideia é fortalecer, cada vez mais, o protagonismo das cooperativas nesta política.

Outro tema com papel central na publicação é a efetivação completa do novo Código Florestal, com a implementação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) dinamizado, que utiliza mecanismos de sensoriamento remoto para aumentar a velocidade da análise dos cadastros. O sistema cooperativista apoia a iniciativa e considera importante a implantação da ferramenta do CAR Dinamizado em todos os estados, desde que feita de forma responsável, com previsibilidade e sem gerar insegurança jurídica aos produtores, de modo a colocar em plena aplicação as diretrizes do Código Florestal e fortalecer o combate irrestrito ao desmatamento ilegal no país.

Para otimizar e estimular ações similares, o documento de propostas do cooperativismo ressalta a necessidade de regulamentação da Lei 14.119/2021, que institui a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais (PNSA). Além disso, a publicação apoia o avanço da emissão de títulos verdes (green bonds) e de certificados de serviços ambientais como instrumento que podem colaborar decisivamente para aumentar o interesse de pessoas e instituições por projetos sustentáveis. Para tanto, recomenda-se que o poder público adote a lógica de estímulo a medidas de proteção e promoção da qualidade do meio ambiente para títulos verdes e certificados que não se restrinjam apenas ao viés repressivo e punitivo.

Manual detalha criação de comitê de mulheres nas cooperativas

O Comitê Nacional de Mulheres do Sistema OCB Elas pelo Coop quer aumentar a participação feminina no movimento cooperativista. Reunindo pautas estratégicas e prioritárias, o Manual de implantação de Comitês de Mulheres nas Cooperativas traz os sete princípios de empoderamento da ONU Mulheres.

Manual do Comitê Nacional de Mulheres do Sistema OCB Elas pelo Coop

O documento constrói o passo a passo para implementar o comitê de mulheres dentro de uma cooperativa, detalhando desde o planejamento até a formação continuada. O manual relata sobre os espaços ocupados por elas no âmbito da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) e também dentro do Sistema OCB, que reúne a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a Confederação Nacional das Cooperativas (CNCoop) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop).

O presidente Márcio Lopes de Freitas, destaca que a iniciativa é fundamental para colaborar com o crescimento e fortalecimento do movimento no país. “Nossa obrigação é construir alicerces sólidos para um processo permanente e natural de ocupação de espaços pelas mulheres. Para que isso aconteça, precisamos viabilizar o acesso às ações de desenvolvimento pessoal e profissional. Só assim elas poderão, cada vez mais, colaborar com o crescimento sustentável das coops. Este manual é mais um passo para fomentarmos a participação feminina em cargos de decisão”.

A Coordenadora do Comitê Nacional de Mulheres, Jamile Guimarães, instiga as cooperadas a participarem do projeto. “Marcamos presença no movimento cooperativista como a força que move o mundo e que gera sustentabilidade. Representamos quase metade dos cooperados do Brasil e temos ocupado a cada dia novas posições, em especial, de lideranças. Nossa base sólida é o que nos dá segurança de uma colheita certa. Precisamos nos capacitar para conquistarmos mais espaços. Topam o desafio?”, indagou.

A superintendente Tânia Zanella, destacou que a instituição está alinhada às demandas da sociedade com estratégicas de igualdade de gênero. Segundo ela, o manual é mais uma solução para que a inclusão aconteça na prática. “Vamos em busca de mais espaço e oportunidade para continuarmos contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico e impactando positivamente comunidades onde atuamos. Já está mais que provado que, com isso, todo mundo ganha. É na diversidade que o coop mostra sua força”, frisa Tânia.

Cooperativismo ressoa sua voz na COP 28

Participação reafirmou protagonismo do movimento na busca por um mundo mais sustentável

 

A participação de representantes do Sistema OCB e das cooperativas brasileiras na COP 28, realizada entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos,  representou mais um marco importante do movimento na busca por uma sociedade mais justa, equilibrada e sustentável. A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas possibilitou o compartilhamento de boas-práticas que ressoaram em todo o mundo e reafirmaram o protagonismo do cooperativismo com a preservação dos recursos naturais e a produção responsável, inclusiva e ambientalmente correta.

Sob a coordenação do Sistema OCB e o apoio da ApexBrasil, o primeiro painel, intitulado Cooperativas: Aliadas da sustentabilidade ambiental e segurança alimentar, apresentou evidências de que o crescimento sustentável passa necessariamente pelo cooperativismo. Tania Zanella, superintendente do Sistema OCB, enfatizou a natureza tripla do modelo de negócios como socialmente justo, economicamente viável e ambientalmente correto. “O cooperativismo é extremamente importante nas ações para enfrentar as mudanças climáticas e a participação ativa das pessoas comuns é essencial para atingir, por exemplo, a neutralidade de carbono”, explicou.

O painel também contou com a participação de Sebastião Nascimento de Aquino, membro do conselho da Cooperativa Central de Comercialização Extrativista no Acre, a Cooperacre; de Marcelo Cerino, superintendente de Logística Integrada da central cooperativa Frimesa; e de Ênio Meinen,  diretor de Coordenação Sistêmica e Relações Institucionais do Sicoob, que apresentaram cases de sucesso no desenvolvimento sustentável no agronegócio e as contribuições do cooperativismo de crédito para a agenda. Contou ainda com relatos de representantes da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) da África e Europa.

Em painel coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MME)  e pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS) com o tema Proteção, Promoção e Participação de Povos e Comunidades Tradicionais na construção da agenda climática global, a analista de Sustentabilidade do Sistema OCB, Laís Nara Castro, enfatizou a participação ativa das comunidades na construção da agenda climática global. "O cooperativismo gera renda para a população, preserva a cultura dessas comunidades e garante a proteção das florestas, que são seus principais ativos econômicos", afirmou.

Promovido pela Organização Mundial do Comércio (OMC), o painel As contribuições da Economia Social e Solidária para os ODS: o papel da política comercial (em inglês), contou com a participação de  Fabíola Nader Motta, gerente-geral do Sistema OCB. Ela destacou os diferenciais do cooperativismo na busca pelo desenvolvimento sustentável e enfatizou a necessidade de maior reconhecimento sobre os benefícios oferecidos pelas cooperativas, bem como da inclusão do movimento na formulação de políticas públicas. "Os formuladores de políticas públicas precisam entender que nosso modelo de negócios leva algo a mais para a mesa e que ele deve ser incluído e não excluído dessas políticas. Esse é, com certeza, o principal obstáculo que precisamos vencer”.

O comprometimento do movimento com uma agricultura mais resiliente, rentável e capaz de mitigar as emissões dos gases de efeito estufa foi o tema do painel Plano ABC+ e seu papel na segurança alimentar, promovido pelo Ministério da Agricultura (Mapa). A gerente-geral, Fabíola Nader Motta, foi a representante do Sistema OCB também nesse debate e lembrou que o cooperativismo é um aliado fundamental para o alcance dos objetivos do programa. “A transição para uma economia verde exige o envolvimento não só de governos ou organizações, mas das pessoas como um todo. O cooperativismo é um caminho importante nesse sentido. Ele se destaca ao congregar pessoas e oferecer conhecimentos e assistência necessária para alcançarmos os objetivos de uma economia verde e sustentável”, ressaltou.

Governo anuncia R$ 340 bi para o Plano Safra 22/23

Em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, o governo federal lançou nesta quarta-feira (29/06) o Plano Safra 2022/2023, com R$ 340,88 bilhões para apoiar a produção agropecuária nacional até junho do próximo ano. O valor reflete um aumento 36#$-$#em relação ao Plano anterior.

Do total de recursos disponibilizados, R$ 246,28 bilhões serão destinados ao custeio e comercialização, uma alta de 39#$-$#em relação ao ano anterior. Outros R$ 94,6 bilhões serão para investimentos (+29-).  Os recursos com juros controlados somam R$ 195,7 bilhões (alta de 18-) e com juros livres R$ 145,18 bilhões (alta de 69-). O montante de recursos equalizados cresceu 31-, chegando a R$ 115,8 bilhões na próxima safra.

O evento contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro, dos ministros Marcos Montes (Agricultura), Paulo Guedes (Economia), do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto e do presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, além de diversos parlamentares e representantes de entidades da cadeia produtiva no Brasil.

Em seu discurso, o presidente Márcio destacou a importância do crédito rural para o agronegócio nacional e para a segurança alimentar do mundo. “O agro continua sendo o principal motor da economia nacional. É indiscutível que um dos eixos fundamentais para o alcance de resultados cada vez mais positivos é o adequado desempenho do crédito rural no país. O fomento ao agro brasileiro via políticas públicas não pode ser visto apenas como uma questão setorial, mas sim, como garantia da produção e fornecimento alimentar, tanto no âmbito doméstico quanto no global, principalmente em momentos de desafios como os impostos atualmente”.

O dirigente também ressaltou a importância das cooperativas no cenário agro brasileiro. “Por sua atuação predominante junto aos pequenos e médios produtores, as cooperativas agropecuárias prestam grande contribuição à promoção de justiça social por meio da maior distribuição de renda, pela produção econômica coletiva e por seu envolvimento com as comunidades onde atuam, motivo de serem legítimas beneficiárias do crédito rural. Já as cooperativas de crédito garantem capilaridade à distribuição dos recursos, atuando prioritariamente junto aos pequenos produtores e possibilitando o adequado acesso ao financiamento de suas atividades”.
 

O ministro da Agricultura, Marcos Montes, afirmou que o agro tem conquistado o reconhecimento merecido também nas políticas públicas. “É um protagonismo há tempos aguardado e que agora estamos conseguindo conquistar. O Plano Safra 22/23 traz um conjunto de recursos capaz de atender as necessidades do setor produtivo em suas mais diversas necessidades, com um montante expressivo e juros abaixo dos praticados pelo mercado”. 

Já o presidente Jair Bolsonaro, lembrou a relevância do agro brasileiro no cenário mundial. “Nosso agro, muitas vezes criticado, mas tão essencial para todos nós. E o Brasil é um exemplo para o mundo em produtividade, além de protagonista da segurança alimentar”, declarou. 

Principais destaques do novo Plano Safra:

  • Montante de R$ 340,88 bilhões (+36-)
  • R$ 94,6 bi para investimento (+29-)
  • R$   53,61 bi para o Pronaf (+36-)
  • R$ 6,19 bi para o Programa ABC (23-)

Articulação

O Sistema OCB participou ativamente do processo de construção do Plano Safra, apontando as principais demandas das cooperativas em diversas reuniões com os ministérios da Agricultura e da Economia, e também com o Banco Central. “Nosso esforço focou na ampliação dos recursos disponibilizados, na priorização das linhas de investimento, na equalização da taxa de juros e no ajuste de normas operacionais, sempre com a contínua preocupação de manter as bases do modelo atual de financiamento rural, fundamental para que o país possa continuar produzindo e alimentando nossa população e a do mundo”, explicou o presidente Márcio.

Fortalecimento de pequenos e médios

Os produtores pequenos e médios continuam sendo prioridade no Plano Safra, com aumento da disponibilidade de recursos de custeio e taxas de juros favoráveis.

Os recursos para os pequenos produtores rurais tiveram um acréscimo de 36-. Serão destinados R$ 53,61 bilhões para financiamento pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com juros de 5#$-$#ao ano (para produção de alimentos e produtos da socio biodiversidade) e 6#$-$#ao ano (para os demais produtos).

Para o médio produtor, no âmbito do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), foram disponibilizados R$ 43,75 bilhões, um aumento de 28#$-$#em relação à safra passada, com juros de 8#$-$#ao ano.

Outro destaque foi o aumento das subexigibilidades do Pronaf e do Pronamp, que passou de 22#$-$#e de 28#$-$#para 35-, respectivamente, refletindo a prioridade do Plano Safra para os pequenos e médios produtores.

Sustentabilidade

O incentivo a técnicas sustentáveis de produção agropecuária também são destaque. O Programa ABC, que financia a recuperação de áreas e de pastagens degradadas, a implantação de sistemas de integração lavoura-pecuária florestas e a adoção de práticas conservacionistas de uso, manejo e proteção dos recursos naturais, contará com R$ 6,19 bilhões. As taxas de juros serão de 7#$-$#ao ano para ações de recomposição de reserva legal e áreas de proteção permanente e de 8,5#$-$#para as demais.

Além do Programa ABC, o Plano Safra prevê o incentivo à utilização de fontes de energia renovável. Outra novidade é o financiamento de remineralizadores de solo (pó de rocha), que tem o potencial de reduzir a dependência dos fertilizantes importados.

