Brasil e Japão querem estreitar relação
Estreitar as relações institucionais entre as cooperativas do Brasil e do Japão. Este é o objetivo do Encontro Cooperativista que ocorrerá no dia 17/6 e está sendo organizado pela OCB e pela Aliança Cooperativa Japonesa. A data foi escolhida para marcar a celebração dos 113 anos da chegada do primeiro navio de imigrantes japoneses ao Brasil.
O evento síncrono ocorrerá às 20h, horário de Brasília, e contará com a participação de autoridades dos governos de ambos os países, além de representantes das cooperativas.
Segundo o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, a instituição tem buscado aproveitar o novo momento de aproximação inovadora, por meio dos canais digitais, para fortalecer o diálogo com movimentos cooperativistas desenvolvidos.
“Nossa ideia é promover o intercâmbio de experiências e fundamentar bases para a celebração de parcerias institucionais e abertura de mercado para os produtos e serviços das cooperativas brasileiras. Nosso foco, agora, é o Japão, mas já realizamos esse mesmo trabalho com as cooperativas da Índia, Coreia e Itália”, explicou Márcio Freitas.
COOPERATIVISMO COMO ESTRATÉGIA
O cooperativismo japonês é mundialmente reconhecido como referência. A estratégia do governo local para a reconstrução da economia japonesa no pós-guerra foi baseada no cooperativismo. Atualmente, os setores de agricultura, seguros, consumo e trabalho detêm grande participação das cooperativas. No setor de agricultura, por exemplo, a produção local de alimentos feita por cooperativas passa dos 90%.
A Aliança Cooperativa Japonesa é a entidade de representação de cúpula do cooperativismo japonês. A entidade foi criada recentemente após uma aproximação entre as federações que representam as cooperativas de consumo, seguros, agropecuárias, de pescadores e de trabalhadores.
A entidade está interessada em desenvolver novas parcerias internacionais para intercâmbio técnico e promoção comercial – o que pode ser uma oportunidade de exportação de produtos made in Brazil por parte das cooperativas.
O Japão possui grandes experiências no setor de educação e extensão voltadas para o cooperativismo. O país detém parcerias de intercâmbio com diversas nações e tem interesse em estabelecer cooperação acadêmica também com o Brasil.
Além disso, vale destacar que o cooperativismo japonês é também um grande apoiador da Aliança Cooperativa Internacional e seus órgãos setoriais. Japão e EUA são os maiores contribuintes financeiros da ACI, sendo que o Japão detém também o número máximo de votos em assembleia.
AMÉRICO UTUMI
Historicamente, Brasil e Japão se apoiam mutuamente nos pleitos estabelecidos no âmbito da Aliança Cooperativa Internacional, inclusive para eleição de membros do Conselho. Um exemplo dessa parceria é a eleição de Américo Utumi, representante do Brasil no Conselho de Administração da ACI por três mandatos consecutivos. Além de defender os interesses das coops brasileiras, Utumi construiu um relacionamento muito próximo com as entidades de representação do cooperativismo japonês.