O Sistema OCDF-SESCOOP/DF promoveu na última sexta-feira, 6, um Encontro das Cooperativas de Reciclagem do Distrito Federal. O evento, reuniu dirigentes de diversas cooperativas do ramo, cooperados e especialistas, com o objetivo de discutir o cenário econômico e político atual, além de fornecer informações sobre temas como legislação, logística reversa, reforma tributária, entre outros assuntos.
Durante a abertura, Remy Gorga Neto, presidente do sistema cooperativista brasiliense comentou sobre a importância dos temas propostos e salientou que as cooperativas são pilares essenciais para a economia circular, modelo de negócio que busca minimizar desperdícios, promover a reutilização e preservar os recursos naturais. “Essa troca de informações é importante para as cooperativas. Temos feito encontros com vários ramos e nós consideramos a reciclagem como um dos mais importantes por conta de todo o trabalho desenvolvido por vocês, em parceria com o governo. O Sistema OCDF-SESCOOP/DF tem contribuído para melhorar a questão dos contratos firmados junto ao governo do DF e também emana esforçospara que as cooperativas possam aprimorar seus processos de gestão, ”, afirmou Remy.
Na primeira parte do evento, foi apresentado um painel logística reversa e economia circular, compreendendo melhor assuntos como educação, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais, uso de energia, e conhecimento e habilidades em métodos e fluxos de trabalho. A logística reversa é primordial para um ciclo sustentável de produtos, para uma gestão eficiente de recursos e a redução dos impactos ambientais.
A analista de Cooperativismo e Monitoramento da SESCOOP/DF, Samara Sousa, destacou que temas como esse são necessários para despertar a capacidade de crescimento das cooperativas e que o sistema cooperativista vem auxiliando em todo esse processo. “O Sistema OCDF tem feito o acompanhamento diário com os cooperados. Temos participado ativamente do Comitê Interministerial do GDF para auxiliar não só na parte organizacional, mas em questões políticas e governamentais ”, pontuou a analista.
A programação contou ainda com uma apresentação sobre cooperativismo e legislação aplicada ao Ramo do Trabalho, e também com um workshop sobre captação de recursos, além de um painel dedicado a desmistificar e tirar as dúvidas dos catadores sobre questões relacionadas à Reforma Tributária.
A representante da Central das Cooperativas de Materiais Recicláveis do DF (Centcoop), Keysianny de Lima, que é filha de catadores e participa de eventos do SESCOOP/DF há dois anos, destaca que essas iniciativas focam nas cooperativas como um todo, pois, só quem vive a realidade das cooperativas sabe os verdadeiros problemas enfrentados diariamente. “Minha mãe trabalhou durante 15 anos como catadora no lixão da Estrutural e hoje eu percebo a diferença na produção, no trabalho, na vida dos catadores. Então, conseguir juntar, em um só evento, todos os cooperados para fazer uma tratativa igual para todos é muito importante. Hoje, no DF, temos dois tipos de coleta: a que é feita por empresas e que tem um reaproveitamento muito baixo, cerca de 40% apenas, e a coleta feita pelas cooperativas. Nós temos a sensibilidade de conhecer e de trabalhar com o social. Aqui é o espaço para fortalecer nosso trabalho e ratificar que estamos no caminho certo”, explicou ela.
A representante da cooperativa Recicla Mais Brasil, Cristiane Pereira, destacou o apoio que o SESCOOP/DF presta para os cooperados e que esse apoio é fundamental para as catadoras e catadores. “Ter essa vivência e entender sobre os temas do cooperativismo, das leis, dos nossos direitos e como ter acesso a eles é fundamental. Então, só agradeço ao SESCOOP/DF e à OCB por nos dar essa oportunidade de ter uma visão macro do cooperativismo”, finalizou Cristiane.
Atualmente, o Distrito Federal possui cerca de 33 cooperativas de reciclagem registradas no Sistema OCDF-SESCOOP/DF, com aproximadamente 1.200 cooperados que trabalham em parceria com órgãos do GDF, como é o caso do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) e da Secretaria do Meio Ambiente (Sema).
O Sistema OCDF-SESCOOP/DF promoveu, na noite de terça-feira, 10, o primeiro Encontro do Ramo Crédito, reunindo as principais lideranças das cooperativas de crédito do Distrito Federal. O evento ocorreu no mês de celebração do Dia Internacional das Cooperativas de Crédito, marcado para 19 de outubro, e teve como objetivo alinhar as expectativas para o ano de 2024, promovendo a interação das cooperativas de crédito com seus cooperados, considerando-as pilares essenciais para a economia circular e o desenvolvimento das comunidades.
O presidente do Sistema OCDF-SESCOOP/DF, Remy Gorga Neto, enfatizou a capacidade das cooperativas de crédito de estarem presentes em diversas regiões e impulsionarem o desenvolvimento econômico e social. Ele celebrou os 50 anos do Sistema em 2023 e delineou desafios futuros, incluindo um faturamento de 4 bilhões para as cooperativas do DF até 2027, contribuindo para alcançar o BRC 1 Tri nacional. "O cooperativismo de crédito é uma das vertentes que impulsionam esse desenvolvimento, não apenas nas comunidades, mas em toda a sociedade. Devemos trocar experiências e informações, pensando sistematicamente e trabalhando a intercooperação para uma sociedade mais justa e igualitária, com distribuição de renda a partir da filosofia que move o cooperativismo", ponderou Remy na abertura do encontro.
Após as apresentações iniciais, os participantes acompanharam um painel sobre "Os Impactos Positivos do Cooperativismo de Crédito na Sociedade", com destaque para o fato de que essas cooperativas representam 5,6% do PIB per capita no Brasil, além de apresentarem 45,1% no saldo comercial por habitante. O painel foi conduzido por representantes de instituições renomadas do ramo de crédito, incluindo Gleice Morais, Supervisora de Cidadania e Sustentabilidade no Sicoob; Carlos Canedo Júnior, Diretor de Negócios na Sicredi Planalto Central; Luiz Lesse, Diretor Presidente na Sicoob Executivo; e Edivaldo Oliveira, Conselheiro Administrativo do Sescoop-DF.
Posteriormente, Igor Montenegro, CEO da Qualitatis LTDA, proferiu uma palestra com o tema "Apoiando Pessoas, Impulsionando Negócios e Transformando Comunidades". Igor apresentou ferramentas importantes sobre como as cooperativas de crédito podem transformar as comunidades em que estão inseridas. Ele propôs ideias, como, por exemplo, as cooperativas de crédito ofertarem crédito para consumo consciente e produção responsável, apoiarem iniciativas que utilizem boas práticas de produção, apoiar projetos de reciclagem e intercooperação com cooperativas de reciclagem, incentivar empresas cooperadas a avaliarem a pegada ambiental, incentivar a redução das emissões de CO², entre outras sugestões. Montenegro finalizou dizendo que "o grande propósito das cooperativas de crédito é tornar o mundo um lugar melhor. Fazer dinheiro é consequência disso. O compromisso cooperativista é transformar o mundo".
Carla Madeira, superintendente do Sescoop/DF, destacou que o evento reforça o trabalho que o Sistema tem desenvolvido nos últimos anos com o objetivo de fortalecer a intercooperação. "O nosso planejamento para 2024 já começou. Iniciamos com o Encontro dos Executivos, onde todos os ramos se encontraram. Depois, tivemos encontros e reuniões técnicas, discutindo as temáticas específicas de cada ramo. Por exemplo, na última sexta-feira, tivemos o Encontro das Cooperativas de Reciclagem, e hoje estamos realizando o Encontro do Ramo Crédito. A ideia é validar com nossas cooperativas o que é possível alcançar em termos de metas para os próximos anos, focados no objetivo de atingir 1 trilhão de faturamento em 2027", ponderou Carla.