Também será mantida a priorização do programa Proirriga, que contempla o financiamento de todos os itens inerentes aos sistemas de irrigação, inclusive infraestrutura elétrica, reserva de água e equipamento para monitoramento da umidade no solo. Serão disponibilizados R$ 1,95 bilhão, maior aumento de recursos entre os programas de investimento (+44-), com carência de três anos e prazo máximo de reembolso de 10 anos.

Inovação

Por meio de programas como o Inovagro, o novo Plano Safra disponibiliza recursos para o incentivo à inovação tecnológica e para investimentos necessários para a adoção de boas práticas agropecuárias e de gestão da propriedade. Na próxima safra, o Inovagro terá R$ 3,51 bilhões em recursos, com juros de 10,5#$-$#ao ano.

Entre os financiamentos previstos no Plano Safra 2022/2023 estão os investimentos relacionados a sistemas de conectividade no campo, softwares e licenças para gestão, monitoramento ou automação das atividades produtivas, além de sistemas para geração e distribuição de energia produzida a partir de fontes renováveis.

Pesca e Aquicultura

O Ministério da Agricultura também vem trabalhando para ampliar a inserção da pesca no crédito rural, com o fortalecimento do apoio à comercialização de produtos da pesca e da aquicultura e o acesso a financiamentos de investimento nas áreas de inovação e modernização das atividades pesqueiras.

Armazéns

O Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), que financia investimentos necessários à ampliação e à construção de novos armazéns, terá R$ 5,13 bilhões disponíveis na próxima safra, com taxas de juros de 7#$-$#ao ano para investimentos relativos à armazenagem com capacidade de até 6 mil toneladas, e de 8,5 #$-$#ao ano para os demais investimentos. O prazo de reembolso é de até 12 anos, com carência de até 3 anos.

Neste ano, foi instituído um limite de financiamento de R$ 50 milhões para investimentos relativos a armazenagens de grãos. Para o armazenamento dos demais itens, o limite continua sendo de R$ 25 milhões.

Clique aqui para conhecer todos os detalhes do plano. 

BNDES divulga linha Finame Baixo Carbono

O BNDES divulgou nesta semana, a linha Finame Baixo Carbono para aquisição de equipamentos com maiores índices de eficiência energética ou que contribuam para redução da emissão de gases de efeito estufa.  

A divulgação da linha faz parte de uma estratégia do BNDES para colaborar com a adoção de tecnologias que possibilitem o alcance da neutralidade de carbono nos diversos setores da economia brasileira.  

São itens financiáveis, por exemplo: sistemas de geração de energia renovável, aquecedores solares, ônibus e caminhões elétricos, híbridos e movidos exclusivamente a biocombustível e demais máquinas e equipamentos ambientalmente mais eficientes. Todos os produtos devem ser novos, de fabricação nacional e credenciados no Credenciamento Finame (CFI) do Sistema BNDES.  

Assista ao vídeo no canal do Youtube do BNDES, e saiba tudo sobre a nova linha de financiamento: https://youtu.be/rt52e7ecidc.  

 

INICIATIVAS COOP DE BAIXO CARBONO 

No início de novembro o movimento cooperativista foi destaque no Espaço Brasil na COP26, em Glasgow, onde foram apresentados cases de cooperativas brasileiras que colaboram para o alcance da neutralidade de carbono. O cooperativismo está um passo à frente em ações e soluções nesse sentido. Para conhecer os principais cases e o manifesto em relação aos desafios apresentados COP26, acesse: www.cooperacaoambiental.coop.br

Participantes destacam qualidade da Semana de Competitividade

“Tocante, inesquecível, maravilhoso, perfeito, enriquecedor”. Estas foram algumas das palavras utilizadas pelos participantes para avaliar a Semana de Competitividade promovida pelo Sistema OCB, entre os dias 22 e 26 de agosto. Realizado em formato híbrido, o evento contou com a participação de mais de 600 pessoas, representando mais de 300 cooperativas de todas as regiões do Brasil.

“Estamos muito felizes pela realização dessa semana e os resultados que alcançamos. A retomada de um evento presencial após esses dois anos de pandemia foi muito importante. Foi uma oportunidade única para trocarmos experiências, revermos uns aos outros e abordarmos temas extremamente relevantes para o futuro do nosso movimento, como o ESGCoop e o desafio que lançamos para atingir R$ 1 tri de prosperidade e alcançarmos mais de 30 milhões de cooperados até 2027”, ressaltou o presidente Márcio Lopes de Freitas.

O presidente da Cooperativa do Agronegócio dos Fornecedores de Cana de Açúcar (Coaf), de Pernambuco, Alexandre Andrade Lima, concorda. Segundo ele, a capacitação oferecida nas palestras, trilhas e laboratórios permitiu um aprendizado significativo. “Esse evento foi muito bom. Revi amigos e outros colegas de cooperativas. Participei de painéis importantes como o de exportação. Foi muito interessante para aprender mais sobre como colocar os produtos de cooperativas lá fora. As questões do ESG e da sustentabilidade também são muito relevantes para que nossos produtos não recebam nenhum tratamento que possa ser penalizado”, descreveu.

“Foi maravilhoso! Ainda estou emocionada porque vou poder levar todo o conhecimento que adquiri aqui para as mulheres da nossa cooperativa. Só tenho a agradecer e espero que, futuramente, minha equipe também tenha a oportunidade de participar de um evento como este, que planta sementes na nossa mente, nos faz crescer e enxergar novas possibilidades”, acrescentou Dinê Rodrigues dos Santos Silva, presidente da Cooperativa de Costureiras de Fardamento União Confecção de Teresina (PI).

Beatriz Ribeiro Antônio do Vale, presidente da Cooperativa dos Profissionais de Educação em Guaxupé (Copeg), de Minas Gerais, destacou que o evento serviu como um alerta para o movimento. “Estou encantada, a organização, as apresentações, os palestrantes, tudo muito bem pensado e com uma sintonia incrível. Uma qualidade muito grande e boas dicas para a gente trabalhar, olhando o lado humano, empresarial e de gestão. Desperta no cooperativista que ele precisa mostrar o trabalho dele. Nós fazemos um trabalho muito bom, de qualidade, diferenciado, gerenciado e precisamos mostrar. Esse evento veio dar um puxão de orelha na turma toda. Nosso papel hoje é trabalhar nossos princípios, nossos valores e mostrá-los”, declarou.

Pauta atual

A superintendente do Sistema OCB, Tânia Zanella, lembrou que o evento teve como um de seus objetivos intensificar as discussões iniciadas no 14º Congresso do Cooperativismo Brasileiro, realizado em 2019. “Foi um momento muito rico porque conseguimos abordar temas atuais, que estão na pauta do mundo todo como é o caso da inserção em mercado, inovação, intercooperação, ESG. São assuntos que precisavam ser discutidos para que nossas cooperativas possam alcançar patamares cada vez maiores de desenvolvimento”, afirmou.

Para a gerente geral, Fabíola Nader Motta, o principal destaque da Semana de Competitividade foi a possibilidade de refletir sobre o cooperativismo do futuro. “O evento foi sensacional, uma oportunidade única da gente se reconectar depois de dois anos e gerar todo esse contato, mas, principalmente, de refletir sobre o cooperativismo do futuro que queremos e como construir esse futuro. Refletir sobre como podemos trabalhar com inovação, diversidade, intercooperação, liderança. Ficamos muito empolgados com a meta de gerar cada vez mais prosperidade, de crescermos juntos, trazendo cada vez mais impacto para a sociedade brasileira”.

“Falar de ESG, de competitividade, de inovação está dentro da nossa visão de futuro. São pautas que certamente vão impactar nossas cooperativas e é necessário estarmos atentos e conectados para gerarmos essa entrega de valor para elas”, acrescentou a gerente geral do Sescoop, Karla Oliveira. Ainda segundo ela, foi muito bom ouvir dos participantes que as palestras apresentadas foram de alto nível. “Por isso, nosso balanço é muito positivo. Além de ser uma oportunidade para abordar temas importantes, tivemos também essa troca, essa intercooperação entre as cooperativas e unidades estaduais que, com certeza, vão fortalecer nossa atuação enquanto sistema”.

Exposição

Além de participar das palestras, painéis, trilhas de aprendizagem e outros itens previstos na programação do evento, algumas cooperativas também contaram com estandes para demonstração e venda de seus produtos. Para os convidados a expor, essa foi mais uma oportunidade de fortalecer suas marcas. “Nossa cooperativa investe muito na formação das cooperadas. Além de bordadeiras, elas precisam ser gestoras, empreendedoras. É um trabalho de produzir, mas também de empoderar. Por isso, a importância de mostrar nosso trabalho, de conhecer novos potenciais compradores e fazer esse networking que um evento como este proporciona”, afirmou Selma Gleide, presidente da Cooperativa Bordana de Goiânia (GO).

“Todos que passam por aqui levam nossos cartões de contato, o que comprova que nossos produtos têm qualidade e demanda. Estamos demonstrando alguns dos nossos produtos como sucos variados, açaí puro e com guaraná, sorvetes e azeite. Muita gente quer comprar, mas dessa vez é apenas para degustação”, declarou Eliane Brito, que trabalhou no estande da Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (PA).

“Foi a primeira vez que participamos de um evento presencial promovido pelo Sistema OCB, apesar da nossa cooperativa já ter seis anos de existência. Para nós, a demonstração dos nossos produtos foi muito importante porque muita gente conhece o mel silvestre, mas os nossos sãos especiais. São méis de Aroeira, de pequi, da flor do café e do abacateiro. O evento nos deu a oportunidade de divulgarmos essa variedade que oferecemos aos nossos clientes”, completou Luciano Fernandes, presidente da Cooperativa dos Apicultores e Agricultores Familiares do Norte de Minas (Coopemapi), localizada em Bocaiúva (MG).

GT ESGCoop busca congregar as boas práticas do cooperativismo

Intuito é alinhar projetos e implementar soluções para as dimensões ambientais, sociais e de governança

 

Débora Ingrisano explica os objetivos do Grupo de Trabalho ESGCoop O Grupo de Trabalho ESGoop se reuniu nesta quarta-feira (07). O GT marca um importante passo em direção à ampliação do Programa para o movimento cooperativista. A gerente-geral da OCB, Fabíola Nader Motta, realizou a abertura do encontro e enfatizou a importância do diagnóstico. "A análise envolve a atuação da cooperativa na agenda ESG, considerando sua singularidade, e se torna coletiva ao avaliar o cooperativismo por ramo de atividade e de forma sistêmica. O objetivo é alavancar práticas sustentáveis em todas as cooperativas e gerar impactos positivos nas questões ambientais, sociais e de governança", disse. 

O programa ESGCoop visa capacitar lideranças e técnicos, mapear boas práticas e implementar soluções em consonância com os critérios ESG, para que as cooperativas possam atuar de forma comprovadamente sustentável e, ainda, estejam aptas a divulgar, por meio de relatórios qualificados, suas práticas nas três dimensões. Débora Ingrisano, gerente de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB, destacou o papel do GT e explicou que reunir os representantes das cooperativas e entidades sistêmicas colabora para a identificação das necessidades e soluções que aprimoram o ESG. "Os grupos de trabalho, em consonância com os princípios cooperativistas, promovem a intercooperação, a educação, a formação e a informação. O intuito é beneficiar o cooperado, ao final do processo", explicou. 

Ainda segundo ela, a análise realizada pelo GT ESGCoop vai consolidar a conexão entre cooperativismo e sustentabilidade. "É possível medir como o cooperativismo contribui para o ESG em razão do seu modelo de negócio, que busca, por princípio, ser ambientalmente correto e socialmente justo, ao mesmo tempo em que é economicamente viável".

Tomás Nascimento, analista do Sistema OCB, explicou o funcionamento do Avaliacoop ESG, sistema que abrange e avalia o grau de aderência das cooperativas à agenda ESG. "Trata-se de um questionário com perguntas sobre as práticas e/ou processos de desenvolvimento nas três dimensões e um quarto bloco com perguntas transversais a toda pauta ESG. Está dividido em 22 critérios + questões complementares. São cerca de cem perguntas, dependendo do ramo de atuação da cooperativa, e com quatro opções de resposta para a maioria delas. O Diagnóstico visa mapear, sugerir ações e contribuir para o próximo passo que é o desenvolvimento da relação de temas materiais e prioritários (Matriz de Materialidade)”.

