1º Encontro Nacional "Eu sou Catador" reúne especialistas e catadores para discutir desafios da reciclagem e inclusão socioeconômica desses profissionais

Durante os dias 23, 24 e 25 de agosto, a capital do país abrigou um encontro de especial importância para o cenário da reciclagem e inclusão social no Brasil: a 1ª edição do "Eu sou Catador". Sob a organização do Movimento Nacional Eu Sou Catador (Mesc) e com o apoio de diversas entidades, entre elas o Sistema OCB Nacional e do Sescoop/DF, o evento reuniu especialistas, representantes do governo e membros da sociedade civil para uma série de discussões sobre o trabalho dos catadores no Brasil.

A programação, intensa e repleta de diálogos construtivos, abordou tópicos fundamentais para a realidade dos catadores e a sustentabilidade do setor de reciclagem no país. Entre os assuntos em destaque, a inclusão socioeconômica de catadores e catadores emergentes como tema central. O evento proporcionou um espaço para análise dos desafios enfrentados por esses trabalhadores, explorando maneiras de melhorar as condições de trabalho e renda.

A logística reversa, peça-chave para um ciclo sustentável de produtos, também ocupou espaço significativo nas conversas. Especialistas em sustentabilidade discutiram a implementação eficiente desse processo, reduzindo o impacto ambiental e criando sistemas de reaproveitamento eficazes.

O decreto 11.413/2023, um dos pontos altos da investigação, trouxe à tona questões de inclusão socioprodutiva e socioeconômica. Com o olhar voltado para as cooperativas de catadores, o encontro explorou maneiras de potencializar a contribuição dessas organizações para a economia circular, reforçando seu papel essencial na gestão de resíduos e na promoção da sustentabilidade.

Em meio aos debates, a questão crucial do fechamento de lixões e aterros controlados veio à tona. Enquanto o Brasil busca cumprir as metas de saneamento básicas estabelecidas pelo Marco Legal, a realidade dos catadores após o encerramento desses locais precisa ser prevista. O evento foi mostrado como uma oportunidade de garantir as melhores condições para esses trabalhadores em um cenário de mudança.

Para Remy Gorga Neto, presidente do Sistema OCDF, que esteve presente no encontro, há uma importante relevância das coops de reciclagem do DF e também do Brasil na questão ambiental. "Eu acredito que os movimentos organizados em qualquer categoria têm uma importância significativa. Fomentar fóruns de discussão como este e abordar problemas, questões, desafios, possibilidades e perspectivas, é fundamental. A equipe organizadora está de parabéns por trazer este evento para Brasília e por promover esta discussão relevante, que incentiva catadoras e catadores a elaborar propostas de aprimoramento para toda a cadeia de reciclagem, em especial nas cooperativas que geram trabalho e renda. Eventos desse tipo desempenham um papel fundamental’’, citou Remy.

O presidente da entidade ainda comentou sobre os suportes que o Sescoop-DF promove para cooperativas de reciclagem. ‘‘Oferecemos suporte na gestão, no planejamento estratégico, nas missões de conhecimento e nas trocas de experiências de negócios. Fornecemos todas as possibilidades e ferramentas para que essas cooperativas possam se estruturar em termos de gestão e no mercado, agregando valor. Temos até mesmo um projeto que conseguimos conceber com recursos do Ministério do Desenvolvimento Regional’’, reforçou o presidente. Segundo ele, este projeto realiza um estudo completo e uma análise da cadeia de reciclagem no Distrito Federal, examinando como as cooperativas estão inseridas. ‘’Com base nesse diagnóstico, podemos avaliar o que é ideal para aprimorar a infraestrutura, sobretudo com foco na agregação de valor de todas as cooperativas", finalizou.

Em resumo, o encontro “Eu sou Catador” não apenas trouxe à luz questões cruciais de reciclagem e inclusão social, mas também serviu como plataforma vital para a busca de soluções. O evento declarou que a colaboração entre o governo, organizações e a sociedade civil é essencial para abordar de maneira eficaz os desafios enfrentados pelos catadores e pelo setor de reciclagem no Brasil.

 


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