Segundo Ronan Pinheiro, Analista de Monitoramento e Cooperativismo, o evento marca uma série de ações para o fortalecimento do cooperativismo de crédito no DF, reforçando o papel que essas cooperativas desempenham no contexto econômico e social, alinhadas com as diretrizes do Sistema OCDF-SESCOOP/DF para um futuro mais colaborativo e sustentável. Além dos citados acima, também estiveram presentes Alexandre Machado, Vice Presidente Sistema OCDF e Miguel Oliveira, Presidente do Conselho de Administração do Centro Cooperativo Sicoob – CCS.
O Radar de Financiamento reuniu nove novas possibilidades de fomento à inovação para cooperativas durante o mês de agosto. O guia, coordenado pelo Sistema OCB e disponível no site do InovaCoop, detalha os caminhos para acessar de forma clara e fácil os recursos oferecidos pela Lei do Bem (11.196/05), que garante incentivos fiscais para empresas e cooperativas que investem em tecnologia; pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES); e por outros agentes de apoio às iniciativas inovadoras, ampliando a capacidade de execução de projetos para gerar mais resultados com menor custo.
Entre as possibilidades mapeadas, seis são para fomento de projetos nacionais e uma para propostas regionais no estado de Santa Catarina. O lançamento do Plano Safra 2023/24 rendeu seis oportunidades, todas nacionais e com recursos reembolsáveis junto ao BNDES. As três restantes são com recursos não reembolsáveis e são oferecidas por entidades como a EMBRAPII, o MCTI/CNPq e o GFI.
Diferentes formas de captação podem ajudar as cooperativas a acessarem recursos públicos e privados para o desenvolvimento de seus projetos de inovação, explica o gerente do Núcleo de Inteligência e Inovação do Sistema OCB, Guilherme Costa. “Para isso, é necessário construir estratégias bem definidas. As oportunidades de fomento também possuem diferentes vocações e, por isso, o Radar é um facilitador para a visualização dessas possibilidades e tomadas de decisão”, explicou.
Os recursos podem, por exemplo, ser captados para integrar iniciativas e consolidar resultados, para expandir portfólios, estruturar processos para o crescimento, validar o negócio ou levantar capital. Entender o momento da organização e suas demandas contribui para mapear as oportunidades ideais. Os setores mais apoiados atualmente englobam temas como ESG, economia circular, bioeconomia, reciclagem e gestão de resíduos. Projetos que abordam as áreas de saúde, educação, mobilidade e logística, meio ambiente, telecomunicação, cibersegurança e indústria 4.0, entre outros, também são bem aceitos.
A modalidade de recursos reembolsáveis, as instituições de fomento emprestam dinheiro para a promoção da inovação, com condições especiais e acessíveis, sob a condição de apresentação de capacidade de pagamento e de desenvolvimento de projetos de PD&I. Já quando os recursos são não reembolsáveis, as fontes compartilham com as organizações os custos e os riscos inerentes as atividades apoiadas.
No último sábado, 2 de setembro, o cooperativismo do Distrito Federal e o espírito esportivo estiveram unidos para a realização da 21ª edição dos Jogos de Integração Cooperativista do Distrito Federal (Cooperjogos). Realizado pelo Sistema OCDF-SESCOOP/DF nas instalações do Sesi de Taguatinga Norte, o evento foi mais do que uma simples competição esportiva; foi uma celebração dos princípios cooperativistas que moldam as cooperativas do Distrito Federal.
O CooperJogos é um encontro anual que apresenta a oportunidade para cooperados, colaboradores e associados de diferentes cooperativas se reunirem, fortalecerem laços, promoverem a saúde e, claro, celebrarem os valores que fundamentam o cooperativismo. "O CooperJogos é realizado há 21 anos e tem sido uma referência, uma marca no cooperativismo do Distrito Federal, num ambiente que leva o pertencimento para quem está em um modelo de negócios baseado em valores e princípios e que tem como propósito estimular o bem-estar, a prática esportiva dentro dos ambientes cooperativistas. Nós tivemos relatos de cooperativas que seus colaboradores e associados se preparam o ano inteiro para participar do Cooperjogos, a partir de práticas esportivas. Isso tudo faz com que haja uma integração entre eles promovendo a saúde e a qualidade para todas e todos’’, pontuou Remy Gorga Neto, presidente do Sistema OCDF-SESCOOP/DF.
Carla Madeira, superintendente do SESCOOP/DF, também destacou o papel do evento na promoção da cultura da cooperação: "Um valor e uma missão do nosso sistema é o de promover a cultura da cooperação, a saúde e a qualidade de vida e por isso realizamos essas atividades. O espírito da união, integração e intercooperação nos move e isso extrapola os muros do nosso evento, vai para dentro das nossas cooperativas fortalecendo o que de fato é a nossa missão”, comentou ela.
Nesta edição, os participantes foram agrupados de acordo com os sete princípios cooperativistas, que são a base de todo o movimento cooperativo: participação econômica, intercooperação, autonomia e independência, livre adesão, conhecimento, gestão democrática e interesse pela comunidade. Isso não apenas adicionou um toque especial à competição, mas também enfatizou a essência cooperativista que guia cada equipe.
Durante todo o dia, as equipes competiram em diversas modalidades esportivas, incluindo vôlei, natação, futsal, futebol, corrida, queimada, dominó, sinuca, teste cooperativo, cabo de guerra e muito mais.
Mônica Licassali, coordenadora da cooperativa Recicle a Vida, comentou sobre a essência do cooperativismo, presente no Cooperjogos. "Hoje fiquei apenas como atleta reserva. Acabei não preenchendo vagas, mas o dia foi maravilhoso. Nossos cooperados trabalham em movimentos repetitivos diariamente e estamos sempre realizando atividades laborais para todos. Estar aqui é integrá-los a outras cooperativas, conviver com outros colegas e fortalecer os laços cooperativistas’’, disse ela.
Márcio Donizete, funcionário da Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa/DF), elogiou a ideia do CooperJogos como uma oportunidade de ampliar o ciclo de amizades: "O CooperJogos é uma excelente ideia. Só faltam todas as cooperativas do DF aceitarem participar desse momento de interação para que possamos aumentar o ciclo de amizades. Essa é a 14ª edição que participo e estou contente em poder estar aqui por mais um ano’’, afirmou.
O CooperJogos não é apenas uma competição esportiva, mas sim uma celebração dos princípios cooperativistas que unem as cooperativas do Distrito Federal. Um evento que fortalece a cooperação, integração e a saúde de todos os envolvidos.
E as celebrações ainda não terminaram. Na noite do próximo dia 6, quarta-feira, será realizada da Solenidade do CooperJogos, onde serão eleitos o Mister e a Miss Cooperativista, destacando aqueles que personificam os valores cooperativos em sua forma mais pura. Será mais um momento para que os cooperados, associados e colaboradores possam estar integrados nas atividades promovidas pelo Sistema OCDF-SESCOOP/DF.
Na última quarta-feira (13), a Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) realizou um webinar para responder perguntas sobre o Programa Agro 4.0. O encontro virtual foi direcionado aos interessados no edital que permanece aberto para inscrições até esta segunda-feira (18). O Sistema OCB é parceiro da ABDI e sugeriu a participação dos cooperativistas do Ramo Agro.