O diagnóstico piloto promovido pelo Programa ESGCoop analisou 365 cooperativas de 19 estados. Seus resultados mostraram uma aderência ESG de 51,37%. 

O encontro continua nesta quinta-feira (08), quando serão apresentados cases de sucesso sobre sustentabilidade e ESG. Os cases comprovam que as soluções implementadas pelas cooperativas participantes do programa são efetivas e eficientes.  

 
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Sistema OCB Ceará capacita supervisores da Unimed Fortaleza em gestão de projetos com foco em eficiência e resultados

O Sistema OCB Ceará, em parceria com a Unimed Fortaleza, está realizando um curso com foco na Gestão de Projetos com o objetivo de capacitar os supervisores da cooperativa médica em técnicas que visam aumentar a eficiência e os resultados do trabalho.

 

O curso faz parte do Programa Evoluir - Supervisores e foi dividido em três turmas, que aconteceram nos dias 02, 03 e 04 de maio de 2023, com uma média de 30 colaboradores por turma. A iniciativa tem como objetivo proporcionar aos participantes uma visão ampla e prática sobre o gerenciamento de projetos, visando melhorias no desempenho e na entrega de resultados.

 

Durante o treinamento, os supervisores tiveram acesso a conteúdos que vão desde a identificação de oportunidades e necessidades de mudança até a elaboração e execução de projetos de sucesso. Além disso, foram abordadas técnicas de gestão de equipe, liderança e comunicação, habilidades fundamentais para quem deseja atuar na gestão de projetos.

 

Para o presidente do Sistema OCB Ceará, a iniciativa reforça o compromisso da organização com o desenvolvimento de seus cooperados e colaboradores. "O Programa Evoluir - Supervisores é uma oportunidade para que os profissionais da Unimed Fortaleza se capacitem em temas importantes para a gestão de seus negócios, visando sempre a melhoria contínua e a entrega de resultados cada vez mais eficientes", afirma Nicédio Nogueira.

 

Os participantes do curso destacaram a relevância das técnicas aprendidas para a rotina de trabalho. Segundo a analista de Desenvolvimento de Cooperativas, Sandra Costa, "o treinamento foi muito produtivo e trouxe muitas reflexões importantes sobre a forma como os participantes atuam em projetos na cooperativa", e completa: "Tenho certeza de que os conhecimentos adquiridos serão fundamentais para a melhoria dos resultados da Unimed Fortaleza e da promoção do cooperativismo no Ceará", destacou Sandra Costa.

 

Com a conclusão do curso, os supervisores da Unimed Fortaleza estarão mais preparados para gerenciar projetos com eficiência e alcançar melhores resultados para a cooperativa médica. A iniciativa do Sistema OCB Ceará mostra-se, assim, como uma importante ação em prol do desenvolvimento das empresas cooperativas e de seus colaboradores.

Parcerias fortalecedoras: Sistema OCB Ceará em visita estratégica com lideranças cooperativistas no Paraná

Consolidado como uma referência em cooperativismo, principalmente no que se refere ao agronegócio, o Paraná recebe nesta semana a visita de uma Missão Técnica do Estado do Ceará. O grupo, formado por 14 representantes de entidades do setor produtivo e gestores públicos, tem como objetivo entender o modelo bem-sucedido aplicado pelas cooperativas da região. A visita, organizada pela Cooptur (Cooperativa Paranaense de Turismo), teve como destino na terça-feira (23/05), o distrito de Entre Rios, em Guarapuava, para conhecer a Agrária.

Museu - Acompanhada pelo Diretor Presidente da Cooperativa, Adam Stemmer, pelo Diretor Secretário, Cristian Abt, e pelo Coordenador de Marketing, Rodrigo Lass, a comitiva iniciou o dia no Museu Histórico de Entre Rios. O espaço é um braço da Fundação Cultural Suábio-Brasileira, da qual a Agrária é mantenedora. Ao visitar a exposição permanente, o grupo pôde conhecer a história dos suábios, o processo de criação da cooperativa e os desafios enfrentados pelos imigrantes e seus descendentes até a consolidação da agroindústria local.

Apresentação - Em seguida, os visitantes assistiram a uma apresentação sobre a conjuntura atual da cooperativa, exemplificada por números de produção, programas internos de gestão e ações de relacionamento com o cooperado. A próxima parada aconteceu na Agrária Malte, onde o grupo esteve na maior Maltaria Comercial da América Latina. O roteiro também incluiu a Cervejaria Experimental e um almoço com cardápio tipicamente suábio.

União - Para Silvio Carlos Ribeiro Vieira Lima, secretário executivo para Assuntos de Agronegócio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado do Ceará, o que mais chama atenção nas cooperativas paranaenses é a união entre os produtores rurais. “Queremos levar algumas ações exitosas que vocês têm aqui para estimular o pessoal lá no Ceará a produzir nesse modelo cooperativista”, declarou.

Potencial - O presidente da Faec (Federação da Agricultura do Estado do Ceará), José Amilcar de Araújo Silveira, lembrou que apesar das dificuldades climáticas, por conta da escassez de chuva na maior parte do ano, seu Estado possui um grande potencial de crescimento no setor agropecuário, já que hoje é o maior produtor de castanha do Brasil, o maior produtor de melão do mundo e responde por 43#$-$#da produção nacional de camarão. “Queremos oferecer oportunidades aos pequenos produtores e acreditamos que o cooperativismo é uma boa opção para que isso aconteça”, disse.

Novas possibilidades - De acordo com Cristian Abt, compartilhar a experiência da Agrária é uma maneira de disseminar os princípios do cooperativismo, mas também de enxergar novas possibilidades para a própria cooperativa. “Essa iniciativa da Ocepar (Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná) e da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) mostra como o cooperativismo é bastante desenvolvido no sul do Brasil, especialmente aqui no Paraná. Com nossa história de 72 anos, ficamos felizes em poder contribuir para o crescimento do sistema cooperativista. Pudemos conhecer produtores que têm experiências muito diferentes das nossas, o que também nos ajuda a pensar em novas parcerias e novos negócios”, concluiu o Diretor Administrativo da Agrária. (Assessoria de Imprensa Agrária)

 

Disponível em: https://www.paranacooperativo.coop.br/ppc/index.php/sistema-ocepar/comunicacao/2011-12-07-11-06-29/ultimas-noticias/146994-agro-agraria-recebe-comitiva-do-estado-do-ceara

Comitiva da All-China visita cooperativas no Rio e São Paulo

Delegação foi recebida pelo Sistema OCB, que estreitou possibilidades de relações comerciais

 

Comitiva de delegados da All-China em visita ao BrasilO Sistema OCB recebeu, entre os dias 23 e 26 de fevereiro, uma comitiva de delegados da All-China, a Federação Chinesa de Cooperativas de Abastecimento e Marketing (ACFSMC). Durante visita aos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, a delegação liderada pelo vice-presidente da organização, Zenhong Cai, conheceu cooperativas dos Ramos Agro, Crédito e Saúde, encontrou dirigentes das Organizações Estaduais e estabeleceu contatos para relações comerciais mais diretas entre coops dos dois países.  

Clara Maffia, gerente de Relações Institucionais do Sistema OCB, recebeu a comitiva em São Paulo e destacou a importância do encontro. “Receber a All-China no Brasil foi uma oportunidade única. Trata-se de uma das mais importantes organizações de representação cooperativista no mundo e, também, de uma parceira relevante no âmbito da Aliança Cooperativa Internacional (ACI). Apresentar o nosso movimento e conhecer as particularidades do cooperativismo chinês traz novas experiências para as coops brasileiras e abre as portas para o desenvolvimento de projetos de cooperação concretos”, afirmou. 

Em São Paulo, a visita começou na sede da Ocesp. O superintendente Aramis Moutinho Júnior conversou com o grupo e detalhou as principais características do coop no estado. A delegação também conheceu a sede da Coplacana – Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo, e da Uniodonto Campinas. Na Coplacana, o diretor de Negócios, Roberto Rossi, e o diretor Administrativo, Marcos Farhat, fizeram a apresentação institucionais da coop e discutiram o desenvolvimento de projetos conjuntos com a All-China. A estrutura e os números da Uniodonto Campinas foram detalhados pelo presidente Vladimir Borin.

Já no Rio de Janeiro, o grupo esteve na sede do Sistema OCB/RJ, onde um retrato do cooperativismo carioca foi apresentado pelo presidente, Vinicius Mesquista, e pelos superintendentes, Abdul Nasser e Jorge Lobo. Outras duas visitas foram realizadas na Unicred Coalisão e na Central Sicoob Unimais Rio. Na primeira, foram detalhados os trabalhos, números gerais e cobertura nacional da cooperativa. O grupo foi recebido pelo diretor de Risco e Compliance, Marcius Braz, e pelo diretor de Estratégia e Negócios, Vinicius Lancelotti. Além de entender a atuação da Unicred, os representantes da All-China também falaram sobre a experiência chinesa no cooperativismo de crédito.

O diretor-executivo do Sicoob Cecremef, Carlos Soares, acompanhou o grupo na Central Sicoob Unimais Rio. Na oportunidade, foram destacados os números nacionais e regionais do sistema cooperativo de crédito, além de indicadores de sua atuação no Rio de Janeiro. O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, também se conectou virtualmente para conversar com a comitiva chinesa e anfitriões. Ele reforçou que o cooperativismo brasileiro está à disposição para cooperar. “Não podemos deixar de destacar a relevância da All-China no cenário mundial e a importância que esta parceria tem para levar nossos produtos e serviços ainda mais longe”, disse. 

A delegação da All-China considerou a oportunidade e as visitas realizadas muito produtivas e positivas. De acordo com Zenhong Cai, foi possível esclarecer dúvidas importantes sobre o coop brasileiro, estabelecer contatos significativos e discutir projetos de cooperação relevantes para ambos os lados. Ainda segundo ele, foi particularmente gratificante entender as similaridades entre o cooperativismo de crédito brasileiro e chinês, além de conhecer ruas e paisagens cariocas. 

Criada em 1954, a All-china é a principal organização de representação e fomento das cooperativas chinesas. A Federação congrega 432 mil cooperativas que geram três milhões de empregos no país. Em 2023, a movimentação financeira de seu ecossistema somou mais de US$ 1 trilhão. A All-China também possui assento no Conselho Administrativo da ACI e, atualmente, ocupa a vice-presidência da ACI Ásia Pacífico, órgão regional da entidade. Importante parceira política e principal destino comercial do Brasil, a China importou, em 2022, US$ 1,6 bi de cooperativas brasileiras. 

 

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Embrapa lança novo selo por baixa emissão de carbono na produção da soja

Um dos principais gases que contribuem para o chamado efeito estufa é o carbono. Com a intenção de certificar os agricultores que produzem com baixa emissão do gás, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) está elaborando metodologia para quantificar as emissões na produção de soja. Segundo a empresa, cada propriedade participante do projeto-piloto que alcançar os melhores resultados receberão o selo, ainda não denominado.

O anúncio do Programa Soja Baixo Carbono foi feito, pela Embrapa Soja de Londrina, na ExpoLondrina, nesta terça-feira (11), durante o 1º Fórum Soja de Baixo Carbono. As cooperativas paranaenses Coamo e Cocamar assinaram o termo de adesão para participar do programa. O Sistema OCB parabenizou a iniciativa e espera expandir o projeto também para outras coops do ramo.

O coordenador de Meio Ambiente e Energia do Sistema OCB, Marco Morato, esteve presente no evento e declarou que esta é mais uma ação para alinhar a agropecuária brasileira às estratégias de respeito ambiental, cuidado social e boa gestão e governança (ESG) aos negócios cooperativos e empresariais. “É muito importante que o cooperativismo mensure sua pegada de carbono na cadeia produtiva da soja. O grão integra a base proteica de produtos do coop juntamente com a produção de suínos e aves. Estamos acompanhando e, em um futuro próximo, podemos fechar novas parcerias”.

As normas elaboradas pela Embrapa entram em testes no próximo ciclo da soja 2023/2024. A medida tem apelo internacional, uma vez que os países importadores têm a preocupação com o rastreio dos produtos, que passa por uma produção sem emissões, sem desmatamento e em benefício do controle climático mundial.

Segundo o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, o programa garante constante inovação tecnológica para o agronegócio. “Não temos nada a temer. Isso vale para o ESG e tudo mais o que está sendo exigido neste momento em termos de sustentabilidade. Tudo o que o cooperativismo faz é na prática, não fica só no discurso. A Embrapa tem que ser a certificadora do que produzimos com sustentabilidade”.

