Representantes de associações e cooperativas agropecuárias estiveram reunidos no último dia 24 de outubro para discutir as vantagens do plantio de mirtilo. O encontro faz parte da Rota da Fruticultura, um projeto liderado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) em parceria com outras instituições, como o Sistema OCDF/SESCOOP-DF e a Codevasf. O objetivo do projeto é profissionalizar a cadeia produtiva da fruticultura, integrando todos os subsistemas envolvidos, desde os insumos até a comercialização, por meio da criação de sistemas agroflorestais, agroindustriais e de serviços especializados.
Segundo o projeto, o Distrito Federal pretende ter seis mil hectares de área plantada até 2030 e se tornar um polo nacional de produção de mirtilo. Ao final da reunião, 14 produtores demonstraram interesse em cultivar a fruta com o apoio da Rota.
Durante o encontro, o presidente da Rota das Frutas do Projeto Semiárido, Luiz Curado, explicou como será o suporte aos produtores rurais que aderirem ao programa. Ele detalhou o processo de cadastro de adesão, a realização de uma pesquisa pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) e uma visita técnica à propriedade para identificar os produtores aptos a integrar a Rota.
Inicialmente, serão selecionados 35 produtores que receberão duas mil mudas de mirtilo da Rota da Fruticultura. Após um ano, esses produtores devolverão ao projeto duas mudas para cada uma recebida, garantindo assim a sustentabilidade do projeto.
A Emater-DF será responsável pelo suporte técnico no plantio, colheita e comercialização. O presidente da empresa, Cleison Duval, destacou a expressiva presença e capilaridade da Emater-DF no campo, afirmando que a instituição possui as ferramentas técnicas necessárias para atender os produtores rurais que acessarem a Rota. Ele ressaltou ainda que essa é uma oportunidade inovadora de crescimento econômico e aumento da diversidade de cultivos na área rural do Distrito Federal.
O gestor de Fruticultura da Emater-DF, Felipe Camargo, apresentou informações técnicas sobre o cultivo do mirtilo, abordando aspectos como plantio, poda, fertilização, irrigação, comercialização e investimento. Ele ressaltou que a escolha do mirtilo para integrar a Rota da Fruticultura tem como objetivo fortalecer a produção de frutas vermelhas na região e transformar o Distrito Federal em um polo nacional de produção de mirtilo.
*Com informações da Agência Brasília
Brasília (16/11/2021) - O cooperativismo mostrou sua força e capacidade de inovar em Glasgow, na Escócia. Durante o painel sobre Negócios Sustentáveis na Amazônia — realizado hoje no pavilhão brasileiro da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP26) —, a gerente-geral da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Fabíola Nader Motta, apresentou ao mundo um pouco do que as cooperativas brasileiras têm feito para aliar produtividade com preservação ambiental.
O painel contou com a participação do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, que não estava prevista na programação oficial. “Fiz questão de vir aqui porque o cooperativismo é um caminho para a preservação de regiões como a Amazônia. Esse modelo de negócios traz uma nova oportunidade para quem vive lá, através de todo o suporte que a cooperativa dá aos produtores locais. Suporte tecnológico, de inovação, suporte de educação, suporte, financeiro. Vocês têm uma estrutura fantástica. Parabéns e obrigada”, disse Leite.
Em sua fala, a gerente-geral da OCB lembrou que os olhos do mundo estão voltados para o Brasil. Ela ressaltou o papel protagonista que o cooperativismo pode ter para ajudar o país a cumprir as metas de diminuição do desmatamento ilegal e da emissão de gases do efeito estufa. Como exemplo disso, citou o trabalho desenvolvido por cooperativas como a Camta — Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu —, localizada no Pará.
Criada em 1931 por imigrantes japoneses, a Camta desenvolveu um sistema de produção agroflorestal que reúne, em um mesmo espaço, culturas como açaí, mandioca e pimenta do reino, além do extrativismo de óleos como a andiroba. “Os cooperados da Camta aprenderam com os ribeirinhos, que vivem às margens do Rio Amazonas, que, na floresta, as plantas não sobrevivem sozinhas, por isso, o ideal era diversificar a produção”, conta Fabíola.