A iniciativa é uma parceria entre a ABDI e o Ministério da Agricultura. A proposta está em busca de projetos que criem uma plataforma de gestão estratégica de dados de produção agropecuária em cooperativas, associações e agroindústria. O intuito é integrar dados, modelagem e apresentação de informações, para gerar novos conhecimentos que possam somar às produções.
A líder do Programa Agro 4.0, Isabela Mendes Gaya Lopes dos Santos, explicou que o programa também pretende estimular e fomentar a adoção e difusão de tecnologias 4.0 no agronegócio, com foco na resolução de lacunas e aumento de produtividade e sustentabilidade. "O mérito da nossa proposta é visualizar a dor e a necessidade do projeto que está sendo desenvolvido. Queremos auxiliar na solução de problemas de cada participante".
O programa pretende focar em plataformas de gestão estratégica, com a finalidade de coletar informações de cooperativas, associações ou agroindústrias para encaminhar dados de forma remota, por meio de tecnologias 4.0. O grupo precisa contar com, pelo menos, cinco produtores dentro do grupo de trabalho.
As etapas do edital foram explicadas de forma detalhada. A primeira, de seleção, tem duração de três meses. Os projetos inscritos passarão por avaliação de especialistas no agro e classificação com convite dos participantes para a segunda etapa, de execução, e repasse da premiação no valor de R$ 375 mil para cada categoria (agricultura, pecuária e indústria).
A execução terá prazo de 12 meses e se inicia com a adoção da plataforma e difusão da tecnologia com reuniões e relatórios mensais. Já a etapa de avaliação ocorrerá durante um mês, com análise dos indicadores e entrega dos relatórios de lições aprendidas e dos atestados de conclusão dos projetos. Para finalizar, durante um ano, o projeto será monitorado trimestralmente.
Isabela ressaltou que a categoria de classificação será feita pelo cartão CNPJ da cooperativa, associação ou agroindústria e lembrou que três entidades precisam estar envolvidas no projeto: uma instituição âncora (cooperativa, associação ou agroindústria); uma provedora de solução tecnológica e produtores rurais.
Ao final do webinar, a líder voltou sua atenção para o formulário de inscrição e destacou que, nesta primeira etapa, não pode ser incluída nenhuma informação que identifique qualquer membro do grupo de trabalho. Mais informações podem ser obtidas em: https://agro40.abdi.com.br e https://www.abdi.com.br. Isabela também compartilhou um contato de e-mail para dúvidas técnicas (
Durante os dias 23, 24 e 25 de agosto, a capital do país abrigou um encontro de especial importância para o cenário da reciclagem e inclusão social no Brasil: a 1ª edição do "Eu sou Catador". Sob a organização do Movimento Nacional Eu Sou Catador (Mesc) e com o apoio de diversas entidades, entre elas o Sistema OCB Nacional e do Sescoop/DF, o evento reuniu especialistas, representantes do governo e membros da sociedade civil para uma série de discussões sobre o trabalho dos catadores no Brasil.
A programação, intensa e repleta de diálogos construtivos, abordou tópicos fundamentais para a realidade dos catadores e a sustentabilidade do setor de reciclagem no país. Entre os assuntos em destaque, a inclusão socioeconômica de catadores e catadores emergentes como tema central. O evento proporcionou um espaço para análise dos desafios enfrentados por esses trabalhadores, explorando maneiras de melhorar as condições de trabalho e renda.
A logística reversa, peça-chave para um ciclo sustentável de produtos, também ocupou espaço significativo nas conversas. Especialistas em sustentabilidade discutiram a implementação eficiente desse processo, reduzindo o impacto ambiental e criando sistemas de reaproveitamento eficazes.
O decreto 11.413/2023, um dos pontos altos da investigação, trouxe à tona questões de inclusão socioprodutiva e socioeconômica. Com o olhar voltado para as cooperativas de catadores, o encontro explorou maneiras de potencializar a contribuição dessas organizações para a economia circular, reforçando seu papel essencial na gestão de resíduos e na promoção da sustentabilidade.
Em meio aos debates, a questão crucial do fechamento de lixões e aterros controlados veio à tona. Enquanto o Brasil busca cumprir as metas de saneamento básicas estabelecidas pelo Marco Legal, a realidade dos catadores após o encerramento desses locais precisa ser prevista. O evento foi mostrado como uma oportunidade de garantir as melhores condições para esses trabalhadores em um cenário de mudança.
Para Remy Gorga Neto, presidente do Sistema OCDF, que esteve presente no encontro, há uma importante relevância das coops de reciclagem do DF e também do Brasil na questão ambiental. "Eu acredito que os movimentos organizados em qualquer categoria têm uma importância significativa. Fomentar fóruns de discussão como este e abordar problemas, questões, desafios, possibilidades e perspectivas, é fundamental. A equipe organizadora está de parabéns por trazer este evento para Brasília e por promover esta discussão relevante, que incentiva catadoras e catadores a elaborar propostas de aprimoramento para toda a cadeia de reciclagem, em especial nas cooperativas que geram trabalho e renda. Eventos desse tipo desempenham um papel fundamental’’, citou Remy.
O presidente da entidade ainda comentou sobre os suportes que o Sescoop-DF promove para cooperativas de reciclagem. ‘‘Oferecemos suporte na gestão, no planejamento estratégico, nas missões de conhecimento e nas trocas de experiências de negócios. Fornecemos todas as possibilidades e ferramentas para que essas cooperativas possam se estruturar em termos de gestão e no mercado, agregando valor. Temos até mesmo um projeto que conseguimos conceber com recursos do Ministério do Desenvolvimento Regional’’, reforçou o presidente. Segundo ele, este projeto realiza um estudo completo e uma análise da cadeia de reciclagem no Distrito Federal, examinando como as cooperativas estão inseridas. ‘’Com base nesse diagnóstico, podemos avaliar o que é ideal para aprimorar a infraestrutura, sobretudo com foco na agregação de valor de todas as cooperativas", finalizou.
Em resumo, o encontro “Eu sou Catador” não apenas trouxe à luz questões cruciais de reciclagem e inclusão social, mas também serviu como plataforma vital para a busca de soluções. O evento declarou que a colaboração entre o governo, organizações e a sociedade civil é essencial para abordar de maneira eficaz os desafios enfrentados pelos catadores e pelo setor de reciclagem no Brasil.
O Sistema OCDF-SESCOOP/DF reuniu, na manhã desta terça-feira, 15 de agosto, dezenas de cooperadas para a realização da mais recente edição do Encontro de Mulheres Cooperativistas do Distrito Federal. A atividade marcou a celebração do Dia da Mulher no Cooperativismo, data estabelecida em 2022, após um projeto de lei apresentado à Câmara Legislativa do Distrito Federal pelo deputado distrital e presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo do DF, Roosevelt Vilela.
Com a realização do evento, o Sistema OCDF buscou reconhecer a importância da mulher para a evolução do cooperativismo brasiliense, além de estimular o desenvolvimento de habilidades como força, perseverança, grandeza, autonomia, liderança e protagonismo. Um outro foco do encontro foi o de transmitir conteúdos sobre promoção e defesa dos direitos das mulheres.
Remy Gorga Neto, presidente do Sistema OCDF-SESCOOP/DF, deu início ao encontro parabenizando as participantes pela data e ressaltando o papel da mulher dentro das cooperativas locais. "A participação da mulher no cooperativismo é de grande importância. A figura feminina está cada vez mais presente em cargos de liderança, de governança e traz consigo uma percepção diferenciada, um instinto que promove a cooperação", afirmou.