O Sistema Ocepar já realiza anualmente o Fórum de Sustentabilidade para preparar as cooperativas para os desafios impostos pelo mercado. Ricken acrescentou que este ano será realizado um fórum conjunto com cooperativas europeias. “Em junho vamos realizar o evento em Foz do Iguaçu e debater sustentabilidade com cooperativas da Europa. Queremos desmistificar o pensamento da maioria dos europeus de que estamos dentro da Floresta Amazônica produzindo soja, o que não é verdade”.

Sistema OCB/CE capacita técnicos da Unimed CE sobre excelência em gestão

Vários técnicos e alguns diretores da Unimed Ceará se reuniram nesta terça-feira para realizarem capacitação sobre os principais programas de controle e gestão para cooperativas. Durante todo o dia, programas como SINAC, PAGC, PDGC e GDA foram reforçados junto aos representantes da cooperativa.

A abertura do encontro foi feita pelo Presidente do Sistema OCB/CE, João Nicédio Alves Nogueira, que falou da importância dessa aproximação com as cooperativas. “Hoje nós estamos realizando esta capacitação com a Unimed CE mas obviamente que o Sistema sempre estará de portas abertas a todas as cooperativas que queiram entender melhor os programas de controle e de gestão que temos a oferecer.”, disse o Presidente.

O encontro contou ainda com a presença do Sistema OCB Nacional sendo representado pela Analista de Monitoramento e Desenvolvimento de Cooperativas Giulianna Fardini.

“Aqui nós podemos juntar todas as cooperativas singulares filiadas e alinhas as ideias. A partir do momento em que nós enxergarmos os benefícios dessas ferramentas e o potencial delas na nossa gestão vamos dar um salto ainda maior na qualidade da nossa cooperativa.”, disse Leonardo Ramalho, Gerente Executivo da Unimed Ceará.

Além da parte teórica de toda a programação, os participantes tiveram ainda a oportunidade de participar de um workshop do Programa de Desenvolvimento da Gestão das Cooperativas – o PDGC.

Conhecer para Cooperar: projeto aproxima coop de crédito e poder público

Etapa em Brasília contou com visitas técnicas e troca de experiências

 

O Sistema OCB deu início, nesta segundaIntegrantes do evento Conhecer para Cooperar-feira (26), à primeira etapa do Projeto Conhecer para Cooperar – Ramo Crédito, que visa apresentar as melhores práticas do cooperativismo de crédito no país, assim como experiências internacionais, para promover maior conhecimento sobre o modelo de negócios e propiciar maior aproximação entre o segmento e o poder público. Esta é a segunda edição do projeto. A primeira foi realizada entre os anos de 2012 e 2014, sob o nome Prospecção de boas práticas e aprendizagem experiencial em cooperativismo de crédito, e inspirou avanços significativos para o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC), a exemplo da Lei Complementar 196/22, que atualizou a legislação vigente, e a constiuição do fundo garantidor.   

“Este é um projeto notável que leva ao avanço do SNCC, a partir de um relacionamento de confiança. O aprendizado e a troca de conhecimentos que ele oferece alavanca a formação de redes de debates e de oportunidades fundamentais para aprimorar a base normativa e o processo de funcionamento do cooperativismo de crédito como um todo. Não tenho dúvidas de que essa segunda edição será um sucesso e trará resultados significativos novamente. Com a primeira, aprendemos tanto que conseguimos superar os modelos internacionais que eram, então, nossos exemplos”, afirmou o diretor do Banco Central, Ailton Aquino, que integrou a equipe da primeira edição.                                                                        Presidente do Sistema OCB ao lado de Ailton Aquino  

 

Para o presidente Márcio Lopes de Freitas, o Conhecer para Cooperar tem como principal mérito mostrar in loco a atuação do cooperativismo crédito e os benefícios que ele proporciona em suas comunidades. “É muito gratificante estar aqui enquanto representante do cooperativismo brasileiro. Essa iniciativa aproxima a teoria da prática para ressaltar o impacto gerado pelo coop de crédito no dia a dia do cooperado e de todos à sua volta. Ele alavanca uma rede de relacionamentos importante para criar um ambiente de fomento que se transforma em referência para garantir as melhorias necessárias ao segmento”, ressaltou. 

Servidores do Banco Central do Brasil (BCB), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e dos ministérios da Agricultura (Mapa) e Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA); representantes dos sistemas cooperativos, das cooperativas independentes e do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop); e integrantes do GT Executivo do Conselho Consultivo Nacional do Ramo Crédito (Ceco), compõem o grupo que participa da segunda edição do Conhecer para Cooperar. 

A primeira etapa, realizada em Brasília, contou com visitas à sede da Casa do Cooperativismo, ao Centro Cooperativo Sicoob (CCS), ao FGCoop e à Cooperforte, cooperativa de crédito independente. O projeto terá sete etapas a serem executadas até 2026 e que passarão pelas cinco regiões do Brasil e, ainda, no Canadá e Alemanha. A próxima será realizada entre os dias 11 e 15 de março, com troca de experiências em cooperativas de crédito da Região Sul.  

 

Casa do Cooperativismo

A gerente-geral do Sistema OCB, Fabíola Nader Motta, detalhou a estrutura e as atividades desenvolvidas pela entidade, destacou números do movimento no Brasil e no mundo e abordou a importância do modelo de negócios. “O cooperativismo é o que as pessoas procuram na atualidade. Elas talvez ainda não saibam identificar essa realidade, mas, a partir de uma correlação com o consumidor contemporâneo, conseguimos identificar vários pontos de intercessão”, destacou. 

Fabíola lembrou que o consumidor contemporâneo é crítico, busca valores humanos nos produtos e serviços que adquire, substitui a posse pelo uso, se preocupa com a sustentabilidade e quer conhecer a história por traz do processo de produção. “Todas essas características levam a questão do propósito que rege a existência do negócio. E o cooperativismo é, por natureza, um modelo de negócios com propósito. Está em seus princípios, o comércio justo, a economia colaborativa, o empoderamento criativo, o consumo responsável. Em resumo, o poder do coletivo que leva à prosperidade do negócio, das pessoas e das comunidades”. 

A gerente-geral também falou sobre a importância do trabalho de representação institucional desenvolvido pelo Sistema OCB em defesa do cooperativismo junto aos Três Poderes, e sobre o movimento SomosCoop, que tem como objetivo tornar o modelo de negócios mais conhecido e reconhecido pela sociedade. “Todo o nosso trabalho tem como objetivo final esse reconhecimento. Quanto mais conseguirmos demonstrar os benefícios desse modelo de negócios, mais os aprimoramentos alcançamos”, complementou. 

 

Centro Cooperativo Sicoob (CCS)

Um sistema formado por 14 centrais, 335 cooperativas singulares e 7,7 milhões de cooperados. A estrutura do Sicoob, que conta ainda com 4.609 unidades em sua rede de atendimento, o que garante presença em 42% dos municípios brasileiros, foi apresentada por Marco Aurélio Almada, diretor-presidente do sistema. Na visita ao CCS, os participantes do projeto também conheceram a história do cooperativismo de crédito no mundo e no Brasil, bem como os detalhes da evolução do SNCC. Marco Aurélio Almada Abreu, diretor-presidente do SicoobEm sua fala, Almada buscou responder quais são as principais diferenças entre as cooperativas e as instituições financeiras tradicionais. “O cooperativismo gerencia e alinha interesses. Não é controlado pelo capital. Ou seja, 50% mais um não é nada. É uma sociedade de pessoas e, como tal, busca a maximização do retorno para seus sócios e não do lucro. Alavancamos o sócio como indivíduo e temos compromisso com o desenvolvimento do cooperado. Além disso, não dependemos do Estado, mas somos um agente de política pública virtuoso, que está sempre presente, tantos nos bons momentos quanto nos difíceis”, descreveu.  

Para ele, o projeto Conhecer para Cooperar é fundamental para que o cooperativismo possa entregar o seu melhor à sociedade. “Temos a ambição de fazer e desenvolver mais, mas não conseguimos sozinhos. Sem a colaboração e o entendimento do poder público, sem a regulamentação correta, a abordagem e a supervisão adequadas, ficamos aquém do que é possível. Então, essa iniciativa é fundamental para reunir esse conjunto de pessoas de diferentes frentes que querem a mesma coisa, ou seja, um país melhor. É uma oportunidade única, que diferencia o Brasil de outros países. Essa abertura com o poder público é fantástica”, considerou. 

 

FGCoop

A visita ao Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop) reservou momentos esclarecedores sobre o histórico, estrutura e processo de funcionamento da entidade. Criado em 2014 e regulado pelo Banco Central, o fundo tem como diferencial, de acordo com o diretor-executivo Adriano Ricci, uma atuação preventiva e próxima de seus associados. “Nossa missão é proteger os depósitos, mas sempre desejamos que ela não se concretize, uma vez que somos acionados apenas em caso de problemas insolúveis. O que realmente importa é contribuir para que as cooperativas de crédito e os bancos cooperativos mantenham-se íntegros e em plena saúde financeira. Por isso, prevenir é sempre fundamental”, afirmou.  

Atualmente, o FGCoop mantém em sua carteira de associados dois bancos cooperados, quatro confederações, 30 centrais e 615 cooperativas singulares. O patrimônio social supera os R$ 4 bi e o percentual de cobertura é de 52%. “Formamos uma rede integrada de proteção. Para isso, realizamos um monitoramento constante da situação de cada associado para evitar a ocorrência de problemas extremos, que possam ocasionar a intervenção ou liquidação extrajudicial. Nesse processo, confiança é a palavra-chave. Melhorar e merecer essa confiança é a base sobre a qual buscamos construir um sistema sólido e em contínuo crescimento”, acrescentou Ricci. 

O presidente do fundo, Luiz Antônio de Araújo, falou sobre a importância do Conhecer para Cooperar. “Historicamente, o cooperativismo de crédito sempre teve três grandes desafios. Dois já foram superados com a criação de um normativo adequado e do FGCoop. O terceiro, que é ser mais conhecido e reconhecido pela sociedade ainda permanece. Projetos como esse são fundamentais para alcançarmos mais esse objetivo. É preciso que o brasileiro conheça e saiba como funciona uma cooperativa de crédito para poder aproveitar efetivamente os benefícios que ela oferece”, salientou. 

 

Cooperforte

As particularidades e desafios das cooperativas de crédito singulares independentes (não filiadas a centrais) foram temas abordados durante a visita a Cooperforte – Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo de Funcionários de Instituições Financeiras Federais. Kedson Macedo, diretor-executivo de Relacionamento Interno, detalhou o cenário atual do segmento no Brasil. “Das 771 cooperativas de crédito singulares existentes hoje, 212 são independentes que somam em ativos totais mais de R$ 20 bi. A representação desse grupo no SNCC, também em ativos totais, é de 3,2%”, explicou. Entre os principais desafios do segmento, Kedson citou a transformação digital e a intercooperação. 

Fundada há 40 anos, a Cooperforte congrega 151 mil associados e soma R$ 3,2 bil em ativos totais. “Nossa atuação é baseada em ajuda mútua, equidade e solidariedade. Nosso modelo é muito simples e nossos associados recorrem aos serviços sempre no formato virtual. Os produtos oferecidos são voltados para a concessão de diferentes tipos de crédito e possibilidades de investimentos. Para 2024, nosso foco será disponibilizar os serviços de conta corrente”, destacou o diretor-presidente, Edson Machado Monteiro. 

Para ele, aproximar o cooperativismo de crédito do poder público, como propõe o Conhecer para Cooperar, é fundamental. “Mostrar nos benefícios desse modelo de negócios para as mais diversas instâncias, para reguladores e autoridades que formulam as políticas públicas contribui para aprimoramento das atividades e permite que alcancemos resultados cada vez mais significativos”. 

 

Saiba Mais:

Coop impulsiona turismo em vila entre as melhores do mundo

Até onde as contribuições do cooperativismo podem levar um empreendimento com potencial, mas sem incentivo para atingir patamares inimagináveis? A cooperativa Viacredi – vinculada ao Sistema Ailos – promoveu verdadeira revolução no município de Pomerode, em Santa Catarina. A Rota Enxaimel, projeto coordenado pela entidade, tem fortalecido a economia local e o desenvolvimento sustentável da região.