O novo sistema de produção agroflorestal começou a ser implantado na década de 70, depois que uma praga arruinou a monocultura de pimenta-do-reino — até então a principal fonte de renda dos cooperados, que exportavam o produto para outros países.
"Seguindo os ensinamentos dos ribeirinhos, os cooperados da Camta colocaram o açaí, o cacau, a mandioca e a pimenta-do-reino para conviverem juntos, em harmonia, com a floresta Amazônica. São 5 mil hectares de terra, onde as plantas de uma cultura servem de adubo para o crescimento e fortalecimento das outras. Isso mantém o solo úmido e fértil, respeitando o clima e a biodiversidade local. Imitando o ciclo natural da floresta, a produção da Camta não empobrece o solo, aumenta a produtividade e ainda ajuda a recuperar áreas da floresta que tinham sido degradadas", explicou a gerente-geral da OCB.
MÃOS DADAS
Desde que adotou um sistema agroflorestal de produção, a Camta só melhorou seus resultados. Hoje, ela produz 800 toneladas de cacau e 6 mil toneladas de polpa de fruta por ano. Parte desses produtos é exportada para países como Estados Unidos, Alemanha, Argentina e Japão.
Além disso, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) comprovou que o modelo de produção da Camta reduz em 5 vezes a emissão de gases do efeito estufa na floresta. "É a prova de que produtividade e sustentabilidade podem andar de mãos dadas", elogiou Fabíola, acrescentando que a cooperativa tem recebido prêmios nacionais e internacionais de preservação ambiental. “É um exemplo que precisa ser reconhecido, valorizado e replicado, beneficiando diretamente mais de 10 mil pessoas na comunidade de Tomé Açu. Uma gente simples, que vive e precisa da Amazônia em pé".
COOPERANDO COM O FUTURO
A gerente-geral da OCB também mostrou na COP26 o trabalho do cooperativismo brasileiro na produção de energia renovável: já são mais de 540 empreendimentos cooperativos com esse foco. E o fomento ao setor conta com a intercooperação com o cooperativismo alemão. Dentre os cases apresentados, Fabíola citou a geração de energia limpa por biomassa de cinco cooperativas brasileiras (Vale, Castrolanda, Lar, Copacol e Frisia) que evitam a emissão de 40 milhões de metros cúbicos de gás metano por ano.
Fabíola Nader Motta ainda elencou o trabalho de diálogo com o Congresso Nacional feito pela OCB para garantir a evolução, segurança jurídica e modernização da legislação ambiental. “Um dos nossos maiores desafios é colocar em pratica o pagamento por serviços ambientais e o mercado de carbono que podem potencializar ainda mais as ações de conservação do meio ambiente.”
COOP EM NÚMEROS
➢ O Brasil possui 4.868 cooperativas, que reúnem mais de 17,3 milhões de associados.
➢ As cooperativas empregam diretamente 455 mil trabalhadores em todo o Brasil.
➢ No campo, as cooperativas auxiliam pequenos e médios produtores rurais na transferência de tecnologia e no acesso a mercados internos e externos. Mercados aos quais eles não teriam acesso se estivessem trabalhando sozinhos.
➢ Cerca de 5#$-$#do rendimento das cooperativas brasileiras é revertido para as comunidades próximas, inclusive para ações ambientais.
➢ Mais da metade da safra brasileira conta com a participação direta das cooperativas brasileira. Com inovação e tecnologia, elas buscam equilibrar geração de renda e preservação ambiental.
COOP NA COP 26
O Sistema OCB lançou uma página com informações sobre o que está acontecendo na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021. Nela estão disponíveis cases inspiradores e o manifesto da instituição com a visão e o posicionamento do cooperativismo brasileiro a respeito da sustentabilidade e preservação ambiental do planeta. Acesse agora mesmo e confira: https://www.cooperacaoambiental.coop.br.
Brasília (24/9/21) – As fibras naturais como bambu, juta, coco, malva, açaí e macaúba entre outros têm tudo para ser o novo ouro verde nos próximos 10 anos, colocando o Brasil na primeira posição no ranking mundial de produtores dessa matéria-prima. E para que isso ocorra, a Associação Brasileira da Indústria e dos Produtores de Bambu e Fibras Naturais (Abrafibras) e a Frente Parlamentar Mista do Apoio ao Bambu, têm atuado sem parar.