O dirigente do sistema cooperativista local salientou, também, o fato de o Distrito Federal ter instituído uma data, em lei, para homenagear as mulheres que estão diariamente empenhadas em promover o cooperativismo. O dia 15 de agosto é a data de nascimento de Diva Benevides, uma estudiosa sobre o tema, docente de cooperativismo e autora de vários livros sobre o tema. "É uma homenagem à professora Diva e a todas as mulheres que ajudam a construir o cooperativismo no Distrito Federal", acrescentou Remy.
A superintendente do SESCOOP/DF, Carla Madeira, também falou ao público. Ela classificou o fato de a data ser instituída e comemorada na capital federal como uma grande conquista, um reconhecimento do Estado acerca da força do cooperativismo e comentou sobre o crescimento contínuo da presença feminina no movimento. "Estamos cada vez mais ocupando cargos importantes nas organizações cooperativas, ajudando em deliberações, em decisões importantes e, portanto, não podemos deixar de reconhecer que as mulheres têm conquistado seus espaços e sem deixar de exercer funções como a de mãe e de dona de casa", disse Carla.
Na sequência do encontro, as mulheres cooperativistas puderam acompanhar momentos de partilha de histórias e conhecimentos. A primeira a falar com o público foi Adélia Neri, presidente da Cooperativa de Trabalho e Saúde (Coopcare) e diretora sindical da OCDF, que conduziu o “Diálogo Elas pelo Coop", apresentando o Comitê Nacional de Mulheres do Sistema OCB. O grupo foi consolidado em 2020 e suas as integrantes participaram de capacitações, treinamentos, intercâmbios e eventos como seminários e palestras para poderem atuar em prol da representatividade feminina no cooperativismo.
Adélia também apresentou, na oportunidade, números atualizados sobre a participação feminina no cooperativismo, mostrando dados do Anuário do Cooperativismo Brasileiro divulgado no último dia 7 de agosto pelo sistema OCB. Ao fim da apresentação, a superintendente Carla Madeira aproveitou a oportunidade para lançar um desafio às mulheres, de iniciar as tratativas para lançar o comitê da mulher cooperativista no Distrito Federal.
O evento contou, ainda, com uma palestra sobre a promoção e defesa dos direitos das mulheres. O momento foi conduzido pela defensora pública e Chefe do Núcleo de Assistência Jurídica de Promoção de Defesa dos Direitos das Mulheres da Defensoria Pública do DF (DPDF), Antônia Carneiro.
O encerramento foi realizado por Chirles de Oliveira. Jornalista de formação, mestre em Comunicação e Práticas de Consumo, ela induziu as mulheres a refletirem sobre a felicidade, fator que está associado associada ao que o ser humano pensa, sente e faz.
Sobre o 15 de agosto
O dia 15 de agosto foi escolhido para a celebração em homenagem à professora Diva Benevides Pinho, uma das pioneiras do estudo do cooperativismo no Brasil. Diva foi professora emérita da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP) e faleceu em 2016, aos 90 anos. Em vida, ela desempenhou um papel muito importante na história da FEA como docente, inspirando a todos com sua cultura de cooperação e incentivando os ex-alunos a retribuírem à universidade.
Diva foi uma das primeiras brasileiras a publicar pesquisas e estudos acadêmicos sobre cooperativismo. Sua contribuição para o desenvolvimento acadêmico do tema é inestimável, sendo que sua tese de doutorado em economia foi a primeira a abordar o cooperativismo na Universidade de São Paulo. Além disso, ela é autora do livro "O Cooperativismo No Brasil", publicado em 2004, onde faz uma análise profunda dos fatores de mudança do cooperativismo brasileiro no início do Século XXI.
Neste 28 de agosto, o Brasil celebra o Dia Nacional do Voluntário. Esta data é um momento de reflexão sobre o testemunho do voluntário como pilar fundamental para a promoção do bem-estar social e para o fortalecimento das relações de solidariedade entre os cidadãos. Nesse contexto, as Cooperativas do Distrito Federal reafirmam seu compromisso com o sétimo princípio cooperativista, o “Interesse pela Comunidade”, que destaca a responsabilidade das cooperativas em contribuir para o desenvolvimento sustentável de suas comunidades.
Para Remy Neto, presidente do Sistema OCDF/Sescoop-DF, o trabalho voluntário das cooperativas do Distrito Federal tem sido um exemplo inspirador de como a cooperação vai além dos aspectos econômicos. ‘‘Nossas cooperativas demonstram um compromisso genuíno em contribuir para o bem-estar e desenvolvimento das comunidades em que estão inseridas. O Dia Nacional do Voluntariado é uma oportunidade para reconhecermos e celebrarmos essas ações que fazem a diferença na vida das pessoas", comenta.
O Sétimo Princípio Cooperativista, conhecido como “Interesse pela Comunidade”, reforça o papel das cooperativas na promoção do desenvolvimento sustentável e social de suas áreas de atuação. Por meio de projetos e iniciativas de voluntariado, as cooperativas do Distrito Federal se empenham em áreas como educação, saúde, meio ambiente, cultura e assistência social, consolidando seu compromisso com o progresso coletivo.
À medida que o Dia Nacional do Voluntariado se aproxima, as cooperativas do Distrito Federal renovam seu compromisso de cooperação não apenas para o sucesso econômico, mas também para a construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e solidária. O trabalho voluntário é uma expressão concreta dos valores cooperativistas em ação, demonstrando como a cooperação pode fazer a diferença na vida de todos.
A reunião do Conselho de Administração da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) ocorre bimestralmente e, desta vez, acontece em Teerã entre os dias 12 e 22 de setembro. A ACI é o órgão máximo de representação do cooperativismo mundial. O evento reúne líderes cooperativistas de todo o mundo para discutir questões essenciais relacionadas ao cooperativismo global.
Na reunião serão apresentados relatórios setoriais dos órgãos vinculados à ACI, abrangendo uma ampla gama de tópicos relacionados ao cooperativismo em todo o mundo. Além disso, serão analisados critérios para o ingresso, permanência e exclusão de membros da Aliança Cooperativa Internacional e os valores de contribuição para a manutenção da entidade.
Durante a viagem Remy representará o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, que ocupa uma cadeira no Conselho de Administração da Aliança Cooperativa Internacional desde o ano passado. O dirigente do sistema cooperativista brasiliense destaca a importância do evento para o cooperativismo global. "Essas reuniões são cruciais para traçar as políticas e estratégias de atuação da ACI em busca do desenvolvimento do cooperativismo mundial. Para mim, como cooperativista, é um momento ímpar de poder participar da reunião do Conselho da maior entidade de representação do cooperativismo no mundo", explica Remy.
Durante a reunião, os líderes cooperativistas também terão a oportunidade de compartilhar suas experiências e boas práticas, fortalecendo ainda mais o papel das cooperativas no desenvolvimento econômico, social e ambiental. A Aliança Cooperativa Internacional desempenha um papel essencial para a promoção do cooperativismo em todo o mundo, reunindo cooperativas de diferentes setores e países para colaborar, compartilhar conhecimento e trabalhar juntas para alcançar objetivos comuns. Remy será acompanhado pelo coordenador de relações internacionais da OCB, João Martins.
A metodologia de solução de problemas complexos mais utilizada na atualidade em processos de inovação de produtos e serviços, Design Thinking já está disponível na plataforma CapacitaCoop. A trilha de aprendizagem é direcionada às cooperativas e Organizações Estaduais do Sistema OCB para que possam percorrer uma jornada de conhecimento com foco nas diferentes etapas do método.