O resultado? Um crescimento de 400% no número de turistas que visitam a cidade e o reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU) como uma das "Melhores Vilas Turísticas do mundo", devido ao seu conteúdo histórico e cultural, à preservação das tradições e aos atrativos turísticos. Na cidade, os turistas podem apreciar belas paisagens, conhecer a vida dos imigrantes, experimentar pratos típicos da Alemanha, adquirir produtos locais e até mesmo se hospedar em uma casa enxaimel – técnica em que as estruturas de madeira são construídas sem pregos ou parafusos, apenas com encaixes.

"" O vice-presidente da Associação Rota do Enxaimel e diretor da Nugali Chocolates, Ivan Blumenschein, conta que a rota que reúne patrimônio paisagístico, edificações históricas e potencial turístico estava subaproveitada. “Fundamos nossa Associação em 2021 e fomos buscar apoio da Viacredi e do Sebrae para estruturação e capacitação de nossos associados. Em um ano, foram diversos treinamentos, desenvolvimento de nova marca para a rota, criação de site e mapa turísticos. O fluxo de visitantes cresceu dez vezes e saltamos de sete, para 26 associados. O apoio da cooperativa foi fundamental para o sucesso”.

O sucesso ao qual se refere o vice-presidente da associação, em números, refletem no aumento de associados que passou de 7, em 2021, para 26 em 2022. De acordo com ele, o número de turistas saltou de 2 mil visitantes/mês em 2021, para 10 mil em 2022.  O faturamento dos estabelecimentos situados na rota também cresceu 100% no mesmo período.

O consultor de Pessoa Jurídica do Posto de Atendimento 88, da Viacredi, Marcio de Almeida Pavão, relata que o projeto representou oportunidade e experiência únicas para ele enquanto turista e consultor. “Atuei com o atendimento individual aos cooperados, principalmente os de mais idade, que não tinham facilidade nos acessos à tecnologia, como aplicativos, conta online e utilização das máquinas de cartão. Foi necessário explicar como eram realizadas as cobranças e formas de pagamento”, contou.

"" Outra oportunidade importante, segundo ele, foi poder participar na criação da marca da associação. “Pude acompanhar as reuniões, capacitações e consultoria, além de contribuir com a visão de consumidor e turista. E o legal é saber que o projeto deu certo, pois tanto a rota como a cidade estão com grande fluxo de turistas. É um ciclo virtuoso de ações que fortalece o desenvolvimento do nosso município e sobre o qual ficamos cada vez mais orgulhosos como cidadãos”, exalta.

Para a analista de Sustentabilidade da Viacredi, Sharon Haskel Koepsel, o resultado alcançado em apenas um ano é motivo de celebração. “Temos o privilégio de ver a Rota do Enxaimel crescer, se modernizar, quintuplicar o número de turistas e receber novos investidores e parceiros, além de ser reconhecida internacionalmente. Além disso, existe um ganho que os números não podem medir. Hoje, nenhuma das pessoas envolvidas está igual há um ano. O brilho no olhar voltou, estão mais seguras, encorajadas a ousar e inovar. Estão fortalecidas e, acima de tudo, orgulhosas de toda caminhada e resultados alcançados”, ressalta.

Viacredi

A parceria com a Viacredi é uma demonstração de como o cooperativismo pode contribuir para o desenvolvimento sustentável da região, fortalecendo os negócios locais, preservando o patrimônio histórico e cultural, e impulsionando o turismo na área. A cooperativa colabora ainda para o alcance do Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que trata do trabalho decente e crescimento econômico (8) e que versa sobre parcerias e meios de implementação (17). Desta forma, a Viacredi reforça seu compromisso com a Agenda 2030 da ONU.

Para a Rota Enxaimel a coop ofereceu apoioo financeiro, compartilhou conhecimentos e, durante um ano de projeto, ajudou na reestruturação da associação e da retomada do turismo regional por meio de consultorias e treinamentos. Também orientou os proprietários da rota sobre empreendedorismo, finanças, marketing, gestão de pessoas, planejamento e vendas, o que foi fundamental para o desenvolvimento pessoal e profissional dos envolvidos.

Coops mirins e escolares: empreendedorismo e solidariedade na prática

A importância de se aprender desde cedo sobre empreendedorismo e solidariedade tem sido reforçada pelas cooperativas mirins e escolares que, em movimento de intercooperação com cooperativas de trabalho e educacionais de diferentes estados, vêm promovendo os princípios cooperativistas. Os programas apoiados pela Fundação Sicredi e pelo Instituto Sicoob incentivam, sob orientação de um professor, a formação dessas cooperativas direcionadas aos jovens de escolas públicas, privadas, em cooperativas educacionais e outras instituições de atendimento às crianças e adolescentes entre os 6 e 17 anos.

De forma lúdica e interdisciplinar o processo para a constituição da cooperativa é reproduzido pelos jovens como captação de associados (sócio aluno), aprendizagem sobre as questões documentais, e realização de assembleia com eleição e posse dos membros dos conselhos administrativo e fiscal. Desta forma, as crianças aprendem a desenvolver competências e hábitos que disseminam os princípios do cooperativismo dentro e fora do ambiente escolar. O objetivo deste conjunto de ações promovidas pelas cooperativas é tornar o mundo cada vez mais cooperativista, estimulando as crianças a criarem, terem autonomia, protagonismo, liderança e olhar diferenciado para a educação financeira.

As iniciativas são apoiadas pelo Sistema OCB e pelas Organizações Estaduais. O coordenador de Ramos, Hugo Andrade, ressalta que o grande mérito dos projetos é envolver jovens e crianças no universo da cooperação. “Aprender sobre assembleias, negociações, formar chapas, fazer reuniões e simular, ou até mesmo efetivar negócios ajuda a forjar melhores cidadãos e futuros cooperados nos quadros sociais das cerca de 5 mil cooperativas brasileiras. Devemos incentivar cada vez mais a participação deles, pois é no cooperativismo que sempre terão espaço para crescer e contribuir para um mundo mais justo e próspero para todos”.

 

Histórias inspiradoras

 Em Rondônia, a Cooperativa dos Profissionais em Educação (Cooped), a Afavoo - fruto da integração da Cooperativa Educacional de Vilhena (Coopevi) e a Nova Avec, e a Cooperativa Educacional de Cacoal (Coopecc) incentivaram a criação de coops mirins como a Coopere, a Coopbee e a Cooperbi. A experiência assertiva de Rondônia também acontece em outros estados como Espirito Santo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. As capacitações são ofertadas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) das Organizações Estaduais para fomentar o programa com o passo a passo para a formação de uma cooperativa.

O presidente da Cooped, Fabrício Pacheco, informou que, além das três coops já instituídas, no segundo semestre outras serão implementadas no estado. “A coop mirim da Cooped, por exemplo, está em plena ação e já participou de vários eventos na nossa cidade e em cidades vizinhas. Ela esteve na maior feira agroindustrial de Rondônia vendendo nosso objeto de aprendizagem. Isso movimenta o projeto e é de grande valia para agregaremos outras boas ações ao programa. Aqui em Rondônia o cooperativismo é muito forte e vimos essa necessidade de estimular as cooperativas mirins. Visitamos outros estados e observamos os fatores predominantes, prós e contras, bem como a viabilidade de parcerias e intercooperação para a implementação”.

Ainda segundo ele, a cooperativa mirim já acionou, inclusivo, o 6º princípio do cooperativismo, que é a intercooperação. “O produto comercializado por outras cooperativas é também vendido pela coop mirim. O chocolate, que é utilizado como objeto de aprendizagem, por exemplo, e fruto de uma parceria com uma cooperativa que produz o cacau e derivados. Hoje eles dispõem da fruta a preços mais acessíveis e garantem o fortalecimento de todo o cooperativismo rondoniense com a venda dos produtos. As coops mirins são cruciais para um cooperativismo mais pujante e temos que sensibilizar cada vez mais os alunos e país para fortalecer o programa”.

No Espirito Santo, com apoio da OCB/ES, as cooperativas mirins são dirigidas e coordenadas pelos próprios alunos das instituições públicas e privadas. Em metodologia similar ao que ocorre em Rondônia, o interesse pela comunidade, a produção de bens e serviços, e as responsabilidades sociais e econômicas são salientadas dentro e fora da escola em consonância com os princípios cooperativistas. Há produção de trabalhos artesanais como caixas decoradas, pintura de tela e de panos de prato, objetos de decoração com recicláveis, além de doces, brigadeiros, bolos e biscoitos.

Desde 2018 o mote das cooperativas capixabas mirins dos alunos da Escola Cooperação (Cooperjetibá), da Cooperativa Educacional de Linhares (Coopemcel), e da Educacional de São Gabriel da Palha (Coopesg Robusta) é disseminar os valores do movimento ao mesmo tempo em que busca formar futuras lideranças empreendedoras.

Já em Santa Catarina, a Cooperativa de Trabalho Magna atua na educação básica desde 1997. Antes denominada Colégio CEM – oriundo de Cooperativa Educacional Magna – teve o nome transformado após a sanção da Lei 12.690/12, que regulamentou o ato cooperado do Ramo Trabalho. Situada em Concórdia, a cooperativa é regida por normas de autogestão e a assertividade da metodologia levou, em 2006, à construção da minicidade cooperativista, uma parceria com o Sistema Ocesc, inaugurada em 2007.

Segundo a diretora-presidente, Elizeth Alves Pelegrini, o colégio atende alunos desde a educação infantil até o pré-vestibular. Há ainda oferta de cursos livres, centro de idiomas e período para atividades complementares, além da educação noturna para quem tem horários mais restritos. “Desenvolvemos projetos em vários eixos: político, financeiro, cultural, social, científico, entre outros. Esse programa de educação macro está alinhado aos nossos valores e filosofia. Criamos uma cultura da cooperação com nossos alunos que está de forma interdisciplinar e transversal nos planejamentos de aulas e rotinas do educandário”, explicou.

A Fundação Sicredi tem apoiado iniciativas similares, como é o caso da Cooperativa Escolar da Escola Municipal Cecília Meireles (Cecicoop), em Lucas do Rio Verde (MT), que iniciou suas atividades em julho de 2022 e já conta com 24 associados. Tudo começou após a realização da Cooperlândia, uma metodologia desenvolvida pela Fundação Sicredi, onde os associados são desafiados a investigar a realidade da escola e descobrir problemas e soluções para eles. Entre as descobertas, foi identificado o descarte inadequado do lixo. Então, foi realizada ação de intercooperação com a coop Ecoponto que atua com a coleta seletiva no município.

Os estudantes entenderam como são tratados os resíduos úmidos – que são enviados para aterro no município vizinho – e o seco, que é separado, reciclado e comercializado, gerando renda aos associados da Ecoponto. Os alunos também perceberam que a comunidade não estava destinando corretamente os resíduos sólidos e fizeram expedição aos arredores da escola. Eles se engajaram e incluíram no plano de gestão e conscientização o descarte correto dos resíduos baseado no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 12, que trata do consumo e produção responsáveis. A atuação da Cecicoop foi ainda mais além. Os associados entraram em contato com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) para fazer parceria e receber folders informativos, bem como a participação de mascote para conscientizar a comunidade. Eles realizaram apresentações e brincadeiras com os outros 1,2 mil alunos da escola. Os estudantes cooperados permanecem atuando para a agir localmente e impactar globalmente com suas iniciativas de sustentabilidade e proteção ambiental.

A Castrolanda e a Fundação Sicredi, com o Programa Crescer e Cooperar, por sua vez, vem espalhando boas iniciativas em suas áreas de atuação. Uma delas alia ciência, sustentabilidade e cooperativismo e é desenvolvida pela Escola Evangélica da Comunidade de Castrolanda (Coopeecc), em Castro (PR). Os alunos cooperados desenvolveram projeto para captar água da chuva por meio de uma cisterna.

A proposta foi abraçada pela Castrolanda dentro de seu programa para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que seleciona e custeia as melhores ideias das cooperativas escolares de todos os anos. A cisterna possibilitou a captação da água da chuva que hoje é utilizada para irrigar as duas hortas da escola, além de servir para limpeza de calçadas e pátios. O reaproveitamento da água foi a grande sacada dos estudantes, já que a região é chuvosa em várias épocas do ano.

A Castrolanda e a Fundação Sicredi têm quatro cooperativas escolares constituídas e congrega 300 alunos. O programa de incentivo à participação de jovens no cooperativismo também está presente na Escola Municipal de Estação do Tronco, que criou a Coopemet; no Colégio Fabiana Pimentel, que instituiu a Cooefap; e no Colégio Emília Erichsen, com a CoopEM.