Na última semana, o presidente da Abrafibras, Guilherme Korte, e a diretora executiva, Katiane Gouvêa, juntamente com o presidente da Frente Parlamentar, o deputado Giovani Cherini (RS) se reuniram com o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, para apresentar o trabalho da entidade e falar um pouco sobre as vantagens da exploração desse tipo de cultura e das oportunidades de negócio para as cooperativas, dentro e fora do Brasil.
Segundo Guilherme Korte, a ideia é que os cooperados, sobretudo os do setor agro, tenham áreas plantadas com bambu, por exemplo. “Temos a opção de Integração de Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF) que pode ser perfeitamente utilizada pelos produtores. Além disso, com o tempo, esperamos que novas cooperativas especializadas em fibras naturais possam surgir dessa experiência”, comenta.
De acordo com dados da Associação, os mercados interno e externo demandam bastante esse tipo de matéria-prima, já que ela pode ser utilizada em diversos setores como a construção civil, naval, alimentício, automotivo, têxtil, higiene e decoração, além de muitos outros. “Só no setor agropecuário, por exemplo, se houvesse uma área de 50 mil hectares plantada, estaria totalmente comercializada ao final do terceiro ano”, explica Korte.
E vale destacar que o valor pago pelo metro linear de uma vara de bambu, aqui no Centro-Oeste, gira em torno de R$ 40,00. Ele explica, ainda, que um hectare plantado com essa espécie de gramínea chega a produzir até mil varas/ano. “Esse é um tipo de planta muito resistente a pragas e até ao fogo, além de ser de baixo custo, pois além da pouca necessidade de manejo, o plantio ocorre uma única vez e as colheitas podem ser feitas ao longo de até 60 anos”, garante o presidente da Abrafibras.
A diretora executiva, Katiane Gouvêa, destacou que a maior reserva nativa de bambu do mundo está no Acre e que um dos objetivos da associação, é garantir a sustentabilidade da atividade, por meio da melhoria dos processos que envolvem produção e venda das fibras, preservação dos recursos naturais e, claro, cuidado com as pessoas.
CONGRESSO NACIONAL
O deputado Giovani Cherini, que preside a Frente Parlamentar Mista do Apoio ao Bambu, explicou que o seu objetivo, corroborado por mais de 200 outros parlamentares, é defender a execução de uma política nacional de incentivo e estimulo à pesquisa, ao cultivo, à inovação tecnológica na cadeia produtiva e no valor do uso do bambu e demais fibras naturais.
Segundo ele, um exemplo do crescimento do mercado é o biocompósito, que possui um mercado potencial de 320 bilhões de euros para os próximos 10 anos. “O biocompósito é todo e qualquer produto feito com polímeros derivados de recursos renováveis ou não renováveis. As fibras naturais usadas como reforço do produto substituem fibra de vidro e de carbono e outros poluentes”, defende.
COOPERATIVISMO
Para o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, a cultura de atuação com fibras naturais não é tão nova no Brasil, tanto que, na década de 70, o país se especializou no plantio em larga escala, especialmente os estados do Nordeste. “Os cooperados, sobretudo do ramo Agro, podem utilizar essa estratégia da ILPF em suas propriedades e obter muitas vantagens dentre elas os ganhos ambientais e os financeiros. É por isso que nós, aqui na OCB, estimulamos as cooperativas a conhecerem mais sobre o setor de fibras naturais. Com certeza é um assunto que vale a pena”, destacou o líder cooperativista.
SAIBA MAIS
- No Brasil, mais de 200 mil famílias da agricultura familiar cultivam fibras naturais;
- Valor exportado (2020): mais de US$ 100 milhões;
- Principais compradores: China, Estados Unidos, Canadá, Argélia, Portugal, México, Espanha, França e Bélgica;
- Principais produtos: fibras de coco, cordéis de sisal/agave, fios de seda e sacos para embalagens de juta.
ACESSE
E para conhecer o trabalho da Associação Brasileira da Industria e dos Produtores de Bambu e Fibras Naturais, clique aqui, ou envie sua dúvida ou pedido para
O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, recebeu nesta terça-feira (23), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles para tratar de assuntos de interesse das coops brasileiras, dentre eles a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais e programas como o Floresta+ e Adote um Parque.
