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Cooperativas compartilham experiências sobre o processo de agroindustrializacão

Brasília  (16/9/21) - Lideranças do cooperativismo do Distrito Federal participaram, na tarde desta quarta-feira, 15 de setembro, do painel “Verticalização da produção: agroindustrializacão e agregação de valor”, promovido durante a Exposição Agropecuária de Brasília (Expoabra). O evento ocorre de forma híbrida, com atividades presenciais e virtuais até o próximo sábado, 18, e conta com apoio do Sistema OCDF-SESCOOP/DF.

O painel foi moderado pelo presidente do Sistema OCDF-SESCOOP/DF, Remy Gorga Neto, e teve como objetivo debater o cenário da agricultura atual e os novos meios de produção com vistas a aumentar a rentabilidade da atividade por meio da agregação de valor. Remy deu início ao momento destacando que o processo de agroindustrialização traz uma série de vantagens para quem o implementa. “Há uma série de situações que envolvem o processo de agroindustrialização e a nossa intenção aqui é compartilhar um pouco da experiência que as cooperativas que desempenham essa atividade possuem; contar como as cooperativas chegaram até hoje, o que elas estão fazendo, e claro, mostrar que a agroindustrialização tem trazido de resultado, de benefícios”, explicou.

Na sequência, o presidente da Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa/DF), José Guilherme Brenner, iniciou sua exposição contando a história do moinho de trigo mantido pela cooperativa, considerado um exemplo bem sucedido da verticalização de produção agrícola. A construção foi uma demanda apresentada à COOPA/DF por um grupo de produtores que tinha como finalidade trabalhar a cultura de maneira adequada. A diretoria da cooperativa fez um estudo de viabilidade econômica, constatou que a proposta seria um bom negócio e construiu e finalizou a estrutura em meados dos anos 1990. Atualmente, o moinho tem a capacidade para industrializar cerca de 60 toneladas de trigo por dia, produzindo farinha para consumo doméstico, panificação e também farelo para uso em nutrição animal. A estrutura também levou a cooperativa a firma parceria com a Embrapa, fomentando o plantio de trigo na região e, sobretudo, viabilizando ganhos econômicos aos produtores.

Brenner ressaltou, no entanto, que a possibilidade de coordenar toda essa cadeia produtiva, verticalizar a produção e fornecer um alimento com alta qualidade nutricional a um preço competitivo se deu pelo fato de os produtores estarem organizados em uma cooperativa, o que, segundo ele, consolida-se não apenas como um diferencial, mas viabiliza oportunidades de crescimento e ainda agrega valor ao produto. “A cooperativa conseguiu estabelecer canais de financiamento e de comercialização, algo que um produtor, sozinho, dificilmente conseguiria. Cooperativas oferecem organização, a capacidade de estruturar uma cadeia produtiva”, pontuou o presidente da Coopa/DF.

Outro a compartilhar a experiência sobre o processo de agroindustrialização foi o presidente da Cooperativa Mista da Agricultura Familiar, do Meio Ambiente e da Cultura do Brasil (CoopIndaiá), Luciano Andrade. Ele resumiu a história da cooperativa, que tem ganhado destaque no DF e na região do Entorno com a produção agroecológica de itens como leite, queijo, manteiga e polpas de frutas. “Muitas frutas como manga, goiaba e maracujá eram perdidas ainda no pé. Foi aí que a gente resolveu se unir. Percebemos que poderíamos fazer daquele desperdício um oportunidade de renda para as famílias e construímos uma pequenas fábrica de polpas. De 2013 para cá nenhum fruta mais foi perdida e cada família ganhou uma nova fonte de renda”, recordou.

Hoje, Luciano não apenas defende o modelo cooperativista como é um ferrenho advogado do processo de agregar valor aos produtos de origem rural e busca incentivar aqueles que estão a sua volta a fazerem o mesmo. Segundo ele, agregar valor por meio da agroindustrialização tornou-se algo necessário para os produtores. Assim, eles poderão permanecer e alcançar novos mercados.

Atualmente, toda a produção da CoopIndaiá já tem registro junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A cooperativa também é a atual gestora do Mercado do Peixe de Brasília e participa dos programas de compras governamentais como Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o Programa de Aquisição da Produção da Agricultura (PAPA-DF) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

Acompanhe o restante das atividades da Expoabra pelo site www.expoabra.com.br.  

 

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