De acordo com o presidente da Castrolanda, Willem Berend Bouwman, "essa missão de difundir o conceito de cooperativismo nas escolas é muito importante justamente para aguçar e fomentar o espírito cooperativista nas gerações mais novas e a percepção de que juntos somos mais forte e vencemos os obstáculos".

O diferencial destas cooperativas está baseado no trabalho de ensino e aprendizagem focados nas potencialidades que o movimento tem no fomento para a consolidação de cidadãos mais conscientes e estudantes mais capacitados. Elas se pautam no currículo obrigatório que as instituições de ensino oferecem, mas acrescentam em suas atividades extracurriculares ferramentas para promoção do empreendedorismo coletivo via cooperativismo.

A introdução das crianças no universo cooperativista também foi evidenciada em matéria do Globo Rural. Confira no link!

LIDERANÇAS DO COOPERATIVISMO NORDESTINO SE REÚNEM COM DIRETORIA DA SUDENE

Lideranças do cooperativismo nordestino reuniram-se, nesta terça-feira (05), com dirigentes da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), em Recife. O objetivo do encontro foi dialogar sobre as possibilidades de acesso das cooperativas aos recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE).

Os presidentes do Sistema OCB/CE, João Nicédio, do Sistema OCB/PB, André Pacelli e do Sistema OCB/PE, Malaquias Ancelmo, foram recebidos pelo superintendente da Sudene, Danilo Cabral. Também participaram do encontro os seguintes gestores da Sudene: o diretor de Fundos, Incentivos e Atração de Investimentos, Heitor Freire; o diretor de Planejamento e Articulação de Políticas, Álvaro Ribeiro; o economista José Farias; e a coordenadora geral de Desenvolvimento Sustentável, Beatriz Lira.

Em 2024, o FNE projeta um montante da ordem de R$ 37,8 bilhões para financiamento de atividades produtivas de todos os setores da economia, como forma de estimular o desenvolvimento regional. A expectativa é de que metade destes recursos sejam destinados a projetos desenvolvidos por pequenos e médios produtores, inclusive os organizados no modelo cooperativo.

Durante a reunião, o presidente da Fecoop Nordeste compartilhou informações essenciais do Anuário do Cooperativismo Brasileiro com os gestores da Sudene. Estes dados destacaram a relevância socioeconômica do setor cooperativista e ofereceram uma visão abrangente do panorama atual do cooperativismo na região nordestina. Além disso, ele entregou um documento contendo as propostas do cooperativismo para contribuir com o desenvolvimento tanto regional quanto nacional.

Ao final da reunião, ficou acertada a organização de um encontro com as centrais de cooperativas de crédito, cuja data será definida nos próximos dias. Este encontro terá como objetivo principal a discussão sobre a viabilidade de facilitar o acesso aos recursos do FNE e FDNE por meio das cooperativas de crédito.

Via: Sistema OCB/PB

Sistema OCB Ceará divulga oportunidade de crédito de R$ 4 milhões para Agricultura Familiar no Ceará

Prezados agricultores e agropecuaristas do Ceará,

É com satisfação que informamos sobre uma nova oportunidade que pode impulsionar significativamente a agricultura familiar em nosso estado. A Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Ceará (SDA) lançou o edital nº 05/2023 do Fundo Estadual de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Fedaf), disponibilizando um montante de R$ 4 milhões em créditos para apoiar projetos das cadeias produtivas da agricultura familiar.

Este edital, agora acessível no site da secretaria, visa promover o crescimento e fortalecimento de nossos agricultores por meio da concessão de empréstimos com subvenção econômica. O Sistema OCB Ceará está comprometido em disseminar essa informação valiosa para que todos os interessados possam aproveitar essa oportunidade.

A linha de crédito Desenvolvimento Territorial Rural Sustentável da Agricultura Familiar será o pilar dessa iniciativa. O edital tem como objetivo apoiar 100 planos de trabalho para pessoas físicas, com um limite de até R$ 30 mil por projeto, e dez planos de trabalho para cooperativas e associações, com um limite de até R$ 100 mil por entidade. O valor total disponibilizado para investimento é de R$ 4 milhões.

Aqui estão os detalhes importantes sobre os limites, prazos e condições de pagamento para a linha de crédito:

Para pessoa física:

  • Limite de valor por projeto individual: até R$ 30 mil
  • Bônus de adimplência: 50-
  • Subsídio – não reembolsável: 30-
  • Prazo total: até 6 anos
  • Prazo de carência: até 2 anos
  • Prazo de amortização: até 4 anos
  • Encargos financeiros: 1,0#$-$#a.a
  • Periodicidade pagamento: semestral

Para pessoa jurídica:

  • Limite de valor por projeto individual: R$ 100 mil
  • Bônus de adimplência: 50-
  • Subsídio – não reembolsável: 30-
  • Prazo total: até 6 anos
  • Prazo de carência: até 2 anos
  • Prazo de amortização: até 4 anos
  • Encargos financeiros: 1,0#$-$#a.a
  • Periodicidade pagamento: semestral

O bônus de adimplência oferecido pelo Fedaf resulta em um desconto nos encargos financeiros do contrato de financiamento. Além disso, o subsídio é um percentual não reembolsável concedido nos financiamentos do Fedaf, beneficiando o valor efetivamente desembolsado no contrato de financiamento.

Vale ressaltar que as propostas técnicas para o Fedaf devem ser elaboradas por entidade credenciada junto ao Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural (CEDR). Cada entidade responsável pela proposta deve nomear um técnico responsável pelas atividades relacionadas. O Fedaf também permite o financiamento do serviço de elaboração e acompanhamento da implantação, com até 10#$-$#sobre o valor do projeto.

O Fundo Estadual de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Fedaf) tem como principal objetivo fornecer suporte financeiro à agricultura familiar cearense. É um fundo rotativo e permanente vinculado à SDA. O Fedaf beneficia agricultores familiares, suas organizações, órgãos e instituições públicas estaduais e municipais, bem como pessoas jurídicas de direito privado que estejam constituídas sob a forma de associação, sindicato, cooperativa ou grupo informal. Também são abrangidos pela Lei nº 11.326/2006 e Lei Complementar Nº 245/2021 silvicultores, aquicultores, extrativistas, pescadores artesanais, indígenas, quilombolas, pessoas de terreiro, ciganos e outros Povos e Comunidades Tradicionais.

O Sistema OCB Ceará está disponível para ajudar sua cooperativa a elaborar uma proposta. Entre em contato com os nossos analistas e saiba mais. Contamos com todos vocês para compartilhar e aproveitar essa excelente oportunidade de impulsionar a agricultura familiar em nosso querido Ceará.

Atenciosamente, Sistema OCB Ceará

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Sistema OCB celebra os 120 anos do cooperativismo de crédito

Neste ano, o cooperativismo de crédito completa 120 anos de atuação e o Sistema OCB vem contribuindo expressivamente para o fortalecimento do seu modelo de negócios. Durante o 14º Congresso Brasileiro do Cooperativismo de Crédito (Concred), realizado entre os dias 10 e 12 de agosto, em Recife (PE), representantes da instituição palestraram sobre diferentes temas como os desafios jurídicos das coops financeiras, o fortalecimento da imagem do cooperativismo e a educação rumo à sociedade 5.0. O evento foi promovido pela Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras), que completa 35 anos de atuação em 2022.

 

O Sistema OCB Ceará marcou presença no evento, enviando representantes do Ramo Crédito no estado, ds cooperativas Sicoob Ceará, Sicredi Cariri, Sicredi Ceará e Sicred Cooperjuris. Além disso, a Analista de Desenvolvimento de Cooperativas, Sandra Costa, também representou a Unidade Estadual em Recife.

A superintendente Tânia Zanella mediou o painel Diversidade no Cooperativismo, que contou com a presença da head de Diversidade, Equidade e Inclusão na ThoughtWorks (consultoria global de tecnologia), Grazi Mendes; e da cofundadora da TransEmpregos, Maitê Schneider. Tânia instigou as palestrantes a falarem sobre os processos necessários para garantir diversidade e inclusão alinhadas à pauta Social, Ambiental e Governança (ESG).

Segundo explicou Tânia, a diversidade é o conjunto de características que nos tornam únicos. Já a inclusão, diz respeito às medidas práticas que transformam a cultura de uma organização. “Como diz a vice-presidente de inclusão da Netflix: diversidade é ser convidado para a festa, inclusão é ser tirado para dançar. Em um ambiente inclusivo as pessoas são esperadas e respeitadas. Um exemplo é uma mulher assumir um cargo executivo e no andar em que trabalha ter apenas banheiros masculinos. Neste contexto, uma mulher não era esperada, então não há inclusão”.

A superintendente trouxe dados do AnuárioCoop 2022, que apontam que, embora o gênero represente 43#$-$#do Ramo Crédito, somando todos os segmentos, as mulheres ocupam apenas 20#$-$#dos cargos de chefia. Ela explicou as medidas que o Sistema OCB vem tomando para aumentar os percentuais de diversidade e inclusão, como por exemplo, os cursos oferecidos na plataforma de aprendizagem CapacitaCoop e o Dia C em que as cooperativas promovem ações em benefício da comunidade, entre outros.

“Estimulamos ações pautadas nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Organização das Nações Unidas, com destaque aos que versam sobre igualdade de gênero e redução das desigualdades. Temos comitês de jovens e mulheres e planos de ação para prepará-los para assumir cargos de liderança. Promovemos o Programa FIC [Felicidade Interna do Cooperativismo], que visa o respeito às diversidades com cultura e trabalho. Temos também o nosso Programa de Desenvolvimento da Gestão Cooperativa (PDGC), que vem avaliando e reconhecendo boas práticas de inclusão e diversidade nas cooperativas”, detalhou.

Ainda segundo Tânia, na Semana de Competitividade, evento promovido pelo Sistema OCB que acontecerá entre os dias 22 e 26 de agosto, também haverá palestra sobre o tema e um laboratório de como implementar um programa de diversidade nas cooperativas. “Temos muito caminho a percorrer ainda, mas já estamos avançando significativamente”, avaliou.


Avanços e desafios jurídicos

A gerente Jurídica e o consultor tributário do Sistema OCB, Ana Paula Andrade Ramos e João Caetano Muzzi, expuseram no painel: Avanços e Desafios Jurídicos para as Cooperativas Financeiras na Sociedade 5.0. A mediação do debate ficou a cargo da especialista em Cooperativismo, Ronise Figueiredo.

Ana Paula propôs reflexões e provocou debate sobre a viabilidade e apoio à presença de cooperados em assembleias; os desafios do coop na reforma tributária com a inclusão do adequado tratamento tributário ao Ato Cooperativo; a recuperação judicial de cooperativas; e os avanços que serão promovidos após a sanção do Projeto de Lei Complementar 27/20, que moderniza o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC), em especial, sobre a legislação e atualização de marcos legais.

“O cooperativismo, para além dos dados econômicos e financeiros, precisa medir, compilar e divulgar os ganhos sociais que produz aos cooperados e à localidade em que se insere. A possibilidade legislativa de uso do Fates [Fundo de Assistência Técnica Educacional e Social] para ações voltadas à comunidade, avanço incluso no PLP 27, tem muito a contribuir”, disse a gerente.

João Muzzi tratou da digitalização, admissão de cooperados, da manutenção da essência do cooperativismo, e do olhar para o cooperado e para a comunidade. “Na sociedade 5.0 há uma aproximação evidente dos agentes de mercado com o indivíduo financeiro, com soluções cada vez mais individualizadas. Um dos desafios do cooperativismo será encurtar ainda mais esse espaço, orientado por seus valores, revisitando-os em toda sua amplitude”, defendeu.

SomosCoop

A Feira de Negócios Cooperativista contou com um estande do SomosCoop, o movimento criado para explicar o cooperativismo para a sociedade. Os visitantes puderam avaliar as características da cooperativa, por meio de um game desenvolvido para o evento, e concorreram a prêmios.

A gerente de comunicação do Sistema OCB, Samara Araujo, proferiu a palestra SomosCoop: fortalecendo a imagem do cooperativismo. “O Ramo Crédito é vasto, congrega o maior número de cooperativas e está presente mesmo em cidades afastadas. Eventos como este reforçam o quão importante é o movimento cooperativista e os valores e princípios que ele representa. Os impactos positivos na nossa sociedade estão presentes em todos os ramos do coop, mas precisamos ‘fazer mais barulho’ sobre nossa atuação para aumentarmos nosso reconhecimento.  Queremos ver mais pessoas escolhendo produtos e serviços coop e, sobretudo, que pratiquem e defendam este modelo de negócios tão próspero para todos”, destacou a gerente.