Com abordagem didática, conteúdo conceitual e prático, e rigor na utilização de fontes de referência científica, a trilha é gratuita e o aluno receberá o certificado assim que concluir o aprendizado (aulas, avaliação de aprendizagem e avaliação de reação).
A trilha está dividida em seis etapas com os cursos de Introdução ao Design Thinking; Entendimento & Empatia aplicados ao Design Thinking; Definição Aplicada ao Design Thinking; Ideação; Prototipagem; e Teste Aplicado ao Design Thinking.
O aluno certificado terá, ao final da trilha, aprendido sobre a cultura de criação de valor, criatividade, práticas de empatia junto ao usuário, análise de soluções, geração de ideias e utilização de inovação na solução de problemas complexos.
Para cursar basta ter acesso à internet e acessar as aulas pelo computador, celular ou tablet.
Dirigentes de sete cooperativas brasilienses, juntamente com o Sistema OCDF-SESCOOP/DF, participaram no mês de junho da mais recente edição do Encontro Nacional das Cooperativas Agropecuárias (ENCA). O evento reuniu representantes de cooperativas de todo o país em Campinas, no interior de São Paulo, contou com a presença de líderes do setor, fomentou debates e apresentou novidades em assuntos relevantes para o agronegócio brasileiro.
A programação do evento foi organizada para oferecer aos presidentes e diretores das cooperativas um ambiente imersivo nos assuntos pertinentes ao setor, como os desafios e oportunidades no atual cenário político e econômico, além de aprofundar debates em áreas como planejamento, gestão financeira e de risco, inovação, tecnologia e sustentabilidade. Também foram abordados assuntos como a importância de reputação sólida para o setor agropecuário e a verticalização e internacionalização como caminhos fundamentais para a expansão e diversificação das cooperativas. Cerca de 500 cooperativas participaram do encontro, sendo sete delas com atuação no Distrito Federal.
O presidente da Cooperativa Agropecuária da Região de Brazlândia (Cooperbraz), Marcos da Silva Almeida, integrou o grupo brasiliense e comentou sobre a importância de as organizações estarem presentes na realização do encontro. "A nossa participação foi ótima. Tivemos contato com especialistas em questões políticas, tecnológicas e aprendemos como a inteligência artificial pode impactar na nossa atuação", destacou.
Marcos também comentou sobre a relação entre sucessão familiar e cooperativismo, um dos pilares da programação do encontro. "A nossa atividade é dedicada à agricultura familiar e nós vemos que tradicionalmente os filhos estudam e ocorre uma espécie de êxodo. Eles saem para buscar oportunidades na cidade e isso tem a ver com a nossa realidade. O que foi transmitido no evento vai nos ajudar no futuro certamente", acrescenta o presidente da Cooperbraz.
A intercooperação, sétimo princípio do cooperativismo, também foi destaque durante a realização do ENCA. Marcos conta que se aproximou de expositores e participantes, contou da atuação da cooperativa que administra e saiu do evento com a certeza de que a organização está no caminho do crescimento. "A gente viu que está no rumo certo, na trilha do desenvolvimento. Apesar de estarmos distante do centro de Brasília, a gente conta com apoio expressivo do SESCOOP/DF, que desenvolve ações que favorecem o desenvolvimento da nossa atividade, melhorando a nossa gestão e atuação. Estamos sendo vistos e a participação em um evento da significância do ENCA comprova isso", conclui o dirigente.
O analista do SESCOOP/DF, Ariosto Sousa, acompanhou os dirigentes de cooperativas durante a realização do evento e avaliou de forma positiva a imersão dos cooperados nos assuntos abordados. "As cooperativas gostaram da participação, muitos conseguiram obter boas práticas para aplicar na governança, bem como em suas propriedades. De forma geral, foi uma participação muito produtiva, que gerou muitas informações e as expectativas foram superadas. Enquanto sistema, conseguimos promover essa interação entre as cooperativas, fornecedores e outras organizações estaduais que também participaram do evento", finalizou.
O ramo agropecuário no Distrito Federal tem ganhado destaque nos últimos anos. O número de cooperativas associadas ao Sistema OCDF-SESCOOP/DF, no momento, é 13 organizações que reúnem mais de 1 mil cooperados.
Estão abertas até o dia 4 de agosto, as inscrições para a XXI edição dos Jogos de Integração Cooperativista do Distrito Federal (Cooperjogos). A atividade é realizada anualmente pelo Sistema OCDF-SESCOOP/DF para celebrar o Dia Internacional do Cooperativismo. Além disso, incentiva a integração entre as cooperativas do Distrito Federal e seus associados, incentivando a saúde e a qualidade de vida através da prática esportiva.
Neste ano, os jogos serão realizados no dia 19 de agosto, nas instalações do SESI, de Taguatinga Norte. Podem participar maiores de 18 anos, dirigentes, associados, colaboradores de cooperativas e também familiares de cooperados, em até segundo grau de parentesco.
Ao todo, serão disponibilizadas 22 modalidades: futebol society; futsal; voleibol; natação; atletismo; cabo de guerra; tênis de mesa; truco; sinuca; dama; xadrez; dominó; peteca; queimada feminino; e jogos eletrônicos. As inscrições poderão ser feitas por meio do aplicativo do Sistema OCDF que pode ser baixado pela Apple Store ou pelo Google play, ou pelo site http://inscricoes.sescoopdf.coop.br/.
Serviço - XXI Cooperjogos
Data: 19 de agosto
Local: Sesi Taguatinga Norte - St. F Norte QNF 24
Inscrições: http://inscricoes.sescoopdf.coop.br/
Representantes de oito nações de língua portuguesa estiveram reunidos na Casa do Cooperativismo, em Brasília, para deliberarem sobre ações para fortalecer os diferentes ramos nos países lusófonos. A Assembleia Geral Ordinária (AGO) da Organização Cooperativista dos Países de Língua Portuguesa (OCPLP) aconteceu na quarta-feira (19) e, entre as tratativas, o colegiado definiu o planejamento de atividades para 2024, que consiste na cooperação para oferta de capacitações dos delegados.
O programa de intercâmbio será direcionado aos membros e dirigentes destas cooperativas e custeado pelas entidades representativas dos membros envolvidos. “A cooperação técnica para o desenvolvimento mútuo é um dos principais valores evidenciados em nosso movimento. Desta forma vamos estimular a troca de experiências, compartilhar estratégias de sucesso para o desenvolvimento das cooperativas de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Vamos contribuir para o desenvolvimento socioeconômico dessas nações por meio do cooperativismo”, disse o presidente do Sistema OCB e vice-presidente da OCPLP, Márcio Lopes de Freitas.
O grupo debateu estratégias para captação conjunta de recursos e vislumbram a possibilidade de implementar projetos de cooperação direcionados para o desenvolvimento sustentável em países lusófonos. Os delegados também pretendem aproveitar a oportunidade de a sede da organização ser em Portugal e buscar acessar recursos do fundo social europeu, um dos maiores do mundo, para financiamento de ações de empoderamento econômico, crescimento inclusivo e desenvolvimento sustentável. Esta linha de ação foi aprovada pelos membros durante a assembleia.
OCPLP
O organismo internacional atua desde 1991, mas foi formalizado juridicamente em 1997. A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) é uma das entidades fundadoras e atualmente ocupa a cadeira da vice-presidência. O colegiado atua por meio de projetos de cooperação internacional e de financiamento para o desenvolvimento, difusão e crescimento das cooperativas lusófonas mantendo o contato estreito e permanente entre os movimentos e autoridades destas nações. Atualmente é constituída por 32 organizações distribuídas em quatro continentes: africano, asiático, brasileiro e europeu.