Para o líder cooperativista, quanto mais diálogo com os representantes do governo federal, maiores serão as chances de as políticas públicas elaboradas pela União estimularem o desenvolvimento das cooperativas. Freitas também afirmou que é um desafio para o governo e para o setor agro conseguir divulgar cada vez mais o quanto os produtores brasileiros inovam e preservam.
Também participaram da reunião: Ismael Perina Junior, da Orplana, Tânia Zanella (gerente geral da OCB) e Fabíola Nader (gerente de Relações Institucionais da OCB.
Saiba mais sobre os temas tratados na reunião.
PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS
A Política Nacional de Pagamentos por Serviços Ambientais é lei desde meados de janeiro. De acordo com seu texto, os pagamentos por serviços ambientais podem ser aplicados em atividades individuais ou coletivas que favorecem a manutenção, a recuperação ou a melhoria dos serviços considerados de provisão, ou seja, que fornecem bens ambientais para consumo ou comercialização, como é o caso dos alimentos, serviços de suporte, aqueles que mantém perenidade da vida na terra como renovação da fertilidade do solo e controle de pragas e serviços de regulação, que dão manutenção ao meio ambiente como sequestro de carbono e controle de erosões.
Os pagadores de serviços ambientais podem ser o poder público, organização da sociedade civil ou agente privado seja pessoa física ou jurídica, nacional ou internacional. As formas de pagamento poderão ser feitas de forma direta, monetária, em dinheiro ou por comodatos, títulos verdes, cotas de reserva ambiental, prestação de melhorias sociais a comunidades rurais e urbanas ou por compensação vinculada à certificação de redução de emissões por desmatamento e degradação.
A política também cria o Programa Federal de Pagamentos por Serviços Ambientais. Neste programa, a União – por meio do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) será responsável por executar os pagamentos e será dada prioridade aos contratos fechados com comunidades tradicionais, povos indígenas, agricultores familiares, cooperativas e associações civis.
Entre os territórios que podem ser objeto do programa, estão incluídas as propriedades privadas, situadas na zona rural, desde que estejam inscritas no Cadastro Ambiental Rural. As reservas legais e áreas de preservação permanente dos imóveis também serão elegíveis aos pagamentos por serviços ambientais com recursos públicos.
ADOTE UM PARQUE
O Adote um Parque, instituído por decreto, é um programa criado para atrair recursos com o objetivo de custear a conservação dos parques nacionais. Empresas nacionais ou estrangeiras, e também indivíduos, por meio dessa iniciativa, vão contribuir concretamente com a proteção ambiental do Brasil. Ao adotar uma Unidade de Conservação (UC), os interessados serão reconhecidos como parceiros do meio ambiente e celebrarão Termo de Doação com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
A expectativa é que a adoção seja de R$ 50 ou 10 euros por hectare ao ano. A área dessas UCs varia entre 2.574 e 3.865.172 hectares, permitindo diferentes níveis de investimento. O programa tem o potencial de canalizar R$ 3,2 bilhões ao ano, diretamente às Unidades de Conservação.
No modelo do programa, os recursos são investidos pelo adotante em serviços como monitoramento, proteção, prevenção e combate a incêndios florestais, prevenção e combate ao desmatamento ilegal e recuperação de áreas degradadas. As doações são enviadas pelo doador diretamente às Unidades de Conservação, gerando transparência total e a garantia de que os serviços e produtos doados chegarão ao território.
FLORESTA+
A iniciativa tem por objetivo de valorizar as ações de preservação da floresta nativa brasileira. O projeto inicial vai ser realizado na Amazônia Legal, e serão destinados mais de R$ 500 milhões para atividades que melhorem, conservem e recuperem a natureza.
O programa é destinado a pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, grupo familiar ou comunitário que, de forma direta ou por meio de terceiros, executam as atividades de serviços ambientais em áreas mantidas com cobertura de vegetação nativa ou sujeitas à sua recuperação.
Poderão ser reconhecidas e beneficiadas em todo território nacional diversas categorias fundiárias, sejam elas áreas privadas, de preservação permanente e de uso restrito, assentamentos, terras indígenas ou unidades de conservação, desde que tenham atividades de proteção e conservação de recursos naturais.