Educação e a Sociedade 5.0

O coordenador de Desenvolvimento Social de Cooperativas, Guilherme Costa, abordou o tema Educação Rumo à Sociedade 5.0. De acordo com ele, a Sociedade 5.0 tem como foco as necessidades humanas, ambientais, o bem-estar da sociedade e sua comunidade. Envolve também, o desenvolvimento tecnológico, automação, inteligência artificial, e outros.

Estas questões, segundo Guilherme, corroboram com a economia colaborativa, que está presente no modelo de negócios cooperativista desde sua criação, há dois séculos.  “Sabemos que são muitos os desafios para as próximas décadas, entre eles, a formação profissional atrelada à velocidade das novas demandas”, ressaltou.

Ele considera que, dentro desse recorte, o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) assume seu compromisso com a formação profissional voltada para as cooperativas brasileiras e vem se consolidando como referência nacional para o desenvolvimento de produtos educacionais para as cooperativas, na modalidade à distância.

“Na mesma linha, a CapacitaCoop vem se consagrando como a plataforma de ensino à distância. Quando foi lançada, em 2020, contava com seis curso e hoje já são 90 títulos, biblioteca, publicações de interesse das coops e dos cooperados. Todo o aprendizado conta com legendas, Língua Brasileira de Sinais (Libras) e recursos próprios de acessibilidade.  Agora, em 2022, já temos quase 30 mil usuários, milhares de matrículas e quase 20 mil alunos já concluíram algum curso da plataforma”, enalteceu o coordenador.

Criatividade e ideação: dicas e boas práticas

Criatividade é a qualidade de ser criativo. Ou seja, é o poder de imaginar, criar e construir coisas originais, disruptivas, diferentes de tudo que existe. Apesar de existirem pessoas com mais facilidade em criar que outras, engana-se quem acha que a criatividade é um talento natural.

Na verdade, a criatividade pode - e deve - ser desenvolvida, trabalhada, estimulada e aperfeiçoada. O especialista Murilo Gun, professor de criatividade e fundador da Keep Learning School, define o termo assim:

-      “A criatividade é a imaginação aplicada para resolver problemas. É da raça humana. Podemos escolher entre a memorização, que é repetir padrões, e a imaginação, quando você cria uma nova possibilidade”.

Então, fique tranquilo. Todos temos momentos com mais dificuldades para criar algo. São os momentos chamados de bloqueio criativo. Mas isso não significa que você não é uma pessoa criativa ou que não pode trabalhar para aperfeiçoar essa característica. Inclusive, a prática - sempre iniciada com pequenos hábitos - é muito importante para a criatividade.

Não precisamos, necessariamente, da Regra das 10.000 horas, que ganhou notoriedade com o livro Outliers, de Malcolm Gladwell, e que se baseia na teoria que levamos 10.000 horas para dominar uma habilidade. Em vez de metas grandes e audaciosas, é possível ter progresso estabelecendo metas pequenas e significativas, que também nos permitem aproveitar o poder da criatividade. 

Decifrando a criatividade

A criatividade pode ocorrer de forma individual ou coletiva, resultando em diferentes tipos de criatividade. Por exemplo:

  • A criatividade deliberada surge a partir de um processo;
  • A criatividade cognitiva consiste em reunir várias informações para, então, desenvolver novos conceitos provenientes dos dados iniciais;
  • Há também a criatividade deliberada e emocional, que é mais subjetiva, despertada por fatos, memórias ou reflexões;
  • Já a criatividade espontânea cognitiva está ligada às descobertas científicas e histórias de sucesso. É aquela que surge por “insight”, geralmente em intervalos entre intensos períodos de trabalho e estudo.

Independentemente do tipo, a criatividade é essencial para a inovação nas cooperativas, pois são os profissionais criativos que pensam e criam novos produtos, produzem conteúdos que engajam, inventam soluções personalizadas e contribuem ativamente para a perenidade das organizações.

Porém, muitas pessoas acham que criatividade e inovação são a mesma coisa. Como dissemos, criatividade é o ato de criar, de ser original; enquanto inovação é o ato de inovar, implementar algum serviço, processo ou produto novo ou aperfeiçoado.

Trazendo para o mundo corporativo, inovação é uma ideia que foi aplicada e trouxe bons resultados para a empresa. Em síntese, a inovação depende da criatividade, mas algo criativo não é sinônimo de inovação.

 

 

Os 5 elementos da criatividade

De acordo com os autores do livro “The Innovator’s DNA” (DNA do Inovador), Jeff Dyer, Clayton M. Christense e Hal Gregersen, a porcentagem da criatividade ligada à genética varia de 25#$-$#a 40-. O restante está ligado a cinco elementos fundamentais que separam as mentes inovadoras das comuns. Veja a seguir:

1) Capacidade de associação

A associação ocorre quando o cérebro consegue dar lógica e coerência ao processar informações em sequência. Isso permite que as pessoas encontrem conexões em questões aparentemente isoladas.

As mentes mais inovadoras são aquelas que são capazes de encontrar ligações que a maioria das pessoas não consegue, por isso essa característica é apontada como a mais importante para os inovadores.

2) Questionamento

Questionar é uma característica comum aos inovadores. Por não tenderem a ficar com dúvidas, esses questionamentos são fundamentais para ajudar a entender como as coisas são e funcionam e quais caminhos são os melhores a se seguir.

3) Observação

Ser observador e detalhista faz com que o inovador crie insights. Essas observações e os questionamentos que vêm delas podem ajudar a criatividade e ao surgimento de inovações.

4) Networking

Apesar de ser perfeitamente possível a criatividade individual, criar relações e ter uma rede de contatos fora da sua bolha, com diferentes visões e bagagens, pode ser extremamente benéfico e gerar perspectivas que não existiam antes.

5) Experimentação

Por fim, a última habilidade da trilha é a experimentação e avaliação de inovações, além de experimentar coisas novas, sempre em busca de novas ideias.

Como estimular a criatividade

Agora que sabemos que a criatividade não é um dom e sim uma característica que todos possuímos e pode ser trabalhada, o que podemos fazer para estimulá-la? Selecionamos alguns hábitos que costumam ser boas práticas na maioria dos manuais de criatividade e inovação. Confira:

- Acompanhe o trabalho de pessoas criativas

Buscar referências para a criação de ideias é muito benéfico. Procure seguir pessoas que você admira dentro da sua área de atuação e estude e acompanhe o trabalho delas de perto para gerar insights.

- Exercite a criatividade

Qual a tarefa que você mais gosta de fazer? Escrever? Tocar algum instrumento? Independentemente do que for, exercitar a criatividade diariamente dentro de trabalhos que gosta e te fazem bem, ajuda a fazê-la fluir com muito mais naturalidade.

- Faça pausas ao longo do dia

É totalmente normal que haja momentos em que a criatividade não apareça. Diante disso, não adianta forçar. Estudos apontam os benefícios de pausas ao longo do dia. Grandes empresas já trabalham com esse artifício para que seus funcionários possam descansar a mente e voltar a todo o vapor.

- Estude seu comportamento criativo

Preste atenção nos momentos em que a criatividade costuma aflorar. Verifique os elementos, horários, lugares e identifique possíveis padrões para explorar isso com mais frequência.

- Esteja antenado e fora da bolha

Leia e consuma notícias e conteúdo, seja da sua área ou até de outros segmentos - inclusive áreas pelas quais você nunca teve interesse. Isso ajuda muito a ativar a criatividade.

Além disso, ler os mesmos conteúdos, conversar e conviver com pessoas que compartilham da sua opinião irá apenas confirmar suas próprias ideias, ao invés de desafiar a sua mente. Por isso, para sair da sua zona de conforto, consuma conteúdos diferentes e converse com pessoas com opinião diferente da sua.

- Consuma arte

Além de notícias e livros de determinadas áreas, consumir arte, seja um filme, série, ou uma música, pode dar a inspiração que você precisa para prosseguir no seu processo criativo.

Todos os grandes artistas, desde Leonardo da Vinci a Quentin Tarantino, costumam ter um grande repertório de referências. Vá a exposições, ande pela cidade, leia livros, veja filmes, tudo é válido para criar seu mundo de inspiração.

- Conhecer novos lugares e culturas

Viajar para outros lugares, conhecer outras pessoas e outras culturas é riquíssimo para o pensamento criativo. Permanecer na sua bolha e sempre na mesma rotina, costuma fazer com que as pessoas façam as coisas do mesmo jeito, perdendo um pouco da sua capacidade criativa.

Vale até pegar um caminho mais longo para ir ou voltar do trabalho e demais locais que fazem parte da sua rotina. Isso te permitirá conhecer coisas e lugares que você não descobriria fazendo sempre os mesmos percursos.

Processo de ideação: como colocar a criatividade em prática

O passo seguinte à criatividade é o processo de ideação, ou seja, quando começamos a materializar e discutir as ideias. Uma metodologia bastante conhecida nesse sentido é o Design Thinking, que une a sensibilidade do design com métodos para entender as necessidades das pessoas.

A segunda etapa do Design Thinking, por exemplo, é justamente o processo de ideação, que ocorre após uma imersão no problema ou desafio que precisa ser resolvido. Assim, a cooperativa já terá mapeado o que está bom, as melhorias que precisam ser realizadas e as oportunidades.

Brainstorming

Para a etapa de ideação, a cooperativa pode recorrer, por exemplo, ao brainstorming, que, em tradução livre, significa tempestade de ideias. Consiste em uma atividade feita geralmente em grupo, sem nenhum tipo de julgamento para estimular que as pessoas dividam suas ideias sobre algum assunto pré-definido.

Criar um volume grande de ideias traz questões relevantes que proporcionam insights que acabam criando produtos e soluções inovadoras.

O brainstorming possibilita ainda o uso de outras ferramentas para potencializar a criatividade dos participantes, como “os seis chapéus”, método criado pelo médico inglês Edward de Bono, um profissional que dedicou a vida a estudar os processos do pensamento.

A técnica consiste em dividir o problema em diferentes aspectos, que são representados por seis chapéus do pensamento (Six Thinking Hats®), e em cada momento, o grupo direciona suas ideias e pensamentos de acordo com o ponto de vista pré-determinado pela cor do chapéu que estão “vestindo”.

As cores são azul (processo), branco (fatos), vermelho (sentimentos), verde (ideias), preto (cautela) e amarelo (benefícios):

  • O chapéu azul fala sobre o processo de facilitação;
  • O chapéu branco sobre fatos, dados, informações sobre o assunto;
  • O chapéu vermelho é sobre sentimentos, intuição e emoção;
  • O chapéu verde trata das ideias, soluções e conceitos;
  • O chapéu preto aborda as dificuldades, fraquezas e preocupações;

Por fim, o chapéu é sobre o valor nas soluções propostas.

Esse método tem como objetivo facilitar a realização da análise do problema, já que oferece uma visão de diferentes aspectos separadamente.

Mapas mentais

Os mapas mentais - ou mind maps, em inglês - são diagramas feitos a partir de uma ideia central, com o intuito de organizar, de forma escrita e visual, as ideias e os pensamentos. Inclusive, podem ser utilizados durante o processo de brainstorming.

Com eles, você consegue ter uma visão mais clara do processo criativo, o que ajuda a ter outros insights que podem ser importantes para o desenvolvimento das ideias e, consequentemente, dar origem às inovações.

Há várias opções de mapas mentais digitais, inclusive com acesso inicial gratuito, como é o caso de GoConqr, MindMeister, Miro, Canva, entre outros. 

Conclusão

Como pudemos ver ao longo do texto, a criatividade pode e deve ser trabalhada e estimulada. Colocar essas dicas em prática no seu cotidiano trará benefícios em seu processo criativo e tornará sua cooperativa mais inovadora.

Para finalizar, vale ressaltar que aqui no InovaCoop você encontra conteúdos em diferentes formatos para apoiar os processos de ideação e inovação da sua cooperativa. Um bom exemplo é o curso on-line sobre “Resolução de problemas complexos”, que apresenta uma teoria capaz de te ajudar com desafios importantes da sua cooperativa. Acesse agora mesmo!

 

Disponível em InovaCoop

Pesquisa sobre inovação quer ouvir cooperados

Estudo busca detectar tendências e desafios para os próximos anos

 

Com o intuito de manter o coop em movimento, o Sistema OCB vai abrir a Pesquisa de Inovação do Cooperativismo Brasileiro, nesta segunda-feira (22). O estudo está em busca de identificar as principais tendências e desafios que irão desenhar o futuro da inovação desse modelo de negócio no Brasil.