Um mundo mais justo, livre de desigualdades e cheio de oportunidades pode se tornar real com atitudes simples, mas eficazes. Foi a partir desses interesses, baseados no sétimo princípio do cooperativismo, que dezenas de voluntários estiveram reunidos no último sábado, 1º de julho, para celebrar a edição 2023 do maior movimento de promoção ao voluntariado cooperativista, o Dia de Cooperar (Dia C), no Distrito Federal. A celebração foi organizada pelo Sistema OCDF-SESCOOP/DF e ocorreu na Vila Olímpica do Recanto das Emas e contou com a participação da população em geral
Neste ano, no DF, o movimento contou com adesão de quase 200 voluntários de instituições parceiras, de cooperativas locais e do sistema cooperativista local. A edição 2023 levou ao Recanto das Emas uma programação diversificada e levou aos moradores da região serviços gratuitos em diversas áreas. Quem foi até a Vila Olímpica da Região Administrativa pôde conferir apresentações culturais e artísticas, além aproveitar atendimentos em beleza, saúde e bem-estar, educação financeira, empreendedorismo, orientação profissional, e muito mais.
Remy Gorga Neto, presidente do Sistema OCDF-SESCOOP/DF, esteve presente na celebração e comentou sobre a importância do trabalho cooperativista que está centrado nas pessoas e que faz a diferença no processo de desenvolvimento socioeconômico de qualquer localidade. “Esta edição do Dia C veio recheada de muita coisa legal, mas, principalmente, da sensação boa que é ver o cooperativismo atuando para a sociedade. É algo que faz parte do nosso DNA, dos nossos princípios. As cooperativas mostram o interesse pelas comunidades durante todo o ano e o Dia C é o momento em que celebramos todas essas realizações”, destacou o dirigente.
O Dia de Cooperar coloca em evidência o sétimo princípio do cooperativismo, o interesse pela comunidade, e sempre é celebrado no primeiro sábado de julho, data em que se comemora o Dia Internacional do Cooperativismo. E é esse interesse pela comunidade que faz com que as cooperativas realizem tantos trabalhos deste tipo. Edivaldo Alves de Oliveira, membro do Conselho de Administração do SESCOOP/DF, pontuou o valor deste tipo de ação. “Estamos aqui trazendo alegria, mas, acima de tudo, cidadania e dignidade com os serviços de orientação financeira, jurídica e saúde”, disse.
A celebração do Dia de Cooperar também foi espaço para as cooperativas colocarem em prática a intercooperação, outro princípio do cooperativismo que se baseia na premissa de formar alianças, parcerias e desenvolver negócios em conjunto, a fim de fortalecer os associados e a sociedade. A Sicredi Planalto Central, por meio da agência de Águas Claras, firmou uma parceria com a Coopcare, do ramo saúde, que levou serviços como aferição de pressão arterial e medição de índice glicêmico. A cooperativa de crédito disponibilizou recursos para que a cooperativa de saúde pudesse comprar insumos e atender a população do Recanto com qualidade e eficiência. As organizações ainda sortearam brindes durante a realização do Dia C.
“É fundamental a gente doar um pouco do nosso trabalho para melhorar a vida das comunidades. A relação entre as cooperativas potencializa isso e ajuda a mostrar o que de fato é o cooperativismo, uma filosofia diferenciada que é fundamental não apenas para a econômica, mas para a sociedade”, comentou o gerente da agência Sicredi de Águas Claras, Rafael Quirino.
O sentimento de satisfação era visível no rosto da voluntária Jorgiana Sales de Moraes. Ela é cooperada da Recicle a Vida, de Ceilândia, e participou de sua primeira celebração do Dia de Cooperar, ajudando a difundir informações sobre a coleta seletiva e a importância do trabalho de reciclagem. “É uma alegria estar aqui falando sobre o meu trabalho e ajudar a informar as pessoas. É uma forma de ajudar a melhorar o nosso trabalho na esteira da cooperativa, com o lixo separado corretamente, mas também uma forma de ajudar a melhorar o meio ambiente e a cidade em que vivemos”, contou ela.
A alegria de impactar positivamente na vida de outras pessoas era também visível no rosto de Gabriela Godoi, voluntária e integrante do grupo Laços da Alegria, que costumeiramente realiza visitas a pacientes internados em hospitais públicos e privados do Distrito Federal. “O voluntariado é a forma mais simples e pura de amor ao próximo que existe. É se doar, se entregar, sem querer nada em troca. E isso é muito gratificante”, acrescentou ela.
Entre os beneficiados pela celebração do Dia de Cooperar estava Odair José da Silva, 35, morador da Chácara Monjolo. Pai de quatro filhos e atualmente em busca de recolocação no mercado de trabalho, ele conta que ficou sabendo do evento por meio de uma vizinha e decidiu levar o filho mais novo para se divertir um pouco. “É difícil ter lugares para diversão por aqui. Quando acontece um evento igual a esse é bom e sempre venho com meus filhos para eles se divertirem um pouco. Vou aproveitar para cortar o cabelo também, buscar umas informações e ver como está a minha saúde”, contou.
As atividades do Dia C também foram aproveitadas por quem diariamente ajuda a transformar vidas na região. Foi o caso de Helena Batista, 43, moradora do Riacho Fundo II, mas que ministra aulas de natação e hidroginástica na Vila Olímpica do Recanto. “Eu vim para cooperar. Trouxe meus alunos, participei de atividades, fiz alguns exames de saúde e me diverti. A comunidade aqui é bem carente de assistência e o Dia C trouxe alegria e esperança para as pessoas”, assegurou.
A celebração do Dia de Cooperar foi encerrada com uma apresentação da Associação Recreativa e Cultural Unidos do Varjão Escola de Samba. A agremiação desfilou para o público brasiliense no último dia 23 de julho e levou ao Recanto toda a alegria que o ritmo samba é capaz de proporcionar.
Sobre o Dia C
O Dia de Cooperar foi criado em 2009, em Minas Gerais. O movimento foi nacionalizado quatro anos mais tarde e, desde então, as cooperativas brasileiras se unem para demonstrar a um número cada vez maior de pessoas que o cooperativismo é capaz de transformar a realidade e estimular o desenvolvimento do país. Entre tantas práticas de responsabilidade social, o Dia C se destaca por ser um movimento que luta por um mundo mais justo, igualitário e em ampla consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).
No DF, o movimento integra o calendário das cooperativas desde 2014 e voltou a ser celebrado presencialmente no ano passado. As ações das cooperativas, desde então, têm ajudado a transformar realidades em diversas regiões da capital, estimulando o voluntariado cooperativista, e beneficiando mais de 25 mil pessoas.
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O plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) foi palco de uma noite especial para o cooperativismo brasiliense na última sexta-feira, 23 de junho. O espaço em que são tomadas decisões importantes para o futuro da capital foi palco de Sessão Solene que celebrou o lançamento da Frente Parlamentar do Cooperativismo do Distrito Federal e Ride-DF (Frencoop) na atual legislatura, assim como os 50 anos do Sistema OCDF, completados em março.
A solenidade foi fruto de uma iniciativa do deputado distrital Roosevelt Vilela em parceria com o Sistema OCDF-SESCOOP/DF e contou com a presença de autoridades do Executivo e do Legislativo distrital e federal, assim como de dirigentes e membros das cooperativas em atividade no território brasiliense. O evento também homenageou o Dia Internacional do Cooperativismo e marcou o lançamento da agenda institucional do setor para o restante de 2023.
