Intercooperação: negócios entre coops durante a Covid-19
Cooperar para superar a crise. Essa foi uma das mensagens reafirmadas na live do Sistema OCB desta sexta-feira (8). Os presidentes da Castrolanda e da Coprel, Willem Bouwman e Jânio Stefanello, respectivamente, falaram um pouco sobre as experiências de intercooperação que têm ajudado as suas cooperativas a minimizarem os impactos da crise causada pela pandemia do novo coronavírus. A gerente Técnica e Econômica do Sistema OCB, Clara Maffia, também participou do bate papo e falou mais a respeito do CooperaBrasil, um espaço criado para estimular a intercooperação e impulsionar os negócios entre as cooperativas.
A realização dos debates ao vivo tem servido para tirar uma série de dúvidas a respeito dos mais variados temas que afetam as cooperativas, desde questões mais burocráticas, como a realização de assembleias gerais ordinárias no ambiente virtual, até dicas de como inovar em momentos de crise. Tudo isso com comentários em tempo real do público e dos especialistas convidados.
Cases de Intercooperação
A intercooperação é uma das chaves para o desenvolvimento dos negócios da cooperativas. Por meio dela é possível impulsionar o desenvolvimento local e regional, aumentar a renda dos cooperados e suas famílias, estimular a colaboração e, claro, fortalecer o cooperativismo.
A Castrolanda, por exemplo, faz parte de uma iniciativa chamada Unium, junto com as cooperativas Frísia e Capal, que foi pensada para alavancar os negócios reduzindo custos para as três coops, com um retorno positivo aos cooperados. “Naquele momento nos unimos e juntamos as nossas forças num braço da cooperativa. Em negócios estratégicos nós vamos nos unir e vamos somar forças. Então assim deixamos de concorrer pela matéria prima e pelo cliente, e agora estamos somando forças com conhecimento, com capacidade intelectual e financeira, com organização de negócios. Foi naquele momento que nasceu a intercooperação no grupo da Unium”, relembrou o presidente da Castrolanda, Willem Bouwman.
Atualmente, as cooperativas têm em conjunto três projetos: a indústria de beneficiamento de leite, um moinho para produção de trigo e um frigorífico para abate de suínos. Unidas elas conseguiram otimizar a sua produção e o escoamento, potencializando seus negócios e crescendo juntas. Para Bouwman, uma dos aspectos fundamentais para a intercooperação é a confiança entre os parceiros, que é um dos obstáculos a serem vencidos e que faz toda a diferença para a manutenção dos projetos. Confiar na capacidade de gestão de cada uma das cooperativas a frente aos projetos contribui para o sucesso da parceria, afirmou o presidente da Castrolanda.
Outro exemplo de intercooperação apresentado e que tem dado muito certo é o da Coprel, que em parceria com outras cooperativas da Região de Birubá, no Rio Grande do Sul, tem levado internet de qualidade para mais de 30 municípios da região. O presidente da cooperativa, Jânio Stefanello, destacou a importância de uma iniciativa como essa para locais que já são mais afastados, mas que no contexto atual lidam com um distanciamento ainda maior devido a pandemia. “A internet aproxima as pessoas, nessa época onde os filhos estão distantes dos pais e avós, é algo que a gente não convive fisicamente, mas a gente mata a saudade. Não é só para o trabalho home office, precisam da internet para passar o tempo, para se divertir”, destacou Stefanello.
Em parceria com as cooperativas agropecuárias, que disponibilizam suas estruturas e até apoiam financeiramente, a Coprel tem levado internet de fibra ótica para áreas rurais, garantindo assim, mais qualidade não apenas para os cooperados, mas para todos os moradores da região. Além disso, em alguns municípios, cooperativas de créditos facilitam o acesso ao crédito para que tenham mais recursos para financiar os custos de implementação dessas ações. “Eu sou um apaixonado pela intercooperação, porque ela tá no nosso sangue, tá no nosso DNA, quando a gente consegue se juntar, se unir pra fazer, a gente faz muito mais”, ressaltou o presidente da Coprel.
CooperaBrasil
E para estimular ainda mais a intercooperação, o Sistema OCB lançou o site CooperaBrasil, um espaço onde as cooperativas podem vender e comprar produtos e serviços umas das outras, o que é um dos caminhos para superar a crise. Para a gerente Técnica e Econômica do Sistema OCB, Clara Maffia, o papel do Sistema OCB é garantir condições para que as cooperativas passem por esse momento de maneira mais tranquila, com impacto um pouco menor ao final de todo esse processo. E o CooperaBrasil é uma das estratégias que vai contribuir para isso.
Desde o 14º Congresso Brasileiro do Cooperativismo, que trouxe com força a pauta da intercooperação, o Sistema OCB tem trabalhado em projetos e ferramentas que fortaleçam a união entre cooperativas como uma forma de gerar negócios e oportunidades. Dado o contexto atual, se mostrou necessário a criação dessa “vitrine virtual”, que além de ajudar as cooperativas a exporem seus produtos e serviços, também fizesse isso de forma a ampliar seu alcance - podendo sair do âmbito local, para o nacional.
“O objetivo [do CooperaBrasil] é esse: é criar conexão, é gerar essa relação cada vez mais forte não só de cooperativas que estão próximas. Com certeza temos a oportunidade de trabalhar cooperativas em conjunto de norte a sul do país, quebrar essa barreira geográfica e ampliar ainda mais as oportunidades que a gente tem na intercooperação”, destacou Clara Maffia.
Para saber mais sobre o CooperaBrasil, clique aqui. E para saber quais as cooperativas já estão neste espaço, acesse www.cooperabrasil.coop.br.
E para quem não assistiu ou quer rever a íntegra da live com participação dos presidentes da Castrolanda e da Coprel, Willem Bouwman e Jânio Stefanello, respectivamente, da gerente Técnica e Econômica do Sistema OCB, Clara Maffia, com mediação da gerente de Relações Institucionais do Sistema OCB, Fabíola Nader, é só conferir aqui.