"Esse é o maior programa de pagamento por serviços ambientais no mundo na atualidade. Os R$ 500 milhões recebidos do Fundo Verde do Clima vão remunerar quem preserva. Vamos pagar pelas boas práticas e reconhecer o mérito de quem cuida adequadamente do meio ambiente", destacou, recentemente, o ministro Ricardo Salles.
São considerados serviços ambientais atividades de monitoramento, vigilância, combate a incêndio, pesquisa, plantio de árvores, inventário ambiental e sistemas agroflorestais que tragam resultados efetivos e relevantes para a melhoria, a conservação e a proteção da vegetação nativa. Essas ações trazem uma série de benefícios com a conservação da biodiversidade, a proteção do solo e das águas, a regulação do clima e créditos de carbono.
A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) realizou nesta quarta-feira, por meio de videoconferência, sua assembleia geral ordinária de número 51, marcando a celebração das cinco décadas de atuação em prol do desenvolvimento e da sustentabilidade das mais de 6,8 mil cooperativas do país. O evento contou com a participação de representantes das 27 unidades estaduais da instituição, comprovando a representatividade dos quase 15 milhões de cooperados.
O presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, destacou a relevância da celebração. “Estamos aqui, hoje, para honrar a atuação de muitas pessoas que nos antecederam nestes quase dois séculos de cooperativismo. Realizar uma AGO é motivo de muito orgulho, pois é o momento de mostrar toda a transparência, ética, responsabilidade e cuidado com as pessoas. São esses aspectos que diferenciam o nosso modelo de negócios dos demais”, comentou o líder cooperativista.
Por unanimidade, a prestação de contas referente a 2019, apresentada pelo superintendente do Sistema OCB, Renato Nobile, e acompanhada pelo relatório do Conselho Fiscal, foi aprovada. Nobile destacou a realização do 14º Congresso Brasileiro do Cooperativismo foi um dos principais marcos do ano passado.
“Foi um grande espaço para a apresentação das ideias e sugestões que temos para trabalhar nos próximos anos, sempre focados na necessidade das cooperativas e no futuro do movimento cooperativista brasileiro. Inclusive é essencial dizer que a OCB já está trabalhando por todas as diretrizes aprovadas no CBC”, ressaltou Nobile.
Fim de mandato
A assembleia geral desta quarta-feira também marcou o fim do mandato de quatro anos da atual Diretoria da OCB. Os cinco integrantes representam cada uma das regiões do país. Confira aqui o que eles destacaram como as grandes conquistas de sua gestão.
O presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, agradeceu aos diretores pelo empenho em trabalhar com tanta dedicação pelo cooperativismo brasileiro. “Durante os últimos quatro anos, esse grupo de diretores se manteve alinhado estrategicamente, apesar da diversidade dos perfis e das diferenças de realidade das regiões que representam. Foi uma gestão marcada pela diversidade de ideias e comunhão de objetivos. Isso fortaleceu o espírito de cooperação da OCB e gerou um clima de amizade e confiança entre a unidade nacional, as estaduais e a base cooperativista. Será sobre esse alicerce sólido que construiremos um futuro ainda mais brilhante para todas as cooperativas brasileiras”, concluiu.
Nova diretoria
Com o encerramento do mandato, a assembleia escolheu os novos diretores da OCB, que atuarão pelos próximos quatro anos. São eles:
REGIÃO SUL: Vergílio Perius, presidente da Ocergs.
Suplente: José Ricken (Ocepar)
REGIÃO SUDESTE: Ronaldo Scucato, presidente da Ocemg.
Suplente: Pedro Melhorim (OCB/ES)
REGIÃO CENTRO-OESTE: Remy Gorga, presidente da OCDF.
Suplente: Onofre Cesário (OCB/MT)
REGIÃO NORTE: Ricardo Khouri, presidente da OCB/TO.
Suplente: José Merched (OCB/AM)
REGIÃO NORDESTE: André Pacelli, presidente da OCB/PB.
Suplente: Aureliana Luz (OCB/MA)
Conselho Fiscal
Titulares: Ernandes Raiol, Luís Alberto, Vinicius Mesquita.
Suplente: João Nicédio (representante chapa).
Conselho de Ética
Titulares: Flodoaldo de Alencar (representante chapa), Petrúcio Magalhães, Antônio Chavaglia.
