Cooperativistas do DF participam no Congresso Internacional Lixo Zero
Sistema Cooperativista do DF marca presença no Congresso Internacional Cidades Lixo Zero
O presidente do Sistema OCDF-Sescoop/DF, Remy Gorga Neto participou na tarde desta quinta-feira (07/06) do Congresso Internacional Cidades Lixo Zero. O evento buscou apresentar e discutir as melhores práticas dos cinco continentes e as mais avançadas tecnologias em gerenciamento de resíduos, gestões inovadoras, avaliação do sistema tributário nacional em relação ao resto do mundo e soluções economicamente atraentes, que vão ao encontro da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) com responsabilidade e eficiência.
Durante o evento, a Central das Cooperativas de Materiais Recicláveis do Distrito Federal (CENTICOOP) com o apoio do Sistema OCDF-Sescoop/DF ficou responsável pelos painéis realizados no dia sete de junho, da sala sete. Todo o debate foi em torno da temática “De catador a agente ambiental – uma realidade em transformação”.
Para o presidente Remy Gorga, o evento além de promover a troca de informações e experiências sobre tecnologias em gerenciamento de resíduos, gestões inovadoras, sustentabilidade e a valorização do conceito “Lixo Zero”, também é uma oportunidade de ampliar a discussão sobre a inclusão socioprodutiva do catador. “Os catadores hoje exercem uma atividade econômica a partir dos resíduos, da coleta seletiva, e se veem integrantes dessa inclusão socioprodutiva com geração de renda”, defendeu.
A presidente da Central das Cooperativas de Materiais Recicláveis do Distrito Federal (Centcoop), Aline Sousa da Silva responsável por um dos painéis realizado durante o evento, destacou a importância deste Encontro. “O Congresso Internacional Cidades Lixo Zero, é uma iniciativa que promove o melhor uso dos resíduos e o desenvolvimento sustentável. Este encontro promoveu várias oficinas de debates, workshops, palestras, painéis e exposições como oportunidades de troca de experiências para fortalecer uma nova forma de se conscientizar a sociedade para fazer uma melhor separação na origem (lixo), de modo mais sustentável. Nós catadores ficamos responsáveis por três painéis, que debateram a importância da coleta seletiva, tratamento de resíduos e a valorização do serviço prestado pelo catador, e esse espaço foi extremamente importante para nós”, declarou.
“De catador a agente ambiental – uma realidade em transformação": com essa temática a Central das Cooperativas de Materiais Recicláveis do Distrito Federal (Centcoop), liderou o painel do dia sete de junho, com a promoção de debates destacando a importância da coleta seletiva e o trabalho dos catadores. A presidente Aline Sousa da Silva falou da importância da participação das cooperativas de catadores no evento. “É importante à gente utilizar esse espaço do Congresso Internacional Cidades Lixo Zero para discutir, porque é uma forma de você mostrar que é um fiscalizador dessas políticas e que se você está discutindo muito certa política é porque algo está dando errado e tem que mudar”. Ter esses espaços diferenciados e coletivos para discutir e conseguir atingir uma parte da população que participou do evento, contribuindo com esse debate coletivo é um ganho muito grande pra gente”, afirmou. Dentre os temas estavam: Coleta Seletiva e Inclusão Socioprodutiva dos Catadores; Empoderamento da mulher catadora; Cooperativa – Modelo de Inclusão Socioprodutiva; A Problemática dos Resíduos e as Políticas Públicas; Coleta domiciliar e comercial, entre outros. Durante os debates algumas cooperativas que são prestadoras de serviços de coleta seletiva há dois anos, em algumas cidades satélites apresentaram os avanços e os desafios que tiveram durante esses serviços prestados, e, também apresentaram alguns modelos de iniciativas privadas de coleta seletiva sem contrato público, mas que também está dando certo, tudo na lógica do lixo zero. Outro assunto relevante que foi apresentado foram os painéis de políticas públicas, os avanços dessas políticas e com pessoas do poder público e as pessoas da sociedade civil.
Coleta seletiva – Todo o trabalho de coleta seletiva consiste num pro¬cesso de recolhimento dos materiais recicláveis, que são realizados diretamente por catadores de cooperativas e associações que tenham como renda ex¬clusiva, o produto obtido com o proces¬samento e a venda do reciclado.
O presidente da Cooperativa Recicle a Vida e diretor da Rede Alternativa das Cooperativas do DF, Entorno e da Ride, Cleusimar Alves de Andrade durante sua palestra falou da importância da coleta seletiva realizada por cooperativas de catadores. “A coleta seletiva no DF até 2016, era feita por empresas privadas e desde então, o governo começou a fazer esse trabalho com cooperativas de catadores; que são realmente especialistas em relação ao tratamento de coleta seletiva. Nós somos especialistas no assunto, nós sobrevivemos do material coletado, diferente das empresas, pois, elas ganham pelo serviço que presta e destina os resíduos para um aterro ou para outro local. Já os catadores, buscam nas ruas o que realmente é reciclável, o que tem valor comercial, aquilo que vai ajudar o meio ambiente, e também vai servir de renda para nós”, afirmou.
Parceria – A iniciativa da coleta seletiva está prevista na política nacional de resíduos sólidos instituída pela lei 12.305/2010 e faz parte do pro¬jeto Reciclagem e Cidadania, do SLU. As cooperativas e associações desen¬volvem suas atividades em 15 cidades. O projeto além de gerar renda para os catadores é uma alternativa ecologica¬mente correta, que reutiliza os resíduos sólidos, produzidos pela comunidade, e, contribui para diminuir os efeitos das mudanças climáticas.
Resultados – De acordo com o presidente do Sistema OCDF-Sescoop/DF, Remy Gorga a expectativa é que tenha um maior número de pessoas conhecendo as particularidades das cooperativas “A cooperativa como um modelo de inserção socioprodutiva do catador e que todo o universo que gira em torno da questão da reciclagem e dos catadores de resíduo possam ter a percepção correta. As pessoas vão conhecer o que é uma cooperativa, como ela funciona e como ela pode vir a ser esse instrumento que os catadores têm de exercer sua atividade profissional e ter a geração de trabalho e renda”, afirmou.
Cooperativismo – O cooperativismo contribui para promover o desenvolvimento dos catadores, a nossa participação é fundamental por representar um modelo de organização econômica, que congrega pessoas que tem objetivos comuns. A cooperativa tem sido utilizada pelos catadores em todo o Brasil, como uma ferramenta de organização sócio econômica dos catadores, ou seja, por intermédio das cooperativas eles têm a geração de trabalho e renda, e que permitem o seu sustento.
Contribuição – Durante o evento, o presidente do Sistema OCDF-Sescoop/DF, Remy Gorga abordou “Cooperativa – Modelo de Inclusão Socioprodutiva”. O Sistema OCDF-Sescoop/DF tem feito um trabalho bem próximo às cooperativas de catadores principalmente em parceria com as duas centrais. Aqui no DF nós temos a Centicoop e a Rede Alternativa, ambas as centrais que congregam as cooperativas de catadores, estão sendo apoiadas pelo Sistema OCDF-Sescoop/DF. “Hoje as cooperativas de catadores estão num momento de transição, de mudanças, com a nova política de resíduos do DF, os contratos com o Governo a partir do SLU, é fundamental que elas estejam preparadas para isso, e o Sistema tem posicionado de forma a contribuir com o aperfeiçoamento da gestão, com a melhorias dos processos de gestão das cooperativas de catadores.