A pesquisa pretende coletar novos dados que podem contribuir para o crescimento contínuo do setor cooperativista, com o objetivo de avaliar os novos níveis de inovação, compreender o que precisa ser otimizado e identificar as áreas de oportunidade que podem fortalecer o segmento. Será uma sequência da análise realizada entre os anos de 2020 e 2021, em parceria com a Checon Pesquisa. 

Para Guilherme Costa, gerente do Núcleo de Inteligência e Inovação do Sistema OCB, os resultados devem funcionar como uma chave para o crescimento sustentável e a adaptação às mudanças no cenário econômico e social. "Com essa nova pesquisa, poderemos descobrir como o cenário de inovação está sendo moldado e quais são os obstáculos enfrentados, além de oportunidades para que as cooperativas consigam seguir com o compromisso de inovar", disse. 

A pesquisa anterior revelou que 84% das cooperativas consideravam a inovação um ponto essencial para que o movimento cooperativista cresça. Agora, o novo estudo pretende avaliar novos números para uma melhor compreensão dos aspectos que podem ser aperfeiçoados. Guilherme acredita que a primeira verificação reuniu informações e dados estratégicos para promover e estimular a cultura de inovação dentro das cooperativas. 

A atualização das informações permitirá ao Núcleo de Inteligência e Inovação a detecção de tendências que surgiram desde a última pesquisa. "O intuito é ter uma visão melhor das novas inclinações e oportunidades do setor. Queremos viabilizar um destaque para as cooperativas que buscam se modernizar", afirmou. 

O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, acredita que a pesquisa é um grande passo em direção ao futuro. Para ele, inovar é uma jornada constante e coletiva. "A  inovação é um fator que agrega e permite a competitividade das cooperativas brasileiras. A modernização impulsiona o nosso movimento para frente", disse.

Acesse e responda a pesquisa em: https://www.questionpro.com/a/TakeSurvey?tt=bKSV4jE2oD8ECHrPeIW9eQ%3D%3D

Participe! 

CapacitaCoop oferta 100 cursos à distância

CapacitaCoop, plataforma de aprendizagem do Sistema OCB, alcançou o número de 100 cursos à distância (EAD) ofertados nesta segunda-feira (3). Criada em 2020, a iniciativa vem se consolidando como a principal plataforma de ensino à distância do coop brasileiro, com mais de 32 mil alunos cadastrados desde seu lançamento.

Claudia Moreno, analista do Sistema OCB, atribui a alta adesão ao conteúdo robusto e ao design moderno e intuitivo, além da facilidade de acesso que pode ser realizado pelo computador, tablet ou celular. “Os recursos educacionais da CapacitaCoop materializam o 5º princípio do cooperativismo, que foca na educação, formação e informação de seus cooperados, ao promover a participação ativa do aluno em seu processo de aprendizagem”, diz.

Os diversificados cursos de gestão, finanças e tributação, comunicação, legislação, entre outros, representam mais uma conquista do coop brasileiro. A plataforma é um convite para cooperados, cidadãos comuns e alunos de países de língua portuguesa (Angola, Moçambique e Portugal) se capacitarem em diversos segmentos e receberem certificação.

Atualmente, quase 3 mil cooperativas utilizam a plataforma para ampliar os conhecimentos de seus cooperados e funcionários. Desde o lançamento, o índice de satisfação dos alunos é 9, em um total de 10.  

A CapacitaCoop é gratuita e quem não é ligado à uma cooperativa também pode fazer os cursos, além das Trilhas de Aprendizagem que foram planejadas cuidadosamente para cada tipo de necessidade. A plataforma conta com diferenciais como vitrine de informações dos cursos e trilhas; biblioteca atualizada com materiais sobre o coop; integração com sistema de web conferência; aplicativo para acessar conteúdo dos cursos, mesmo que o aluno esteja off-line; suporte técnico gratuito, pelo número 0800 642 4025; cursos com tutores para tirar dúvidas; e gameficação, para que o aluno que avance em seus estudos acumule pontos e suba no ranking geral da CapacitaCoop.

Até o final desde ano, serão lançados novos cursos que versam sobre Ética para as Cooperativas; Fundamentos de Marketing, Acesso a Crédito; Excelência no Atendimento a Clientes; Produtividade; Liderança; Comunicação; ESG; Vendas e Soft Skills. Será disponibilizada também uma trilha de aprendizagem voltada para pesquisadores do cooperativismo.

Acesse e comece a aprender agora mesmo: https://www.capacita.coop.br/  

Inovação no cooperativismo é a chave para um futuro sustentável

O gerente do Núcleo de Inteligência e Inovação do Sistema OCB, Guilherme Costa se apresentou, nesta segunda-feira (16), no World Coop Management 2023 (WCM) para falar sobre A importância da inovação para a competitividade no cooperativismo. O principal congresso de gestão e estratégia do setor cooperativista reúne líderes, empreendedores e estudiosos do coop em um evento que promove debates, compartilhamento de experiências e inovação. O tema deste ano é Criar, agir e vencer num mundo em constante evolução.

A palestra fez parte do Cooptech, uma programação dedicada à inovação, tecnologia e cooperativismo de plataforma dentro do WCM. Guilherme iniciou a palestra com o questionamento O que o mundo busca? e deu foco para o modo de consumo contemporâneo, no qual há uma perspectiva que vai além da qualidade do produto, e pede uma história de identificação que possua valor. Ele explicou que os valores humanos em produtos e serviços são essenciais para o novo perfil de consumidor da atualidade. "Estamos vivendo uma era em que a inovação é fundamental para atender às demandas do mercado. Os consusmidores desejam mais do que produtos de qualidade e buscam se identificar com as empresas que contribuem para um mundo melhor", disse.

Guilherme ressaltou que o cooperativismo possui um papel fundamental nesse cenário inovador, que foca em pessoas, impacto social e consumo responsável. Para ele, o modelo de negócio cooperativista pode ser a resposta para importantes questões, como a busca por uma sociedade mais igualitária e justa. "Os cooperados se unem em prol de um propósito comum. O cooperativismo gera trabalho, renda e prosperidade para as pessoas e a comunidade. Isso forma um ciclo virtuoso", afirmou.

Durante a apresentação, o gerente também anunciou o lançamento da Pesquisa de Inovação 2023, que tem como objetivo identificar as principais tendências e desafios relacionados à inovação no cooperativismo brasileiro. Ele enfatizou que todas as cooperativas, de todos os ramos, estão convidadas a participar da pesquisa que em breve será disponibilizada.

A diretora de Assuntos Corporativos e de Tributos da ABGI, parceira do Sistema OCB no Radar de Financiamento, Carina Leão, compartilhou informações sobre a captação estratégica de recursos financeiros para investimentos em gestão, processos e ferramentas para inovação e ESG. Ela explicou que utilizar recursos externos para financiar projetos de inovação garante a continuidade dessas iniciativas. "Inovação evolve lidar com riscos, incertezas e necessidades de recursos financeiros. Saber captar e gerenciar esses recursos para inovar é uma vantagem competitiva muito importante", declarou.

ConexãoCoop agora é NegóciosCoop

O site ConexãoCoop passará a se chamar NegóciosCoop a partir desta sexta-feira (1/9). A antiga plataforma denominada NegóciosCoop será retirada do ar. Ela foi criada durante a pandemia para facilitar, especialmente, a intercooperação por meio da compra e venda de produtos e serviços entre as cooperativas.

O usuário continuará acessando conteúdos que promovem a intercooperação, oportunidades de acesso a mercados nacional e internacional, análises e indicadores econômicos e estudos, além dos aprendizados por meio de cursos EAD, e-books e cases de sucesso para inspirar. Acesse!

Economia colaborativa e proteção social fazem parte do DNA cooperativista

As novas tendências do trabalho em rede, onde as pessoas estão cada vez mais inseridas, de forma horizontal, no centro da tomada de decisão dos negócios, são parte da essência do movimento cooperativista. Por meio do empreendedorismo e da autogestão, o modelo de negócios coop está alinhado aos anseios das novas gerações por uma economia colaborativa e compartilhada. E é sobre esse aspecto que o quarto eixo da publicação Propostas para um Brasil Mais Cooperativo, elaborado pelo Sistema OCB, apresenta sugestões para o desenvolvimento de projetos, ações e políticas públicas.

“Pensar em cooperativismo é refletir sobre novas formas de se trabalhar em rede, conectar pessoas que somam esforços e dividem resultados”, garante Márcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB. Ele sugere ao próximo governo a adoção de propostas de incentivo às cooperativas como opção viável e sustentável para que milhares de trabalhadores tenham melhores condições de inserirem seus produtos e serviços no mercado.

Neste sentido, espera-se do governo o reconhecimento do tratamento diferenciado, simplificado e favorecido para que cooperativas de pequeno porte possam ser, cada vez mais, ferramentas para a inserção de trabalhadores no mercado. Além disso, o Sistema OCB busca o reconhecimento da contribuição das cooperativas de trabalho como opção sustentável para milhares de trabalhadores brasileiros, a partir da devida regulamentação da Lei 12.690/2012, a Lei das Cooperativas de Trabalho.

Proteção Social e Empreendedorismo Coletivo

A publicação reforça que o cooperativismo é a melhor ferramenta para a inserção de trabalhadores no mercado. O potencial das cooperativas vai além de gerar emprego e renda, cria também oportunidades de organização e ganho de escala para profissionais autônomos. São sugeridas também a promoção de políticas públicas para inclusão financeira e produtiva de jovens, mulheres e negros no modelo de negócios cooperativista. “É do DNA do cooperativismo focar em seu trabalhador, em seu cooperado, sem discriminá-lo por seu gênero, classe, raça, ideologia ou religião”, afirma Márcio.

A estruturação de caminhoneiros autônomos em cooperativas é outra recomendação do Sistema OCB. Com uma política específica, os caminhoneiros poderão ter acesso a melhores condições de contrato, a insumos, ganho de renda e de escala em suas operações. Além disso, a publicação destaca a necessidade de se reconhecer o cooperativismo para a emancipação e inclusão produtiva de garimpeiros, catadores e outros categorias de empreendedores, que, sozinhos, possuem maior dificuldade para atuarem em suas ocupações.

Plataformas da economia colaborativa

O aperfeiçoamento de políticas para o modelo cooperativista permite incentivar e explorar as novas tendências globais de se trabalhar em rede e conectar pessoas e serviços. Seja em plataformas de compras coletivas, ou na oferta de serviços via aplicativos, a autogestão está presente no movimento. Para ampliar os programas já desenvolvidos pelo Sistema OCB, a publicação sugere a possibilidade de startups cooperativistas receberem incentivos de investidores anjo.

Os diferenciais das cooperativas de consumo estão na qualidade dos produtos e no preço justo, além da promoção de um comércio sustentável. Para isso, o movimento cooperativista defende o adequado tratamento tributário ao ato cooperativo, em tramitação na Câmara e no Senado em propostas que versam sobre a Reforma Tributária. O ato é a base para assegurar maior competitividade e justiça tributária para elas.

Em um mundo com grandes transformações tecnológicas e cada vez mais conectado, o cooperativismo possui um imenso potencial para organizar pessoas em plataformas e aplicativos, valorizando o seu trabalho e evitando que os resultados destas atividades sejam deslocados para poucos, em grandes centros urbanos, muitas vezes, em outros países. É a economia de propósito, em prol do desenvolvimento local e da atuação pela comunidade.

Mapa publica portaria sobre registro de tratores que trafegam em vias públicas

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou, nesta quinta-feira (6), a Portaria 469/22, que prioriza os tratores e máquinas agrícolas, produzidos a partir de 2016, na obtenção do Registro Nacional de Tratores e Máquinas Agrícolas (Renagro). De acordo com a pasta, a prioridade tem por finalidade evitar acúmulo de solicitações.

O documento gratuito terá validade em todo o território nacional sem cobrança de taxa de licenciamento anual, ou necessidade de emplacamento. As solicitações podem ser efetuadas por meio da Plataforma Nacional de Registro e Gestão de Tratores e Equipamentos Agrícolas (IdAgro).

Números - De acordo com o Mapa, das 1,6 milhões de unidades de tratores e máquinas que transitam em via pública, 85 mil já foram cadastradas, sendo 80#$-$#de tratores e 20#$-$#de colheitadeiras. O registro para os tratores fabricados depois do ano de 2016 é obrigatório para aqueles que trafegam em vias públicas.