Suplente: Americo Utumi.
Materiais
Clique aqui para acessar o Relatório de Gestão da OCB (2019) e, aqui, para assistir ao vídeo com o resumo de 2019. Conheça, também, a página de transparência da OCB.
A Aliança Cooperativa Internacional anunciou na última sexta-feira (3/4) a definição do tema do Dia Internacional do Cooperativismo deste ano. Celebrado no dia 4 julho, primeiro sábado do mês, como ocorre desde o ano de 1923, a data dará destaque ao papel das cooperativas nas ações de prevenção à mudança climática.
As cooperativas e a ação contra as mudanças climáticas será o tema adotado pela Aliança Cooperativa Internacional e pela Organização das Nações Unidas. Desde 1995, ano do centenário da ACI, as Nações Unidas passaram a celebrar o Dia Internacional das Cooperativas como parte da agenda oficial da Organização.
O tema proposto foi sugerido pela Comissão de Promoção e Avanço do Cooperativismo, o COPAC, organização internacional formada pela ONU, ACI e organizações internacionais públicas e privadas que fomentam e representam o cooperativismo. Desde o ano de 2016, os temas escolhidos fazem referência aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Este ano, o ODS selecionado foi o 13: Ação Contra a Mudança Global do Clima.
Com esta escolha, a ACI convida a comunidade cooperativa em todo o mundo a continuar promovendo ações para combater as mudanças climáticas. Essa situação crítica coloca em risco a vida e os meios de subsistência de milhares de pessoas e destrói os ecossistemas vitais para os seres humanos e para o planeta.
Perigo
“Nossa casa comum está em perigo. Existem modos de produção e consumo que constantemente atacam a natureza. Não temos muito tempo para reverter essa situação. Precisamos agir agora, com nossos valores e princípios como bandeira, para demonstrar em escala global que é possível desenvolver uma economia com inclusão social e proteção dos recursos naturais”, afirmou Ariel Guarco, presidente da Aliança Cooperativa Internacional.
Exemplo
O cooperativismo, de fato, tem juntado forças para o enfrentamento das mudanças climáticas. Um grande exemplo vem da Colômbia, onde, há dez anos, um grupo de cooperativas se juntou para criar uma iniciativa de compensação de carbono. Chamado ECoop Responsabilidade Cooperativa, o projeto permite que as 55 cooperativas apoiadoras compensem toda sua emissão de carbono no meio ambiente.
O projeto plantou dois milhões de árvores em regiões de pós-conflito armado no país vizinho. O resultado foi impactante: 280 mil toneladas de carbono retiradas do meio ambiente todo ano. Além de compensar as emissões da cooperativa, o projeto comercializa as quotas de carbono e produz madeira certificada, que serve como subsídio para as cooperativas participantes.
No total, a iniciativa conserva 1000 hectares de vegetação natural. As plantações são também utilizadas para a produção apícola, conservado a população de abelhas. Os campos de plantação permitem também sombra para a criação de gado, melhorando o desempenho das produções de leite e carne das cooperativas associadas ao projeto.
Dia C
Já no Brasil, segundo dados da Gerência de Desenvolvimento Social de Cooperativas do Sescoop, existem 36 projetos cadastrados no Movimento Dia C com impacto direto ao ODS 13. Essas atividades, que têm como objetivo ações contra as mudanças climáticas, estão espalhadas por 5 estados do país, sendo que 15 delas são contínuas e duradouras.
Um exemplo vem do Mato Grosso, onde a Unimed Cuiabá desenvolve há dez anos um projeto de compensação de carbono. A cooperativa, com seus mais de 1300 cooperados e 230 mil clientes, está engajada na preservação do meio ambiente e desenvolveu, em parceria com o Instituto Ação Verde, o projeto Neutralização de Carbono.
O projeto permitiu a compensação de todas as emissões geradas pela cooperativa entre os anos de 2010 e 2018, por meio do reflorestamento de áreas danificadas às margens do Rio Cuiabá. Somente no ano de 2018, as emissões compensadas chegaram a 890 toneladas de carbono, fazendo com que a cooperativa obtivesse o título de Carbono Neutro, dando um grande exemplo do 7º princípio cooperativista: o Interesse pela Comunidade.