Roosevelt, que é presidente da Frencoop, deu início à sessão falando acerca do potencial do cooperativismo e sua relevância para o desenvolvimento do DF. O parlamentar ressaltou o orgulho de poder representar o setor na Câmara Legislativa e contribuir para o avanço da cultura de cooperação no território brasiliense. “O cooperativismo é um modelo criado não apenas para as pessoas se organizarem economicamente. Eu visualizo o cooperativismo como um modelo de gestão de Estado,” afirmou ele.
O deputado elencou conquistas recentes obtidas pelo cooperativismo brasiliense, como a criação da Lei n.º 6.617, que instituiu a Política Distrital do Cooperativismo, e o início da participação da OCDF no colegiado de vogais da Junta Comercial do DF.
O presidente do Sistema OCDF-SESCOOP/DF, Remy Gorga Neto, destacou, durante sua exposição, a força das cooperativas e o desenvolvimento do sistema ao longo dos anos. “O Distrito Federal tem um cooperativismo pujante que faz a diferença, levando prosperidade para as pessoas, para a sociedade”, garantiu o dirigente.
Remy falou, também, sobre os parceiros estratégicos, os ramos do cooperativismo presentes no DF e comentou sobre o esforço desempenhado pelo Sistema OCDF a fim de otimizar esforços, representar, defender e permitir o desenvolvimento do setor no Distrito Federal. “Há dias em que, pela manhã, estamos tratando de algo para as cooperativas de reciclagem, à tarde estamos defendendo uma pauta de interesse do agro e à noite um assunto pertinente ao crédito. E assim é com todos os ramos que presentes aqui no DF. A gente atua para que as cooperativas possam se desenvolver e trazer desenvolvimento para o nosso território”, acrescentou ele.
A mesa da solenidade contou, também, com a presença da deputada federal Bia Kicis; do secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do DF, Fernando Antonio Rodriguez; do presidente da Federação de Agricultura, Pecuária e Hortifrutigranjeiros do DF (da FAPE-DF), Fernando Cézar Ribeiro; do coordenador de Relações Governamentais do Sistema OCB, Eduardo Queiroz, representando o presidente da organização, Márcio Lopes de Freitas; Cleison Duval, presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF); e Glauco Amorim, subsecretário de Gestão das Águas e Resíduos Sólidos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Proteção Animal do Distrito Federal.
O evento foi encerrado após uma série de reconhecimentos. Primeiro, pessoas que estão diariamente empenhadas em promover o cooperativismo receberam Moções de Louvor aprovadas pela CLDF. Em seguida o presidente do Sistema OCDF recebeu uma homenagem que contou com a participação de sua mãe, Therezinha Gorga.
Ao fim da solenidade, os presentes participaram do II Arraial do Cooperativismo do DF, realizado na Praça do Servidor, que fica localizada dentro das instalações da CLDF. O momento contou com música ao vivo e barraquinhas, onde foram servidas comidas e bebidas típicas das festas de São João. O objetivo do evento foi proporcionar um momento de confraternização para as cooperativas brasilienses comemorarem o Dia Internacional do Cooperativismo, data comemorada desde 1923 que foi instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1995.
Cooperados da Cooperativa Recicle a Vida, de Ceilândia, participaram de uma atividade diferente e um tanto especial nesta última quinzena do mês de junho. Um grupo, composto por 22 pessoas que participaram do projeto “Vida Circular – Edição Fashion”, desfilaram com trajes especiais, criados a partir de materiais recicláveis, em uma ação que teve o intuito de evidenciar e desenvolver o conceito de economia circular no Distrito Federal.
O desfile foi destaque durante exibição do noticiário da TV Globo Brasília e contou com a parcerias instituições como o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do DF (Senac/DF), a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Proteção Animal do Distrito Federal (Sema/DF), o Sistema OCDF-SESCOOP/DF, entre outras instituições.
O modelo proposto pela economia circular vai contra o modelo linear, caracterizado pela extração, consumo, descarte, desequilíbrios ambientais, sociais e econômicos. Nesse contexto, a economia circular surge com o foco na redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia. O conceito associa uma melhor gestão dos recursos naturais a um desenvolvimento econômico, promovendo a criação de produtos reutilizáveis e duradouros, e contribuindo para o desenvolvimento sustentável.
O projeto engajou, ainda, outros membros da cooperativa, que participam de um curso de cabeleireira promovida pela própria organização.
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O Sistema OCDF-SESCOOP/DF participou, nos dias 21 e 22 de junho, do III Simpósio Distrital de Aquicultura. O evento foi organizado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal (Seagri) e ocorreu na sede da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), na Asa Norte. Os objetivos da realização deste ano foram organizar os produtores e incentivar o associativismo e o cooperativismo regional.
O sistema cooperativista brasiliense promoveu, dentro da programação do simpósio, o I Workshop Distrital de Cooperativismo na Aquicultura, momento no qual cooperativas de aquicultores já em atuação no Brasil apresentaram suas experiências e resultados ao público brasiliense.
O workshop foi aberto pelo presidente do Sistema OCDF, Remy Gorga Neto, que iniciou a atividade falando das origens do cooperativismo, comentando sobre os sete princípios do modelo de negócios, além da consolidação e magnitude do movimento os dias atuais. Remy também detalhou a organização do cooperativismo no Brasil, destacando o trabalho da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e também do Sistema OCDF.
Na sequência, foi apresentada à platéia a história da Cooperativa dos Aquicultores do Estado do Amazonas (Coopaquam), criada em fevereiro de 2020 na cidade de Rio Preto da Eva com o objetivo de adquirir grandes quantidades de ração das fábricas e distribuir para os cooperados, para diminuir o custo de produção.
O diretor administrativo da organização, Hélio Pontes, detalhou como a cooperativa iniciou suas atividades em meio à pandemia, o processo de formalização, o início das compras, em 2021, e como a organização vem crescendo expressivamente em volume de negócios e quantidade de cooperados. Hélio falou, também, sobre os desafios da aquicultura no maior estado do país, participação em compras publicas e planos de expansão de atividades em amadurecimento.
A diretora secretária da Cooperativa Aquícola Cana Brava (Aquibrava), Larissa Ramos, também compartilhou experiências com o público do evento. Agrônoma de formação, ela falou sobre a produção de tilápia no município goiano de Minaçu, onde a cooperativa é sediada, e como têm ocorrido, nos últimos anos, os investimentos e os esforços para promover o desenvolvimento da aquicultura no norte de Goiás.
Ao fim das apresentações, o presidente do Sistema OCDF avaliou positivamente a oportunidade de fomentar cooperativismo, assim como toda a realização do simpósio. Remy também comentou particularidades do Distrito Federal, como localização privilegiada, boa topografia e recursos hídricos em abundância. “O mercado consumidor da nossa capital é grande, de alto poder aquisitivo e tem interesse em pescados. Temos uma topografia boa, assistência técnica e uma série de fatores que favorecem o desenvolvimento da aquicultura. E o cooperativismo pode impulsionar essa atividade em nosso território. Estamos frente a um grande potencial e o caminho para alavancar essa prática no DF é incentivar os produtores. É uma atividade incipiente, mas que tem grandes possibilidades de dar certo”, pontuou Remy.
O secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do DF, Fernando Antonio Rodriguez, também comemorou a realização da terceira edição do evento. O chefe da pasta afirmou, ainda, que prevê boas oportunidades para o DF com o fomento à aquicultura e ao cooperativismo e assegurou que irá fortalecer ainda mais a parceria com o sistema cooperativista local.
“O Distrito Federal tem que ser uma vitrine. E para se construir essa vitrine é necessária uma boa qualidade no trabalho, fator que foi preponderante para a gente organizar e promover um evento dessa natureza. O Sistema OCDF, assim como os nossos demais parceiros, desempenha um papel importante e vai nos ajudar a incentivar o produtor brasiliense a entregar melhorias e desenvolvimento para o DF”, analisou.
Atualmente existem aproximadamente 580 aquicultores no Distrito Federal e cerca de 20 empresas que atuam como entrepostos, atacadistas e distribuidores de pescado, que em sua maioria beneficia matéria-prima exclusivamente de outras Unidades da Federação e não existe nenhuma Cooperativa de produtores de pescado no Distrito Federal.
O simpósio também teve o objetivo de promover troca de informações e discussões estratégicas de ações, além de dar visibilidade às demandas dos produtores rurais e tratar dos desafios para o futuro da aquicultura no Brasil.
Participaram do Simpósio Distrital de Aquicultura representantes da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater), Universidade de Brasília (UnB), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/DF), Governo do Distrito Federal, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Distrito Federal (Crea-DF), O Sistema FAPE/SENAR-DF e Ministério da Pesca e Aquicultura e Ministério da Agricultura (Mapa).
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A boa relação entre o movimento cooperativista e o Banco Central do Brasil é de longa data. Seja para propor novos desafios e regulações ou para debater temas específicos, as duas entidades buscam por meio de rodadas de conversas, seminários e workshops as soluções mais viáveis para aumentar o protagonismo do coop, gerar prosperidade e fortalecer a economia nacional. Entre os dias 22 e 23 de junho o banco e os sistemas de crédito cooperativo realizaram o workshop Desafios e Práticas de Sucesso do Cooperativismo de Crédito – Intercooperação e Interesse pela Comunidade.
Os princípios cooperativistas de intercooperação (6º) e interesse pela comunidade (7º) estão presentes em parte expressiva de todos os ramos do movimento espalhados pelo país. No entanto, para impulsionar todo o potencial do Ramo Crédito, o Banco Central realizou o evento para instigar reflexões, ouvir as ações que já estão sendo aplicadas em defesa da atuação conjunta das cooperativas, bem como dos serviços e produtos oferecidos para as comunidades onde estão inseridas.
O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, participou da mesa de abertura e agradeceu o constante apoio do órgão e falou sobre os desafios das práticas de intercooperação. De acordo com ele, o assunto é discutido há anos em workshops, seminários e congressos, mas que a questão não é técnica. “Conversei com o Roberto Rodrigues e chegamos à conclusão de que, quando o tema é intercooperação, o discurso é sempre solidário e a prática solitária. Onde estamos errando? Temos que discutir, pois percebo que é muito mais um problema da própria antropologia humana do que técnico ou de processo. O cooperativismo é uma organização de gente e precisamos de lideranças menos solitárias”, afirmou.
Capacitação e formação foram exemplos de como sanar a questão levantados por Márcio Freitas. “Precisamos estudar e tenho trabalhado com o Sescoop a ideia de um curso de inovação no relacionamento social. Fiz um teste para mensurar um processo no Paraná e, com a utilização do celular, em 17 minutos minha mensagem chegou a mais de 2 milhões de aparelhos. Por que não usarmos isso para ter um relacionamento mais estreito com os cooperados, uma conversa franca? As parcerias vão acontecer de baixo para cima, não o contrário”, enfatizou. E reforçou que “é preciso construir uma solução de intercooperação, que não seja apenas uma ideologia do cooperativismo, mas também uma questão de economia e negócios”.
O presidente do Sistema OCB fez ainda um chamamento para o alcance da meta do Desafio BRC 1 Tri. “Nossa meta é ousada. Alcançar R$ 1 tri de movimentação financeira, 30 milhões de cooperados e 1 milhão de empregos gerados. Dá para chegar, basta termos mais ousadia e intercooperação.
CECO
No painel Esforços concretos da intercooperação no Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC), o integrante do Conselho Consultivo Nacional do Ramo Crédito (Ceco), Marco Aurélio Almada, reforçou que a intercooperação é o caminho para ampliar os negócios, tornando os serviços financeiros cooperativistas cada vez mais procurados. “Os grandes bancos têm competência para ser universal, a nossa proposta (coop de crédito) é direcionada ao médio e pequeno. Nosso crescimento se justifica pelo alcance regional, capilaridade. Precisamos intercooperar por questões doutrinárias e também estratégicas”, pontuou.
Ele apresentou um apanhado histórico que demonstrou que grandes os bancos já se uniram durante a história para ampliar os negócios e atender mais pessoas. Almada insistiu que as parcerias e inovações são necessárias para garantir competitividade. "Os bancos, para construir competitividade, intercooperaram. Isso passa por três aspectos: segurança, interoperacionabilidade e ganho de economia de escala. Estes são os três grandes vetores que os bancos encontraram para aumentar a competitividade própria pela via da intercooperação", explicou.
Almada também fez uma contextualização sobre a intercooperação no Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC). “Percebemos que existe intercooperação entre nós, mas ela precisa ser organizada em dimensão nacional para entregar resultados concretos. Essas estratégias estão sendo discutidas exaustivamente no âmbito do Ceco”, salientou.
Ainda segundo ele, há oportunidades de implementação de ações que envolvem três processos: securitização de créditos, transporte de valores e numerários e grandes fornecedores de TI [Tecnologia da Informação]. “Já contratamos uma consultoria especializada, por meio da OCB e precisamos fazer contratos conjuntos para reduzir os custos de todos”, concluiu o representante do Ceco.
ESGCoop
A gerente de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB, Débora Ingrisano, apresentou o Programa ESGCoop, que está em processo de implementação. Ela explicou como é realizada a atuação política e institucional do Sistema OCB e sobre os três pilares estratégicos para aumentar a competitividade: representação, ESG e negócios, que estão alicerçados em dados de inteligência, evolução contínua, comunicação, geração de valor e foco nas pessoas. Tudo congregando a formação profissional, a promoção social e o monitoramento de oportunidades.
Sobre as estratégias ESG, a gerente disse que o cooperativismo já conta com as práticas de respeito ambiental, cuidado social e boa gestão, mas que estas precisam ser mapeadas em conformidade com os indicadores internacionais. Para que o movimento comande plenamente a pauta, ela defendeu a intercooperação entre os ramos. “Temos que somar nossos indicadores e transformar a pauta ESG em uma grande narrativa para vendermos o cooperativismo como o líder na transformação do capitalismo. Essa é a proposta do nosso ESGCoop e precisamos trabalhar para reduzir impactos, estruturar e manter o planeta vivo e as sociedades crescendo com menos desigualdade e com instituições coletivas mais fortes”, destacou.
Ela contou que dos 24 critérios de ESG, ela pode mapear dentre as exposições realizadas pelos sistemas e cooperativas independentes nos dois dias de workshop, ao menos 13 na cultura cooperativista como, por exemplo, a conformidade ambiental, o trabalho decente, e a segurança no trabalho. “Mapear as práticas do coop é o nosso objetivo número um, justamente para somá-las aos indicadores internacionais. “Temos um grupo de trabalho direcionado ao tema e faço aqui um convite para que mais cooperativas participem do diagnóstico”, complementou.